Registro fotográfico Diana Maia, autorizado pela paciente |
A dona de casa Rosilda Pereira Porto de 26 anos, residente em Grão Mogol/Norte de Minas, registrou na tarde deste domingo 29.04, um Boletim de Ocorrência, acusando uma equipe de profissionais do Hospital da Santa Casa, por negligência, após sua filha nascer morta.
A Polícia Militar foi acionada via Copom, por voltas das 15h47, que compareceu no hospital para registrar o fato.
Muito debilitada, emocionada pela lembrança do bebê, ao lado de sua amiga e acompanhante à estudante de enfermagem Patrícia Duarte dos Santos, Rosilda, relatou sua tristeza e a dor, antes de passar por uma cesariana.
A estudante de enfermagem Patrícia Duarte, informou que mesmo acostumada a assistir outros partos, presenciou a mas horrível cena de sua vida, ao assistir o parto da amiga, devido ao sofrimento e a situação a qual Rosilda foi exposta.
Para o Blog Jornalismo Imparcial, já no início da noite, Rosilda e Patrícia informaram que houve sim negligência.
"Houve um descaso total com a minha amiga, porque nós conversamos com os médicos, ela deu entrada no hospital no dia 27.04, uma hora da manhã, quando foi às 11;00 horas do mesmo dia, eles internaram ela para fazer o parto, estando ela com 05 cm de dilatação, aí foi informado, ao médico que ela não tinha dilatação o suficiente para ganhar o bebê, pois o primeiro bebê dela, para nascer, foi necessário fazer uma cesária, não tendo passagem nem dilatação suficiente para ganhar o neném.Eles falaram que não podiam fazer a cesaria, e que iriam tentar o normal, já que ela, estava começando a dilatar, e aí ela ficou até as 23 horas da noite, passou por novas avaliações de profissionais, novamente foi informado o que aconteceu na outra gravidez, e que o outro filho dela, não chegou a morrer, mas teve problema no nascimento, tendo que ficar internado por dez dias, por ter engolido líquido tendo que tomar antibiótico".
Patrícia ainda falou ao Blog, que a médica informou que não podia fazer cesariana, porque ela estava evoluindo normalmente para o quadro normal.No entanto segundo ela, quando chegou em 07 centímentros, não houve mais dilatação.
O Blog Jornalismo Imparcial, perguntou da Patrícia, em que momento a equipe verificou os batimentos cardíacos da criança e perceberam a necessidade de fazer uma cesariana.
Patrícia: " regularmente estava sendo verificado os batimentos da criança, aí chegou uma hora que vieram para aplicar o soro para induzir o parto com ocitocina , mas Rosilda, informou que não daria conta de ter normal, estava sem força, saindo a enfermeira chateada e anotando na prescrição que ela não quis,fazendo as anotações, foi quando chegou o acadêmico de enfermagem, aí pediu para falar depois sobre o soro, pois tinha que avaliar os batimentos do neném que já estava na hora.
Quando ele avaliou, já não tinha mais batimentos,não encontrou os batimentos do neném, chamou a médica responsável, para avaliar ainda sobre o coração, foi chamada uma outra médica, que estava junta, todos eles trocaram os equipamentos, para ver se era o equipamento que estava com problema, aí conseguiram achar o batimento do neném, nessa hora mandaram ela, para sala de parto.
A estudante de enfermagem Patrícia, disse que não chegou a entrar no início do parto, pois não permitiram a sua entrada, só depois, e que a cena que assistiu foi a cena mais horrível de sua vida.
"Quando eu cheguei lá, já tinham cortado a barriga dela, não estavam encontrando o neném, continuaram cortando a barriga dela com a tesoura, aí enfiaram a mão mesmo, para achar o neném.
Nossa! Naquele momento eu comecei a passar mal, eu queria sair da sala mesmo, mas queria ver o neném nascer, estava preocupada, me segurei na cadeira, pois queria saber se ele estava bem.Aí tiraram o neném, lá de dentro, já não tinha reação nenhuma, o neném não mostrava que tinha respiração, colocaram ele lá em cima para cortar o cordão umbilical, após cortarem o cordão, ele continuou imóvel, aí levaram ele para o berço aquecido.
Quando levaram para o berço aquecido, fizeram todos os procedimentos para reanimação neonatal, mas aí não tinha jeito, a criança tinha entrado em óbito na barriga da mãe.
Patrícia, relatou que a mãe ainda está muito abalada, a família em Grão Mogol está muito revoltada, pois a criança, estava sendo esperada com muito amor, fizeram chá de bebê, o pai teve que fazer um empréstimo para poder pagar a ultrassom, que nem chegaram avaliar, é uma família muito humilde.
A estudante Patrícia, relatou que devido a cena presenciada, já estava muito atordoada com o acontecimentos, e que a família pretende entrar na justiça, para processar o hospital, pois houve negligência, foi avisado o estado da paciente, nós levamos todos os exames, que ela fez, eles nem quiseram olhar os exames, foram muitas horas de sofrimento, ela chegou a ter hemorragia, na mesa de parto, aí eles conseguiram controlar, foi uma cena que não desejo, que ninguém veja.
Nesse domingo por volta das 13horas, foi dada alta para a paciente, no entanto até as 20 horas da noite, a paciente ainda se encontrava no hospital aguardando transporte, para retornar à Grão Mogol.
Na troca de plantão os enfermeiros pediram da estudante de enfermagem Patrícia, algum telefone de contato para solicitar ambulância, informando que possivelmente só na manhã desta segunda feira 30.04, seria possível o deslocamento da ambulância de Grão Mogol para Montes Claros.
Rosilda no início da noite sentia dores pelo seu corpo, mas como estava de alta, não estava podendo receber nova medicação, no entanto, ao ser relatado sua situação para a nova equipe plantonista, foi aplicada dipirona e feito o curativo na região da cirurgia.
recebendo dipirona para aliviar as dores |
Ainda na noite desse domingo (29), o Blog Jornalismo Imparcial fez contato via telefone com o Prefeito Hamilton Nascimento, conhecido como Cuta, muito educado, reportou que não tinha conhecimento da real situação da paciente Rosilda que reside em Grão Mogol, faltou uma boa comunicação.
Prometeu que estava enviando um veículo particular para buscar a dona de casa Rosilda, nessa data (29) e que solidarizava com a situação vivenciada pela jovem mãe.
Rosilda foi orientada ainda no hospital, por uma funcionária, a relatar os fatos, na ouvidoria do hospital.
Na declaração de óbito, foi registrado que a criança nasceu pesando três quilos e quatrocentos gramas, diagnosticado sofrimento fetal agudo.
O natimorto, foi enterrado no sábado no cemitério municipal de Grão Mogol.