Jornalismo Imparcial
A classe
artística de Montes Claros está de luto, desde a partida repentina do poeta, performer, cineasta e profissional da área da saúde,
Adilson Cardoso, que Faleceu neste sábado, 16 de
novembro, vítima de um mal súbito. O
poeta, que agora é memória, tinha uma relação umbilical com a arte e a
cultura da cidade. Foi catopê de fila no Terno de São Benedito e um dos
homenageados na edição comemorativa de 30 anos do Psiu Poético, evento
que sempre contou com sua participação.
O
escritor Anelito de Oliveira, em sua página no Facebook, escreveu sobre a
morte de Adilson: “o poeta, performer, profissional da área de saúde,
era um grande exemplo de cidadania negra num tempo
e lugar intolerantes. Tinha compromisso verdadeiro com a vivência e
defesa de valores humanitários, colocando-se sempre com a altivez das
grandes almas. Manifestou-se aqui nesta plataforma respeitosamente em
relação a mim várias vezes. Tudo que posso dizer
agora é que nele vi sempre um irmão admirável, da esfera de um Aroldo
Pereira e um Lídio Ita Blue, e jamais poderia pensar que partiria tão
cedo, às vésperas do dia da famigerada consciência negra. Valeu,
Adilson!”
Na mesma plataforma, Anelito publicou um poema-homenagem para Adilson:
SEM MAIS NEM MENOS
A Adilson Cardoso
Tanta vida, tanta luz,
E de repente a morte,
Sem mais nem menos,
Assim: um apagão
E de repente a morte,
Sem mais nem menos,
Assim: um apagão
Tanta humanidade
E, de repente, a morte,
Sem mais nem menos,
Assim: uma agressão
E, de repente, a morte,
Sem mais nem menos,
Assim: uma agressão
Tanta solidariedade
E, de repente, a morte,
Sem mais nem menos,
Assim: uma suspensão.
E, de repente, a morte,
Sem mais nem menos,
Assim: uma suspensão.
Mas o que é a morte
Diante do que a morte
Não pode matar, do que
Se ergue além da vida?
Diante do que a morte
Não pode matar, do que
Se ergue além da vida?
Mas o que é a morte
Diante da verdade mais
Simples, da alegria de
Criança sonho coração?
Diante da verdade mais
Simples, da alegria de
Criança sonho coração?
A morte abraça você
Agora, Adilson, mas não
Matará sua voz, o som
Do seu riso, a sua graça.
Agora, Adilson, mas não
Matará sua voz, o som
Do seu riso, a sua graça.
A morte, coisa tão bruta,
Passa, passará, você não.
Você segue vivo na luta,
Poeta negro nosso irmão.
Passa, passará, você não.
Você segue vivo na luta,
Poeta negro nosso irmão.