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Após 17 dias trabalhando na missão de buscas e de ajuda humanitária na Turquia, país devastado por terremotos, os bombeiros militares mineiros que compuseram à comitiva brasileira retornaram a Minas Gerais neste sábado (25).
A equipe mineira, composta pelos militares do CBMMG capitão Tiago Silva Costa, tenente Leonan Soares Pereira, sargento William Lopes Tristão, sargento Leonardo Costa Pereira, cabo Vitor Bruno Alves de Oliveira, foi chefiada pelo major Heitor Aguiar Mendonça, subcomandante do Bemad. Ainda na Missão Brasileira, integraram as equipes dos bombeiros de São Paulo e Espírito Santo, que decolaram no avião da Força Aérea Brasileira, no dia 8 de fevereiro, e permaneceram empenhados nas buscas por sobreviventes até esta quarta-feira (22/2), quando encerrou o prazo do decreto brasileiro.
Pela terceira vez, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), figura no cenário internacional de ajuda humanitária em países que foram assolados por desastres naturais, podendo exercer seu maior propósito que é de salvar e valorizar vidas. Mesmo em meio a tantos desafios de uma terra tão diversa e com cultura peculiar, nossos militares puderam contribuir com o resgate de entes queridos retirados dos escombros e devolvidos ao seio familiar para a devida despedida e encerramento de ciclo.
A equipe brasileira se mobilizou, no primeiro momento, para atendimento à população, principalmente, no distrito de Samdamag, 30 Km de Hatay e 30 Km da Síria, epicentro do terremoto. Dezenas de sítios foram verificados pelos militares brasileiros. As edificações parcialmente colapsadas pelo primeiro sismo vieram ao chão, obstruindo vias e deixando centenas de feridos na região.
Comoção
Um dos momentos mais difíceis do ponto de vista emocional foi o trabalho de retiradas de vítimas em Kahramanmaras, em dois conjuntos de edificações residenciais totalmente colapsadas pelo terremoto, para a recuperação de duas vítimas fatais.
Os bombeiros de Minas trabalharam por sete horas na retirada de uma criança de quatro anos, infelizmente sem vida. Um trabalho extremamente difícil devido às circunstâncias da edificação, um prédio de vários andares com várias lajes sobrepostas e a criança, chamada Abidu, estava praticamente de pé. No dia seguinte, nossos bombeiros trabalharam conjuntamente com as outras equipes brasileiras na retirada do pai e do irmão do garotinho, concluindo assim a recuperação da última vítima da família.
O ato de remoção das vítimas envolve uma questão cultural muito delicada, pois os agentes de busca não podem tocar nos corpos. Somente os familiares podem encostar nas vítimas e encaminhá-los para o ritual de despedida.
O privilégio de ajudar
Algumas situações da cultura local tornaram as ações de resgate mais complicadas, além das próprias dificuldades da missão em si. No entanto, em comum, além das bagagens, eles trazem de volta aprendizados e a certeza de que apesar do peso da profissão, eles também estão cada vez mais convictos de que a missão de salvar vidas e ajudar a diminuir a dor e o sofrimento de um país assolado pela força da natureza é o mais sublime privilégio.
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