Agência Força Aérea, por Ten Cristiane dos Santos
O II Seminário Internacional de Sistemas de Combate foi realizado nesta
segunda-feira (01/04), no Rio de Janeiro (RJ). O evento, promovido pela
Revista Força Aérea em parceria com a FAB, tratou do novo vetor de
combate, o F-39 Gripen, e contou com a presença do Comandante da
Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez;
do Comandante da Força Aérea Sueca, Major-General Mats Helgesson; além
de oficiais-generais e oficiais das Forças Armadas Brasileiras.
Quatro palestrantes falaram sobre os assuntos relacionados ao novo jato.
O Major Aviador Nadav Even, da Força Aérea Israelense, abordou o
emprego do datalink em combate. “Quando pensamos em caças,
temos três objetivos: melhorar a eficiência da operação, manter a
sobrevivência e aumentar a capacidade letal. A coleta de dados é o
primeiro passo para atingir esses objetivos. Ainda, depois de coletar as
informações, é preciso processar, fundir e distribuí-las em uma
interface automática”, ressaltou.
Segundo o oficial, atualmente, as informações são projetadas para o
piloto e ele tem que decidir o que é importante. “A proposta é que o datalink permita
a conectividade de dados, como acontece nas redes sociais, onde é
possível compartilhar conhecimento de forma automática. Estamos falando
em compartilhar dados como nível de combustível, quantidade de flyer, ameaças, modo de navegação, por exemplo”, complementou.
O Tenente-Coronel Jacobus Boschoff tratou
sobre as contramedidas eletrônicas da nova aeronave da FAB. O
palestrante abordou os sistemas de missão tática voltados para a
consciência situacional. “Nós precisamos ter a capacidade realçada, pois
temos um espaço aéreo congestionado. É muita informação; precisamos
ajudar o piloto na tomada de decisão e otimizar o combate efetivo”,
afirmou.
O Comandante da Escola de Voo da Força
Aérea Sueca, Tenente-Coronel Aviador Jonas Rohlén, abordou o treinamento
de pilotos de caça, que é obrigatório para todos os militares
oficiais suecos. O palestrante apresentou os critérios de seleção e
formação dos pilotos e destacou a preparação tanto dos alunos quanto dos
instrutores. "Nós queremos que os instrutores conheçam cada indivíduo e
saibam até onde podem chegar. Aumentamos a dificuldade das tarefas,
visando atingi-las com sucesso e autoconfiança, sem promover estresse
desnecessário. É importante o instrutor se conhecer e conhecer o seu
aluno para compreender a necessidade dele”, ressaltou.
O seminário ainda contou com a palestra do
Major Aviador Jonas Jakobsson, piloto de ensaios em voo do Gripen, que
explanou sobre displays, configurações e capacidades da aeronave.
O Chefe da Terceira Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica,
Major-Brigadeiro do Ar Jefson Borges, acompanhou o evento e fez um
balanço positivo. “Muito interessante como os temas tratados foram
correlacionados: a fusão de dados, a transferência de informações entre
as aeronaves, a análise de elementos, a formação dos pilotos, o
funcionamento da guerra eletrônica do Gripen e, por fim, a apresentação
dos dados. Tudo isso é muito importante para a sociedade entender as
capacidades que a nova aquisição da FAB trará para o país”, concluiu.