Petrolina (PE) – Durante
o mês de agosto, foram realizados os mais recentes turnos do Estágio de
Adaptação à Caatinga (EAC) e do Estágio de Adaptação e Operações na
Caatinga (EAOC), conduzidas pelo Centro de Instrução de Operações na
Caatinga (CIOpC), fração orgânica do 72º Batalhão de Infantaria
Motorizado (72º BI Mtz), situado na cidade de Petrolina, no Sertão de
Pernambuco.
Os
estágios objetivam a preparação do combatente para atuação no ambiente
operacional de Caatinga, além de permitir a melhor adaptação de
militares transferidos a quartéis sediados em regiões semiáridas.
Estágio de Adaptação à Caatinga (EAC) e do Estágio de Adaptação e Operações na Caatinga (EAOC) |
O
EAC tem duração de uma semana, enquanto o EAOC é desenvolvido em duas
semanas. As instruções ocorrem no Campo de Instrução Fazenda Tanque do
Ferro (CIFTF), com mais de 2.800 hectares de Caatinga preservada,
situado próximo à localidade de Jutaí, a 110 km distante de Petrolina.
Também são realizadas atividades no Parque Zoobotânico da Caatinga,
dentro da área do 72º BI Mtz, onde os estagiários aprendem noções a
fauna e flora locais.
Os
instruendos passam por um rigoroso processo de aprendizagem, realizado
em um dos locais mais desafiadores e inóspitos do mundo. O clima
inclemente, a vegetação espinhosa, o terreno árido e pedregoso e a
escassez de água levam o combatente ao limite de sua capacidade física e
psicológica. O treinamento especial para superar tantas adversidades
desse ambiente operacional, fazem do combatente de Caatinga um militar
diferenciado.
O Comandante do 72º BI Mtz, Tenente-Coronel Antonio Anísio Oliveira Leite,
enfatiza o fato de os militares que desenvolvem a doutrina de operações
na Caatinga serem os mesmos que ministram as instruções aos
estagiários, uniformizando técnicas e procedimentos. "O CIOpC é de suma
importância para o Batalhão. Além de preparar o nosso próprio efetivo,
também instruímos anualmente militares de tropas especializadas,
particularmente da Brigada Paraquedista e Brigada Leve", acrescenta.
São realizados de 12 a 14 estágios por ano, formando mais de 400 combatentes. O Instrutor-Chefe do CIOpC, Major Leonardo Sampaio Leite,
destaca a importância de a maior parte das instruções ocorrerem na
Fazenda Tanque do Ferro. "Trata-se de um grande meio contribuinte no
processo ensino-aprendizagem, por ter uma imensa área do bioma Caatinga
preservado. Dessa forma, as atividades são desenvolvidas mais próximas
da realidade, otimizando a formação militar", justifica.
Histórico
Os primeiros movimentos para a criação
do Estágio de Caatinga foram dados em 1984. No ano seguinte, ocorreu o
primeiro Estágio de Operações na Caatinga, com uma semana de duração. Já
em 1996, após uma série de trocas de experiências, aconteceu o primeiro
Estágio de Adaptação e Operações na Caatinga, com duração de duas
semanas, nos moldes do que ocorre atualmente. Por fim, uma Portaria do
Estado-Maior do Exército, de 21 de dezembro de 2005, estabeleceu as
diretrizes para a implantação do CIOpC, importante passo para o
aprimoramento da doutrina de formação do combatente de Caatinga.