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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Guerra no Cáucaso

 Por Cel Paulo Roberto da Silva Gomes Filho


  Azerbaijão e Armênia estão em guerra. O conflito de alta       intensidade explodiu há seis dias mas, na verdade, trata-se   da continuidade de uma disputa que tem suas origens na       independência dos países da antiga União Soviética, no final  dos anos 1980.

 Para entender as causas da guerra, suas repercussões   regionais e possíveis desdobramentos, é fundamental   entender o contexto político, histórico e geográfico das duas   partes em conflito.



O Cáucaso é a área geográfica que divide a Europa oriental da Ásia. Trata-se de uma faixa de terra espremida entre o Mar Negro, a Oeste e o Mar Cáspio, a Leste. Seu nome é emprestado da grande cordilheira que atravessa toda a região, de leste para oeste, separando a Rússia, ao Norte, da Georgia e do Azerbaijão, ao Sul. 

Cáucaso. Fonte - http://www.asia-turismo.com/mapas/caucaso-mapa.htm

Na região, existem três países independentes: Geórgia, Armênia e Azerbaijão. Os dois primeiros são considerados, normalmente, europeus, enquanto o último geralmente é vinculado ao continente asiático. Além dos três países, as partes vizinhas mais próximas de Rússia, Turquia e Irã também podem ser consideradas como parte do Cáucaso.

Armênia, Azerbaijão e Geórgia eram repúblicas da antiga União Soviética (URSS). A independência desses países ocorreu no final da década de 1980, durante o processo de esfacelamento soviético. Após a independência, o impasse sobre a região de Nagorno-Karabakh explodiu. O enclave tem sua população majoritariamente armênia mas localiza-se em território reconhecido internacionalmente como sendo azerbaijano. Esta é uma situação herdada do tempo em que toda aquela área era URSS, quando o governo central entregou o enclave ao Azerbaijão.

O descontentamento da maior parte dos moradores da região, que não se consideram azerbaijanos, levou ao conflito, travado entre 1988 e 1994 e que foi interrompido com um saldo de 30 mil mortes, por meio de um acordo de cessar-fogo que não resolveu politicamente a questão. Desde então diversas escaramuças fronteiriças vêm ocorrendo, com o Azerbaijão tentando retomar o controle sobre o autodeclarado (mas que não reconhecido por nenhum país, nem mesmo a Armênia) Estado de Nagorno-Karabakh.


Conflito em Nagorno Karabakh. Fonte – BBC

Dessa forma, há cerca de uma semana, o conflito ressurgiu, desta vez com alta intensidade. As imagens divulgadas por todas as mídias mostram colunas de blindados, artilharia, aviação, sistemas de aeronaves remotamente pilotadas (SARP), enfim, o pleno emprego dos meios militares à disposição das partes em conflito. Como em qualquer guerra, como já disse Clausewitz, “as notícias que nos chegam da guerra são quase sempre contraditórias, na maior parte, também falsas. As mais numerosas são em grande quantidade sofrivelmente suspeitas.” Assim, no calor do momento e entre as campanhas de desinformação e de operações psicológicas de ambos os lados, o mundo vai tomando conhecimento das operações militares no terreno. Entretanto, pelo que se pode vislumbrar através da bruma da guerra, e em uma avaliação bastante preliminar, o emprego dos SARP e o apoio decisivo dos turcos aos azerbaijanos talvez desequilibre o poder de combate em favor dos últimos.

As potências regionais e globais vão se alinhando às partes em conflito, sempre na defesa de seus próprios interesses. A Turquia e a Rússia são os principais atores externos envolvidos e, mais uma vez, assim como na Líbia e na Síria, estão em lados opostos. Os turcos apoiam abertamente os azerbaijanos, com quem possuem grande identificação histórica, linguística e cultural. Mas também há fortes interesses econômicos. O Azerbaijão é parceiro da Turquia na operação do gasoduto Transanatoliano, uma alternativa de fornecimento energético que reduz a dependência turca em relação ao gás russo.


                             Gasoduto TANAP. Fonte - https://www.researchgate.net/figure/The-TANAP-TAP-and-Nabucco-pipelines_fig1_322927029

Já os russos, que integram juntamente com Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tadjiquistão uma aliança militar com a Armênia, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), e já têm problemas na Líbia, Síria, Ucrânia e Bielorrússia, não parecem muito dispostos a se engajar decisivamente em um conflito no Cáucaso.

Assim, vê-se que a resposta calculada da Rússia frustra a Armênia, cuja solicitação formal de apoio militar à OTSC não foi atendida até o momento, em contraste com o decisivo apoio turco aos Azerbaijanos.

Os EUA, completamente concentrados em suas questões internas e nas eleições presidenciais, não passaram de exortações protocolares pela paz. A Europa, com o presidente Macron à frente, assim como as Nações Unidas, também fizeram declarações em favor da paz que não alcançaram qualquer resultado prático.

Assim, parece que a solução do conflito dependerá de as partes envolvidas chegarem a um acordo, ou da ação da Turquia e Rússia. Mais exatamente de até onde os russos tolerarão a expansão da influência turca, também naquela região.

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quinta-feira, 26 de março de 2020

Comando Conjunto Leste inicia desinfecção de estações de transportes públicos na cidade do Rio De Janeiro



Nesta quinta-feira, 26 de março, tropas do Comando Conjunto Leste iniciam a desinfecção de locais de grande circulação de passageiros de transportes públicos na capital fluminense, a fim de evitar o contágio por coronavírus.  A Central do Brasil, a estação das barcas (Praça XV) e a estação de metrô Estácio são os primeiros locais a passarem por esse processo, a partir do meio-dia.

Por serem ambientes fechados, parte desse trabalho será feita na madrugada do dia 26 para o dia 27, momento sem circulação de pessoas no qual poderão ser utilizados determinados produtos químicos de forma segura.

Na ação serão empregados militares da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro. Todos treinados em procedimentos de Defesa, Biológica, Nuclear, Química e Radiológica  (DBNQR). A medida encontra-se prevista na Portaria do Ministério da Defesa nº 1.232, de 18 de março de 2020.



sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Adestramento combinado para integrantes do contingente brasileiro da missão de paz no Líbano chega ao fim

Almería (Espanha) – No dia 9 de novembro, ocorreu, na Base Militar Álvarez de Sotomayor, cidade de Almería, sede do Comando da Brigada de La Legión Rey Alfonso XIII, o ato de despedida da XXXII Brigada Líbano (BRILIB XXXII).
Esse ato, que foi constituído por uma celebração religiosa e uma formatura, marcou o encerramento da preparação do contingente que será desdobrado e permitiu que a sociedade espanhola e os familiares apresentassem suas despedidas formais aos militares designados para a Missão Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL).
Participaram da cerimônia sete militares do Exército Brasileiro, que iniciaram o adestramento combinado no dia 23 de setembro e irão compor o Estado-Maior da BRILIB XXXII.

O ato de despedida foi presidido pelo General Marcos Llago Navarro, comandante da Brigada de La Legión Rey Alfonso XIII, e contou com a presença de diversas autoridades civis e militares da Espanha, dentre elas, o Adido de Defesa e do Exército Brasileiro na Espanha, Coronel Evandro Itamar Lupchinski.
Durante os 45 dias de adestramento combinado, os integrantes da BRILIB XXXII assistiram a diversas conferências relacionadas às operações de paz e participaram de dois exercícios que simularam situações e incidentes que podem vir a ocorrer durante a missão, adquirindo, dessa forma, as capacidades necessárias para desempenhar as atividades na área de operações.
A BRILIB XXXII ficará desdobrada no Líbano por seis meses, a partir de novembro do corrente ano, contribuindo com os esforços mundiais para a obtenção da paz no Oriente Médio, tendo por missão precípua o monitoramento da região Sul do Líbano, ao longo da Blue Line, conforme o Mandato da UNIFIL.
Fonte: AdiDefEx Espanha 
 



quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Rádio FM Verde Oliva do Exército Brasileiro inaugura a sua primeira filial em Manaus

Diana Maia com informação do Comando Militar da Amazônia (CMA)_ Exército Brasileiro.
Nesta quarta-feira 30 de outubro, Manaus/AM,  recebe a 1¤ Rádio filial do Exército Brasileiro.
A rádio 98.3 Mhz, filiada a Verde Oliva, será operado pelo Comando Militar da Amazônia (CMA).
Em Brasília/DF, a Rádio Verde Oliva, já opera a 17 anos, consolidando-se como uma das principais emissoras de rádio no Distrito Federal.
A capital Manauara está sendo contemplada com uma  programação rica em valores cívicos e culturais.
Neste contexto a música popular brasileira é prioridade, bem como as notícias nacionais e internacionais militares e de utilidade pública.
A Rádio Verde- Oliva filial em Manaus, vai operar na frequência 98.3 Mhz, e faz parte do Sistema de Comunicação Social do Exército.Com uma programação rica em valores cívicos e culturais,a cidade de Manaus, localizada no coração da Amazônia é presenteada em seus 350 anos. Nesse contexto, a música popular brasileira é prioridade, bem como as notícias nacionais, internacionais, militares e de utilidade pública, que são elaboradas com base nas principais agências de notícias do Brasil e do mundo.
A 98.3 Mhz, filial da Verde-Oliva FM Manaus, contará com uma programação musical e jornalística, além de divulgação de ações do Exército Brasileiro na área de responsabilidade do CMA.
O Exército continua o processo de viabilização da instalação de mais duas emissoras nas cidades de Três Corações/MG e Resende/RJ.
A Rádio Verde-Oliva 98.3 FM Manaus, está localizado nas dependências do Comando Militar da Amazônia, um marco da comunicação.
 As 08horas fuso horário local,  a 98.3 marca este momento na comunicação  Manauara.
A Rádio Verde Oliva em Manaus, está localizada na avenida Coronel Teixeira, nº 4715, Ponta Negra, Zona Oeste da capital.


terça-feira, 18 de junho de 2019

EXÉRCITO SEDIA EXERCÍCIO REGIONAL DE ASSISTÊNCIA E PROTEÇÃO PARA ESTADOS PARTES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE


Rio de Janeiro, (RJ) – No período de 3 a 7 de junho de 2019, a Escola de Instrução Especializada (EsIE), Berço da Especialização no Exército, sediou o Exercício Regional de Assistência e Proteção para Estados Partes da América Latina e Caribe (EXBRALC IV) 2019, dentro do contexto de Defesa Química Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN).
A solenidade de abertura contou com a presença de autoridades brasileiras e estrangeiras, civis e militares, dentre as quais se destacaram as presenças dos integrantes da Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ); do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC); do Ministério das Relações Exteriores (MRE); do Ministério da Defesa (MD); da Diretoria de Educação Técnica Militar; e do Vice-Almirante Ralph Dias Da Silveira Costa, do MD.
A atividade materializou o compromisso firmado entre a OPAQ e o Estado brasileiro, permitindo a troca de experiências entre os países participantes nos assuntos relacionados com a defesa química, por meio do MCTIC, do MRE e do MD.
A EXBRALC IV teve início na Marinha do Brasil e foi finalizada na EsIE. Durante a permanência na Escola, os alunos participaram de instruções teóricas e práticas e, como coroamento do estágio, realizaram um exercício final.
No EXBRALC, cerca de 40 alunos oriundos dos países latino-americanos realizaram atividades de reconhecimento de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN); além do resgate de vítimas e a descontaminação de feridos. O Exercício contou com o apoio de diversos meios dispostos pelo 1° Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1° Btl DQBRN) e de uma viatura blindada Guarani, cedida pelo 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada.
O objetivo do Exercício foi de capacitar recursos humanos na área de Assistência e Proteção em Resposta a Emergências Químicas. Dessa forma, especialistas em DQBRN da EsIE, em parceria com os demais integrantes do sistema DQBRN brasileiro, proporcionaram aos participantes do evento o adestramento no terreno, acerca do Sistema de Comando de Incidente.



segunda-feira, 29 de abril de 2019

Exército Brasileiro abre inscrições para militares temporários na área da 9ª Região Militar

Campo Grande (MS) – O Exército Brasileiro abriu inscrições para militares temporários na área da 9ª Região Militar (9ª RM), que compreende os estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além do município de Aragarças (GO). O número de vagas não é divulgado no início do processo, devido à movimentação de oficiais de carreira. Os salários podem chegar a quase R$ 7 mil, mais benefícios, segundo a tabela do Ministério da Defesa.
A seleção será composta de inscrição eletrônica, entrega da documentação para os candidatos inscritos e pré-selecionados para a 2ª Etapa, entrevista e avaliação curricular, presencial e apenas para os candidatos que entregaram a documentação, inspeção de saúde e exame de aptidão física.
Os candidatos podem ser do sexo masculino ou feminino e devem cumprir todas as exigências previstas no Aviso de Convocação.
A seleção é para Oficial Técnico Temporário em duas áreas. Há vagas para os graduados com ensino superior nas áreas de Enfermagem, com Pós-Graduação em Auditoria Hospitalar e Fisioterapia, desde que possuidores de curso de carga horária mínima de 120 (cento e vinte) horas em RPG e Pilates. As localidades com previsão de abertura de vagas são Campo Grande-MS, Dourados-MS, Corumbá-MS e Cuiabá-MT. As inscrições devem ser feitas de 29 de abril a 10 de maio.
Informações no site da 9ª Região Militar.
www.9rm.eb.mil.br ou www.9rm.eb.mil.br/index.php/processo-seletivo-9rm


terça-feira, 16 de abril de 2019

Exército Brasileiro sedia entre os dias 15,16,17 o III Fórum Ibero- Americano de Defesa Cibernética

Fotojornalismo Tenente Liberato_ FAB

Diana Maia_ Jornalismo Imparcial
Brasília/DF- Iniciou-se nesta segunda- feira (15), o III Fórum Ibero-Americano de Defesa Cibernética (III FIDC) com a participação de representantes e Comandantes das Comitivas  da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai, e palestrantes dos Estados Unidos.

O evento, foi realizado no Auditório da Fundação Habitacional_ POUPEX, setor urbano e estende ainda nesta terça-feira 16 e 17 de abril,  sendo coordenado pelo Comando de Defesa Cibernética.
Representantes dos Comandos da Aeronáutica e Marinha, também marcaram presença.
Criado em 2016, na Espanha, o fórum atua no incremento da cooperação e integração no setor cibernético entre os países envolvidos. Os debates também proporcionam conhecimento mútuo sobre a doutrina e a capacidade cibernética, bem como contribuem para a proteção cibernética no âmbito dos países ibero-americanos por meio do compartilhamento de informação.
No primeiro dia de atividades, aconteceu a passagem do cargo de Secretário do Fórum, do General de Brigada Tomás Ramón Moyano, Comandante Cibernético da Argentina, para o General de Divisão Guido Amin Naves, Comandante Cibernético do Brasil, que ficará no posto pelo período de um ano.
 
 

domingo, 7 de abril de 2019

Militares da equipe de Salto Livre Os Cometas se destacam em Campeonato Brasileiro de Paraquedismo

Centro de Comunicação Exército Brasileiro
Rio de Janeiro (RJ) – A Equipe de Salto Livre da Brigada de Infantaria Paraquedista, “Os Cometas”, participou, entre os dias 23 a 29 de março, na cidade de Guaratinguetá (SP), do 29º Campeonato Brasileiro de Paraquedismo das Forças Armadas. O evento teve como principal objetivo definir a equipe de paraquedismo que representará o Brasil nos 7° Jogos Mundiais Militares na China.
Após uma semana intensa e acirrada de competição, os atletas conquistaram o lugar mais alto do pódio, por equipe e em várias modalidades individuais.
– formação em queda livre (FQL-4): 1° lugar masculino e 1° lugar feminino;
– precisão de aterragem por grupo: 1° lugar feminino e 2° lugar masculino;
– estilo por grupo: 1° lugar feminino e 1° lugar masculino;
overall por grupo: 1° lugar masculino e 1° lugar feminino;
– precisão de aterragem individual: masculino: 3° lugar – Sgt L. Campo; feminino: 1° lugar – Sgt Juliana; 2° lugar Sgt Ana Lígia; 3° lugar – Sgt Sabrina;
– estilo Individual: masculino: 1° lugar – Cap Arthur Neves e 3° lugar – Sgt Neto; feminino: 1° lugar – Sgt Ana Lígia; 2° lugar – Sgt Isabella; 3° lugar – Sgt Juliana;
overall Individual: masculino: 3° lugar – Sgt Diego; feminino: 1° lugar – Sgt Ana Lígia; 2° lugar – Sgt Juliana; 3° lugar – Sgt Isabella;
– na categoria Junior o Sd Mitrano destacou-se ocupando pódio.
Com este resultado os atletas garantiram sua ida para o Campeonato Militar Mundial, que ocorrerá em outubro de 2019.

 
 

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Em nova fase, Programa Estratégico Guarani contempla aquisição de outros modelos de viaturas blindadas

Agência Verde Oliva_ Centro de Comunicação do Exército Brasileiro
Brasília (DF) – Com o surgimento de novos blindados no cenário internacional, como o Centauro II, o Pátria AMV, o Boxer, o Piranha V, o Pandur II, o Mobile Combat Vehicle e o Stryker, bem como com a desejada transformação da Infantaria e modernização da Cavalaria, tornou-se necessário dotar a Força Terrestre com material de emprego militar à altura dessas modernas viaturas que passaram a equipar exércitos ao redor do mundo. Como exemplo, a tropa, até então tendo como viatura blindada de reconhecimento o Cascavel 6x6 equipado com torre manual e canhão 90 mm, passará a dispor de viatura 8x8, com desejável maior mobilidade tática e estratégica, e também com maior poder de fogo, tanto pela torre estabilizada que possuirá, quanto pelo canhão 105 mm expansível para 120 mm, além de moderna eletrônica embarcada, que permite novas capacidades no campo de batalha.
Para tanto, durante a LAAD 2011 (Feira Internacional de Defesa e Segurança), Defence & Security, o Exército Brasileiro divulgou a Nova Família de Viaturas Blindadas, cujo desenvolvimento está em curso. O primeiro protótipo finalizado e apresentado ao público foi chamado de “Guarani”, e assim foi nominada toda a família de blindados que foi criada. Trata-se de viatura blindada de transporte de pessoal (VBTP) destinada a equipar a recém-criada Infantaria Mecanizada e a modernizar a Cavalaria Mecanizada, capaz de levar até 11 militares, oferecendo vantagens operacionais, como maior proteção blindada e antiminas.
O Exército Brasileiro estabeleceu parceria com a sólida empresa multinacional Fiat-Iveco que, em sua fábrica em Sete Lagoas, Minas Gerais, está incumbida dessa nobre missão, contando sempre com o suporte técnico do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do Exército, que mantém, permanentemente, engenheiros militares seus acompanhando o trabalho da empresa. A presença militar vem a ser importantíssima e mais do que necessária para que se adquira, com a Iveco, o know-how de produção, que “ao longo do caminho” tem sido desenvolvido. Oportuno aqui frisar que o chamado know-how é abrangente, completo, suficiente para produção, muito além de mero pacote de dados técnicos que, sem o respectivo know-how, de nada serve.
A primeira viatura nascida dessa parceria de sucesso foi a VBTP, cujo protótipo se encontra avaliado pelo Centro de Avaliações do Exército. O lote-piloto dessa viatura foi produzido em série, com pouco mais de 300 viaturas, que já foi, inclusive, entregue, para a satisfação da tropa pelo Brasil afora.
No final de 2018, foi concluído, pela Diretoria de Fabricação do DCT, um estudo preliminar de viabilidade, com vistas à obtenção da Viatura Blindada de Reconhecimento, Média sobre Rodas, VBR-MR 8x8 105 mm, expansível para 120 mm, estudo esse já submetido à apreciação do DCT e do Estado-Maior do Exército para a definição dos próximos passos, no sentido de dotar a Força com esse imprescindível material de emprego militar. Nesse contexto de novos desenvolvimentos, esforços estão sendo envidados no sentido de obter a Viatura Blindada Especial de Engenharia – Média sobre Rodas e a Viatura Blindada de Combate Morteiro – Média sobre Rodas.
A Família Guarani possui, também, uma subfamília leve. São veículos 4x4, como a Viatura Blindada Multitarefa – Leve Sobre Rodas; Viatura Blindada de Combate Anticarro – Leve sobre Rodas; Viatura Blindada Especial de Observador Avançado – Leve Sobre Rodas; Viatura Blindada Especial de Guerra Eletrônica – Leve Sobre Rodas; Viatura Blindada Especial de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear – Leve Sobre Rodas; Viatura Blindada Especial Radar – Leve Sobre Rodas. O primeiro veículo será a Viatura Blindada Multitarefa – Leve sobre Rodas. Trata-se de uma viatura 4x4, dotada de elevada proteção blindada e antiminas, elevada mobilidade tática e estratégica, apta a desempenhar grande diversidade de missões. A viatura será obtida por nacionalização, a ser conduzida pelo DCT.
O programa da Nova Família de Blindados do Exército Brasileiro prevê a fabricação de viaturas nas seguintes versões: Viatura Blindada de Reconhecimento – Média sobre Rodas, conforme estudo preliminar de viabilidade citado; Viatura Blindada de Transporte de Pessoal – Média sobre Rodas; Viatura Blindada de Combate Morteiro – Média sobre Rodas; Viatura Blindada Especial Posto de Comando – Média sobre Rodas; Viatura Blindada Especial de Comunicações – Média sobre Rodas; Viatura Blindada Especial de Central de Direção de Tiro – Média sobre Rodas; Viatura Blindada Especial Ambulância – Média Sobre Rodas, que possui dois tipos (Resgate e Tratamento Intensivo); Viatura Blindada Especial de Engenharia – Média sobre Rodas; Viatura Blindada Especial de Desminagem – Média sobre Rodas; Viatura Blindada Especial Lança-Ponte – Média sobre Rodas; Viatura Blindada de Combate Antiaérea; Viatura Blindada Especial Escola – Média Sobre Rodas; Viatura Blindada Especial Oficina – Média sobre Rodas; Viatura Blindada Especial de Defesa QBRN – Média Sobre Rodas; Viatura Blindada Especial de Socorro – Média sobre Rodas.
O contrato entre o Exército Brasileiro e a Iveco prevê a fabricação de cerca de 1.580 viaturas blindadas nos próximos 20 anos.
 
 

segunda-feira, 18 de março de 2019

EB- Militares recém-chegados à guarnição de Manaus realizam o Estágio de Adaptação e Vida na Selva

Agência Verde Oliva_ Exército Brasileiro
Manaus (AM) – No período de 11 a 15 de março, o Comando Militar da Amazônia coordenou a execução do Estágio de Adaptação e Vida na Selva (EAVS) para os militares recém-chegados à guarnição de Manaus. O EAVS teve os objetivos de apresentar as particularidades do ambiente de selva e nivelar os conhecimentos sobre as técnicas de combate e de sobrevivência na selva.
Sua execução foi descentralizada em duas organizações militares da guarnição de Manaus: o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), que realizou o estágio para as militares do segmento feminino, e o grupamento de oficiais, subtenentes e sargentos com idade superior a 34 anos e o 1º Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel, que direcionou o estágio para o grupamento de oficiais, subtenentes e sargentos com idade até 34 anos.
As instruções tiveram caráter eminentemente prático e abordaram assuntos voltados para a sobrevivência do combatente em ambiente de selva. Dentre elas, destaca-se: armadilhas de caça e pesca, abrigos, obtenção de alimentos de origem vegetal e animal, obtenção de água e fogo, orientação e ofidismo.
A cerimônia de encerramento contou com a presença do General de Exército César Augusto Nardi de Souza, Comandante Militar da Amazônia; além do Chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar da Amazônia, de Comandantes das organizações militares sediadas em Manaus e de familiares dos concludentes do estágio.


 


domingo, 10 de março de 2019

COMANDO MILITAR DA AMAZÔNIA REALIZA A 14ª EDIÇÃO DA CORRIDA PARA A PAZ

Créditos para divulgação CMA


Jornalismo Imparcial
 Manaus/AM_  O Comando Militar da Amazônia (CMA), realizou durante este domingo (10), a 14ª edição da “Corrida para a Paz” (CISM Day Run For Peace). Tradicional evento desportivo, que acontece no mesmo dia em diversas cidades do país e no mundo, promovido pelo Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM) e apoiado pelo Ministério da Defesa (MD). A corrida busca promover a prática esportiva no âmbito das Forças Armadas e o congraçamento entre militares e civis, contribuindo com a paz mundial.

Nesta edição o evento contou com aproximadamente 3 mil participantes, entre militares das Forças Armadas e auxiliares, como também a presença da família militar e do público civil em geral. A corrida não tem fins lucrativos e contou com percurso de 3,8 km (corrida) e 1,8 km (caminhada). A largada ocorreu às 9h no Campo de Parada Coronel Jorge Teixeira, dentro do Comando Militar de Área, localizado na avenida Coronel Teixeira, nº 4715, Ponta Negra, Zona Centro-Oeste da capital.

Diferente dos anos anteriores, esta edição contou com um percurso dentro da área militar no qual interliga os quartéis que estão próximo ao Comando, como o 4º Centro de Telemática de Área, Centro de Embarcações do Comando Militar da Amazônia e o 2º Grupamento de Engenharia.

Saiba Mais

A Corrida para a Paz marca a data de criação do CISM, que completa 71 anos em 2019, como instituição internacional que promove a confraternização esportiva, sem fins competitivos. Este ano a intenção era de ultrapassar a marca de corredores ao redor do mundo. O Brasil tem sempre se destacado no ranking das nações participantes. Em anos anteriores, a corrida chegou a mais de 59 mil participantes, num total de 304 Organizações Militares em 137 cidades.

Histórico

No ano de 1948, Henri Debrus, líder do esquadrão francês, fundou juntamente com militares da França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Dinamarca o “Conseil International Du Sport Militaire (CISM), instituição cujo objetivo é promover a paz através do esporte.

Desde 2006, o Conselho celebra a comemoração do seu aniversário através do CISM Day Run (hoje CISM Day Run for Peace), uma corrida organizada pelas Forças Armadas de cada um dos 136 integrantes, nos seus respectivos países.

A Corrida para a Paz, como é chamada no Brasil, é uma confraternização esportiva, sem fins competitivos, que carrega o lema do CISM: “Amizade através do Esporte”, cujo propósito é promover a prática esportiva no âmbito das Forças Armadas e a integração com a sociedade.
“A força do povo brasileiro defendendo a Amazônia”.


quarta-feira, 6 de março de 2019

Exército Brasileiro_ Brigada de Infantaria Paraquedista prepara militares recém-chegados em técnicas de assalto aeroterrestre

Agência Verde Oliva
Rio de Janeiro (RJ) – A Brigada de Infantaria Paraquedista realizou, no período de 25 a 28 de fevereiro, a Operação Gancho, que teve como objetivo instruir os oficiais, subtenentes e sargentos, particularmente os recém-chegados, para a preparação para o assalto aeroterrestre.
A operação gancho permitiu aos quadros desta GU aeroterrestre exercitar a ação de comando e a capacidade de liderança em todos os níveis, no planejamento e na preparação das operações básicas e complementares para a defesa da pátria, além de permitir a integração das funções de combate e pleno emprego da doutrina das Operações Aeroterrestres.

 

Artigo_ Reflexos do rápido avanço tecnológico para a segurança e defesa nacionais

 

Algumas tecnologias estão transformando profundamente a vida em sociedade. A Inteligência Artificial (IA), por exemplo, está por trás de diversos projetos envolvendo carros autonavegáveis, comandos efetuados por voz, reconhecimentos faciais e filtros de conteúdo em redes sociais. No campo dos sistemas aéreos não tripulados (Unmanned Aerial Systems – UAS), vislumbram-se múltiplas aplicações comerciais, como meios de entregas e até de transporte público, na forma de taxi aéreos.


Não por acaso, estima-se que a indústria de drones comerciais nos Estados Unidos tenha saltado de US$40 milhões, em 2012, para aproximadamente US$1 bilhão, em 2017 – e, em 2026, esse mesmo segmento pode representar um impacto na faixa de US$31-46 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano. Paralelamente, a área de cibersegurança permeia vários outros campos, na medida em que equipamentos e “sistemas de sistemas” cada vez mais complexos também se tornaram presa fácil para ataques cibernéticos. Em 2023, o mercado de cibersegurança pode alcançar um montante de US$248 bilhões. 
Evidentemente essas transformações afetam diretamente as mais modernas Forças Armadas. Na Estratégia Nacional de Defesa dos Estados Unidos de 2018, por exemplo, ressalta-se a importância dos desdobramentos das novas tecnologias comerciais para a sociedade e para o fenômeno da guerra, especialmente tendo em vista a perspectiva de que muitos desenvolvimentos tecnológicos virão dos setores comerciais de ponta. Já a China tem investido em IA, por exemplo, como parte de um conjunto mais amplo de esforços para o desenvolvimento de uma série de veículos autônomos (aéreos, terrestres e navais), bem como de jogos de guerra e simuladores. Entre os planos de Beijing para alcançar o objetivo de ser o líder mundial em IA está a construção de um polo de pesquisa, com o custo estimado em US$2,12 bilhões, abarcando até 400 empresas e parcerias com universidades.
Outros países também estão enveredando esforços nesses novos campos com enfoque em segurança e defesa nacionais. Os planos da Índia incluem o estabelecimento de uma Agência de Defesa Cibernética com mais de 1000 integrantes distribuídos em diferentes posições no Exército, na Marinha e na Força Aérea. A Rússia tem explorado o uso de IA em, por exemplo, mísseis de cruzeiro, drones armados, guerra eletrônica e inteligência de imagens. Apenas na área de IA, estima-se que Moscou tem investido anualmente cerca de US$ 12,5 milhões. Já a Alemanha almeja criar sua própria versão da norte-americana Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA).
O impacto dessa realidade para as mais modernas Forças Armadas é evidente, pois afeta diversos elementos de doutrina, organizacionais, de adestramento, de material, de educação, de pessoal e de infraestrutura. Diante das perspectivas de proliferação de mísseis hipersônicos, robôs armados, lasers, canhões eletromagnéticos e dos avanços da computação quântica, vários países têm buscado se adaptar constantemente a essas inovações, priorizando recursos em equipamentos e otimizando estruturas de pessoal e custeio.
No Reino Unido, por exemplo, um dos poucos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que conseguem cumprir as metas de alocação de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa e 20% desse montante em Equipamentos, observa-se uma série de dificuldades políticas na definição de prioridades e do tamanho do efetivo de suas Forças Armadas. Ademais, tanto nas reformas dos aparatos de defesa iniciadas pela Rússia, em 2008, e pela China, em 2015, por exemplo, houve profundas mudanças organizacionais com foco conjunto e redução de efetivos, além de estabelecimento de planos de equipamentos de médio e longo prazo.
Seguir essa vasta onda de transformações é um enorme desafio para qualquer país. No Brasil, o processo de atualização, para 2020, dos documentos Política Nacional de Defesa (PND), Estratégia Nacional de Defesa (END) e Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) apresenta-se como uma valiosa oportunidade para enfrentar tais questões, sobretudo quando considerados os históricos tanto do orçamento de defesa brasileiro quanto dos investimentos nacionais em Ciência e Tecnologia. Nesse sentido, o que está claro é que o acelerado avanço tecnológico vai continuar – independentemente de o Brasil conseguir ou não acompanhá-lo.

sábado, 2 de março de 2019

Inteligência artificial auxiliará no atendimento ao público junto às principais mídias sociais do Exército Brasileiro

Agência Verde Oliva
Brasília (DF) – Dentre os mais de 90 mil jovens que ingressarão nesta sexta-feira, 1º de março, para prestar o serviço militar obrigatório, há um que será treinado para cumprir qualquer missão, de forma incansável. O nome de guerra desse novo integrante, que trabalhará 24 horas todos os dias, será “Max”. Não se trata de um ser humano, mas de uma inteligência artificial (IA) que terá uma presença ativa nas principais mídias sociais do Exército Brasileiro. O nome "Max" tem um duplo significado, pois a sigla significa Módulo Auxiliar de Relações Públicas e é uma citação direta ao herói brasileiro da Segunda Guerra Mundial, Sargento Max Wolf Filho.

O Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx) já havia realizado algumas iniciativas para a construção de soluções automatizadas de respostas. Em 2016, lançou um sistema integrado ao WhatsApp que empregava, para interagir, o método conhecido como Unidade de Respostas Automatizadas (URA). Uma central URA nada mais é do que um rol de opções em que o usuário é obrigado a escolher uma delas. Nesse tipo de configuração, não há simulação de conversação e, mesmo assim, cerca de 800 mensagens eram respondidas por mês. Por limitações da técnica e da forma como foi implementado no WhatsApp, o serviço se tornou inviável e foi desativado em junho de 2018.
Ainda nesse ano de 2018, o CCOMSEx iniciou os estudos de plataformas de IA, como o Watson, da IBM; o QNA Maker/Azure, da Microsoft; e o DialogFlow, do Google. Escolhido o melhor serviço, iniciou-se o aprofundamento dos estudos e os primeiros testes com o chatbot. Para isso foram analisadas mais de 20 mil conversas ocorridas nas mídias sociais com o intuito de compreender como o público realizava as interações e para identificar os assuntos mais relevantes.
O Max é uma categoria especial de chatbot que utiliza elementos de Machine Learning (aprendizado de máquina) e Processamento de Linguagem Natural para dar a resposta mais adequada aos questionamentos recebidos.
Inicialmente, o Max operará na plataforma Messenger do Facebook e responderá a uma ampla gama de questionamentos que vão desde as diversas formas de ingresso no Exército até dicas de como conseguir uma namorada.
É muito provável que o Max seja o primeiro chatbot do mundo a incorporar oficialmente a um exército, tendo, inclusive, um plano de carreira. Isso significa que a partir do momento que ele ampliar suas conexões e apresentar um resultado de interação mais assertivo, será promovido às graduações superiores. Essas promoções também vão alterar o avatar escolhido para representar o Max. Como exemplo, antes de sua ativação, o Max usará calça jeans e camiseta branca, que é o mesmo traje exigido dos conscritos.
Na sexta-feira, dia da incorporação de todos os novos recrutas, o Max já estará de camuflado e gorro, pois a boina só será recebida após o primeiro acampamento.
Outro ponto de destaque será a forma de interagir com o usuário. O Max está sendo programado para ter um senso de humor e possuir uma variedade de respostas para perguntas similares.
A presença de IA para intermediar a comunicação com o público tornou-se uma necessidade para as instituições e empresas que querem atender a todas as demandas recebidas com rapidez e disponibilidade. O Exército hoje recebe cerca de 10 mil mensagens privadas por mês, que desconhecem horários, férias e feriados. Além disso, a cultura digital encurtou o tempo, tornando as pessoas mais imediatistas e impacientes. Em virtude disso, é preciso responder, quase que instantaneamente, às pessoas que entram em contato com o Exército. Hoje, pelo volume de mensagens recebidas, o Exército Brasileiro precisaria de um pelotão, trabalhando em escalas, para atender a essa demanda.
O principal papel do Max será intermediar a conversação entre humanos, pois, respondendo às questões simples, permitirá que a equipe de relações públicas do CCOMSEx se dedique às mais complexas e à busca por novas formas de interação.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Aquecimento global: desafio para a Soberania Nacional

 
Por Coronel Raul Kleber de Souza Boeno
Importantes teorias conservaram-se por muito tempo, quer seja por interesse financeiro, político ou religioso, quer seja por falta de contestação devido à ausência de tecnologia e argumentos baseados na ciência. Foi o caso da percepção de que a Terra seria plana, da teoria Geocêntrica e da teoria Heliocêntrica que mantiveram credibilidade em suas épocas.
Os relatórios da comunidade internacional, em especial os do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), afirmam com 95% de certeza que a ação humana é responsável, direta e indiretamente, por algumas das alterações globais, entre elas as alterações climáticas, cuja face mais debatida é a elevação da temperatura média na superfície do planeta, mais conhecido como aquecimento global. Assim, considerando o atual estado da ciência, questiona-se: os 5% de incerteza sobre as causas antrópicas nas alterações climáticas seriam suficientes para impedir ações concretas dos Estados para fazer frente à questão climática?
No cenário internacional, a questão climática tem sido debatida em distintas agendas, inclusive na segurança e na defesa. Ocorre que, na América do Sul, até o início do século XXI, a conjuntura (política, social e econômica, entre outras) conduziu a discussão sobre o clima quase que exclusivamente para a agenda ambiental.
No caso do Brasil, percebe-se que o debate tem sido polarizado por atores estatais e não estatais dos setores ambiental e agrícola, com repercussões em diversas áreas como, por exemplo,  energia, indústria, transporte, saúde, entre outros. Dessa forma, entende-se que os reflexos da questão climática para a soberania do Brasil foram pouco debatidos, carecendo de um aprofundamento.
Associada a essa necessidade, percebe-se, ainda, que a articulação internacional tem fomentado a construção de uma dissuasão climática, particularmente a partir da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 21), em 2015. O Acordo de Paris criou três mecanismos (financeiro, de transferências de tecnologia e de desenvolvimento de capacidades) como incentivos para que as partes (Estados) cumpram os termos desse acordo, pois financiamentos e pagamentos devem ser baseados em resultados.
O Governo Federal do Brasil tem tratado a questão climática por intermédio da Política Nacional da Mudança do Clima (PNMC), do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (braço técnico-científico da PNMC), do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC) e da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima. Nesses órgãos percebe-se uma forte participação dos setores ligados ao meio ambiente e uma reduzida presença (inexistência de representantes) dos setores ligados à defesa e à segurança.
O ano de 2019, além de caracterizar a maioridade do Século XXI, apresenta-se pleno de expectativas e desafios no sentido de definir rumos para importantes questões de interesse do Estado e da população, em especial ao povo brasileiro.
A desistência do Brasil em sediar a COP 25 (2019), além de caracterizar uma necessária racionalização de recursos, parece-nos que também reflete uma nítida postura de cautela sobre a questão climática. Sobre isso, cabe pontuar que o legado de sediar a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas de 2016 ainda é percebido pelo povo brasileiro. Certamente houve grandes benefícios que contribuíram para fortalecer a imagem do Brasil. Contudo, alguns problemas ainda são tratados nos tribunais e discutidos nas manchetes sobre escândalos e prisões de agentes, do Estado e da iniciativa privada, que tanto se esforçaram para sediar aqueles eventos.
Assim, depreende-se que a questão climática possui vários centros nevrálgicos que podem dar sustentação ao debate. Contudo, devido aos interesses internacionais (agentes estatais e não estatais) sobre o Brasil, a questão climática necessita de uma atenção maior por parte dos decisores estratégicos na área da segurança e da defesa para impedir que o tema alterações climáticas possa gerar déficit de soberania ao País.
Os relatórios do IPCC indicam que parte do território brasileiro (regiões Nordeste e Centro-Oeste) será um cenário com um clima mais seco (palco de secas prolongadas, temperaturas extremas, ondas de calor e incêndios). Provavelmente as missões das forças armadas, no campo humanitário, estarão ligadas às atividades de purificação e distribuição de água, perfuração de poços artesianos, construção de açudes, combate a incêndios, gestão de crise hídrica, confecção e distribuição de alimentos nas áreas atingidas no que toca à segurança alimentar (plantações, pesca e criações de animais), suporte médico, combate às pragas e insetos (vetores de doenças como dengue, chikungunya e zika) e trabalhos que envolvam a ampliação da mobilidade através dos rios, entre outras.
Além disso, um clima mais seco implicará para as forças armadas em: aumento das doenças respiratórias nos seus efetivos; redução no seu orçamento (redução no consumo de água, energia e recursos energéticos); atualização dos seus calendários de vacinação (proteção do efetivo militar); manter-se alerta com seus depósitos (combustíveis, explosivos e viaturas); alteração da rotina diária dos quartéis (manutenção de material/instalações, horários de treinamento físico e atividades em áreas abertas); aquisição de material específico para atuação em desastres; carência de capacitação de efetivos; entre outros aspectos de segurança alimentar e humana que envolvam seus recursos humanos.
No outro extremo, as projeções também indicam que algumas regiões (Sul e Sudeste) serão atingidas por maior intensidade e frequência de chuvas. Dessa forma, cheias, inundações e tempestades, provavelmente levarão o País a empregar as suas forças armadas em missões de reconstrução de pontes, auxílio à população, apoio médico, recuperação/reparação de estradas e de pistas de aeroportos, preparação e distribuição de alimentos, proteção do patrimônio público, recuperação de infraestruturas, remoção de escombros, entre outras.
Além disso, um maior regime de chuva significa maior produção de energia elétrica, se houver estações hidroelétricas nas regiões de precipitação (caso da matriz energética do Brasil). Contudo, o excesso de precipitação pode significar inundações e severos prejuízos, com impactos na agricultura, na pecuária, na saúde humana (zoonoses como leishmaniose e febre amarela), comprometendo infraestruturas e causando desmoronamentos, por exemplo.
Outra importante projeção se refere à elevação do nível do mar. Sobre isso, cabe lembrar que o Brasil possui um imenso litoral: aproximadamente 7.367 km. Nesse sentido, percebe-se a importância de o setor militar estar atento para missões de ajuda à população costeira e de preservação da infraestrutura de defesa litorânea. Um exemplo é a localização das usinas nucleares brasileiras e das Organizações Militares a poucos metros da orla marítima.
Assim, desses exemplos, percebe-se que uma eventual securitização da questão climática teria implicações para a soberania brasileira, com significativas consequências para suas forças armadas.  Dessa forma, nos próximos anos, especialmente em 2019, uma postura de cautela parece ser no mínimo razoável frente à questão climática, pelo menos até todos os setores do Estado se envolverem no debate sobre o tema, inclusive a defesa e a segurança.
Coronel Raul Kleber de Souza BoenoDoutor em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável (Universidade de Lisboa/Portugal), Mestre em Comunicação (UFPR), Mestre em Operações Militares (EsAO), Especialista em Educação (UFRJ) e Bacharel em Ciências Militares (AMAN). Curso de Gestão Política e Social de Riscos e Situações de Emergência (ENPC/Espanha) e Inteligência Estratégica (ESG/Argentina). Integrante do Grupo de Estudos professor, escola e tecnologias educacionais (GEPPETE/UFPR) (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2062040561574101) e pesquisador do Laboratório de Estudos de Defesa (ECEME) (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/6027366679937474). Pesquisa a securitização das alterações climáticas e a militarização dos desastres. Atualmente é Chefe da Assessoria de Estudos Estratégicos da 5ª DE.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Exército Brasileiro apoia a Etiópia na condução de treinamento para Operações de Paz na África

Agência Verde Oliva
Etiópia (Àfrica) – O Centro de Treinamento de Apoio à Paz da República Democrática Federal da Etiópia (FDRE PSTC, sigla em inglês) foi criado em 2015 e, desde então, tornou-se um centro de excelência na preparação de militares, policiais militares e civis em prol das Operações de Paz no continente africano.
Nesse contexto, o Exército Brasileiro coopera com a Etiópia desde 2017, por meio de intercâmbio de conhecimentos e experiências relativos às Operações da Paz das Nações Unidas. Para tanto, o FDRE PSTC e o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB) são reconhecidos, sob esse Convênio, como organizações especializadas na instrução, treinamento e pesquisa relacionadas às Missões de Paz.


No dia 4 de fevereiro do corrente ano, o Comandante do FDRE PSTC, General de Brigada Habtamu Tilahun, apresentou os cumprimentos de boas vindas ao instrutor brasileiro designado para o ano de 2019, o TC Fabio Rodrigo de Assis. Na ocasião, o Comandante do Centro agradeceu o apoio do Exército Brasileiro e ressaltou a necessidade de avançar no acordo firmado entre ambos os países.
Dentre as principais atribuições do Instrutor brasileiro no FDRE PSTC, cabe destacar: - conduzir cursos e desenvolver currículos nas lides da preparação para as Operações de Paz, seguindo a doutrina da ONU e da União Africana; - contribuir para a consolidação de lições aprendidas; - participar de pesquisas, seminários, atividades acadêmicas relacionadas com as Operações de Paz, a pedido do Centro; - colaborar para a implementação de novas oportunidades de cooperação na área de missões de paz, em ligação com o Adido Militar do Brasil na Etiópia.

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