Um
dos destaques da reunião ordinária da Câmara de Vereadores, desta
terça-feira (05), em Montes Claros, foi o abastecimento de água na maior
cidade do Norte de Minas.
Depois do anúncio no corte da água pela
Copasa, o que era uma suspeita agora virou problema de fato. Foram
centenas as reclamações recebidas e apresentadas pelos parlamentares.
Um vereador do (PPS) afirma que a Copasa poderia ter evitado esse
colapso no abastecimento de água com a construção da Barragem de
Congonhas, por exemplo.
Segundo ainda o vereador Sóter Magno, desde
2010 foi feito o alerta, que faltaria
água em Montes Claros.
“Várias
entidades se uniram, estudaram e apontaram que sob todos os aspectos a
viabilidade seria a barragem, que além de garantir o abastecimento
para mais de um milhão
de montes-clarenses, servirá ainda, na condição de açude de uso
múltiplo, para geração de energia elétrica, irrigação,
turismo, controle de cheias.
Ação tanto do rio Congonhas quanto do
Rio Verde Grande”, descreve o vereador.
O
Vereador e Presidente da Casa, Cláudio Prates afirmou que o momento não
é de encontrar culpados e sim de buscar soluções. Como medida urgente
para evitar um colapso hídrico ele sugere que a Prefeitura de Montes
Claros decrete estado de emergência.
“Alguns
bairros só terão água no dia 7 de setembro. São 100 mil pessoas de 43
bairros sem o abastecimento devido, segundo a Companhia, a realização de
procedimentos operacionais realizados pela empresa. A justificativa é
assegurar que a água chegue aos bairros na parte mais alta. A prioridade
será o abastecimento de água para o consumo humano. Com o esforço de
todos, acredito que vamos conseguir ultrapassar esse momento desafiador.
Além do racionamento de água, é necessária a tomada de medidas, a
curto, médio e longo prazo, para a garantia da segurança hídrica. Nós
vereadores vamos nos unir para tentar solucionar essa celeuma”, diz o
presidente.
Desconto na conta para quem economizar
O Presidente da Câmara esteve, na Capital Mineira, e apresentou à Copasa uma medida de descontos para quem economizasse a água.
“Não
precisamos inventar a roda. Em São Paulo a ação deu certo quando eles
passaram pelo problema referente ao nosso, porque aqui não daria certo? A
(Sabesp) naquela época deu desconto de 30% na conta com o objetivo de
incentivar a queda no consumo por causa da falta de chuva, que reduziu o
nível das represas do sistema Cantareira. A estratégia paulista era
similar à usada em 2004, quando já houve desconto na conta para quem
economizou água. Não incorreria despesas e sim redução no consumo. Os
reservatórios ficariam com níveis satisfatórios. Ate porque esperamos um
período de chuva nos próximos meses”, afirma Cláudio Prates, otimista
em ter seu pedido atendido pelo Copasa.
A Copasa
Bairros sem água em Montes Claros:
Alice
Maia, Alto São João, Barcelona Parque, Bela Vista, Cândida Câmara,
Chiquinho Guimarães, Cintra, Conjunto José Correa Machado, Dona
Gregória, Edgar Pereira, Floresta, Funcionários, Grande Maracanã,
Ibituruna, Jaraguá I, Lourdes, Mangues, Morada do Sol, Nossa Senhora das
Graças, Nova Morada, Panorama I, Panorama II, Renascença, Residencial
Vila do Cedro, Sagrada Família, Santa Cecília, Santa Rita I e II, São
José, São Luiz, Tancredo Neves, Todos os Santos II, Vila Antônio
Narciso, Vila Atlântica, Vila Campos, Vila Exposição, Vila Ipê, Vila
João Gordo, Vila Mauriceia, Vila Oliveira, Vila Regina, Vila Santa Maria
e Vila Tiradentes.
Segundo
a Copasa, Montes Claros tem racionamento desde 1º de outubro de 2015.
Todo o processo é monitorado e fiscalizado pela Agencia Reguladora de
Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado
de Minas Gerais (ARSAE-MG), afirma o Superintendente Regional da
Companhia, Roberto Botelho.
“Toda
medida adotada na cidade tem informação prévia na Arsae-MG. O
racionamento, inclusive é monitorado. Nosso reservatório de Juramento,
que tem outorga de 1.100 litros por segundo está conseguindo captar
somente 370 litros por segundo. A vida útil desse reservatório é até
agosto/setembro de 2018. Por isso, definimos por captar do Rio Pacuí,
que o projeto compreende em duas etapas. A primeira vai captar 345
litros por segundo até meados do ano que vem. A segunda fase vai buscar
água no Rio São Francisco, em Ibiaí, num prazo de dois anos. Pelo
espaço curto de tempo que escolhemos essa ação. Congonhas e Jequitaí são
obras federais. Congonhas teve a licitação cancelada e se priorizada
demoraria até seis anos. Jequitaí tem um problema fundiário e com
licitação e finalização seria até quatro anos, sendo muito otimista.
Estudamos ainda Jaíba, que também tem uma extensão grande e iria
demandar mais tempo que |Pacuí. Precisamos de um cirto espaço de tempo
por causa da escassez hídrica”, garantiu Roberto.
Imagem: Carlos Brito |
Economize água
Tome banhos rápidos e feche a torneira ao ensaboar;
- lave a louça de uma vez e feche a torneira ao ensaboar;
- não lave a calçada e o quintal, use a vassoura;
- ao lavar o carro, use um balde;
- acumule roupas para lavar na máquina de uma vez só;
- deixe a torneira fechada ao escovar os dentes e fazer barba.
Outro fator que colabora para o desperdício de água são os vazamentos.