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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Perfil desejável do líder político

General do Exército Brasileiro Alberto Mendes Cardoso 
Os militares que ora estão entrando na política partidária desbravarão as circunstâncias descritas no artigo “Ensinamentos da Liderança Militar”, já publicado no EBlog - blog oficial do Exército Brasileiro, abrindo caminho com o terçado do caráter. Eles ainda estarão enfrentando a atual cultura política do País, cujos padrões nem sempre estimulam um quadro ético propício ao bem e às condutas morais boas, mas os instrumentos à disposição dar-lhe-ão condições para vencer esse bom combate.
A parte maior da solução do problema foge ao escopo  do artigo, porém cabe citá-la porque depende muito de decisões de líderes políticos: educação do povo; processo continuado de desenvolvimento da convicção democrática, discernimento, espírito crítico, consciência de corresponsabilidade comunitária e percepção da importância do controle dos eleitos. A outra parte é pessoal e tem que ser resolvida pelo político desejoso de ser um líder ético que afronte determinados maus costumes dessa cultura.
O político idealista, adepto da ética da convicção mesclada com a da boa responsabilidade, pode apoiar-se nos esteios que se seguem. Seja liberal, seja conservador – tanto no pensamento econômico como nos costumes –, ele deve possuir, praticar e defender:
- Compromisso com a democracia representativa e a Constituição Federal.
- Respeito à independência e às competências dos três Poderes da República e do Ministério Público, e à harmonia entre eles.
 - Compreensão da natureza permanente do Estado e temporária dos governos. Distinção entre políticas de Estado e de governo.
  - Compreensão da imperiosidade da segregação de interesses, partidários ou pessoais, dos assuntos de Estado. Zelo pela não contaminação da gestão da economia pelos interesses partidários.
- Compreensão da macroeconomia e da interação entre política economia. Vale dizer: respeitando os limites que caracterizam o capitalismo, o Estado deve facilitar ao setor privado o atingimento das metas recomendadas pela política econômica.
- Priorização dos valores éticos de sua convicção quando se vir em conflito com valores condicionados pelos resultados eleitorais, típicos da cultura política. Repúdio ao conceito de que os fins justificam os meios à custa da ética.Compreensão de que poder institucional e autoridade são delegações populares; e, não, propriedade pessoal.
-  Paixão pela Política. Vocação extremada para servir à coletividade por meio do cargo público. Repúdio a servir-se pessoalmente do cargo e de transformá-lo em chamariz de eleitores em busca de benesses do Estado.
-  Não aceitação do clientelismo e nepotismo. Aversão à sucessão política patriarcal, entendendo que o mandato popular não é um bem familiar ou de apaniguados.
-  Consistência da história pessoal e do compromisso com ela. Procedimento coerente com o que propala. Consciência de que é um formador de opinião e multiplicador de ideias.
-  Franqueza e apego à verdade, convicto de que a meia verdade é a própria mentira inteira.
-  Moral ilibada, probidade, inteireza de caráter, competência e perseverança que respaldem sua intenção e capacidade para aplicação dos princípios da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
-  Aptidão para a gestão pública; espírito empreendedor; e primazia da consciência sobre o ego na gestão pública.
-  Bom uso da lógica; argumentação persuasiva pura, sem tendenciosidade, dissimulação ou manipulação; e disposição para o contraditório e atitude respeitosa no debate.
-  Capacidade de acesso à informação e de interpretação, análise e integração das inovações e dos novos conhecimentos, tendências e fatos.
-  Visão estratégica e compreensão pragmática do mundo e das oportunidades de inserção internacional do País.
- Patriotismo e pragmatismo nas relações exteriores. Acato à preeminência dos interesses nacionais e da soberania ante todos os fatores das relações externas, inclusive os ideológicos.
-  Conhecimento da história do País, do Estado Federado e do município; e capacidade de aplicá-la na solução de situações-problema.
-  Defesa intransigente da unidade territorial e da Nação.
A lista de atributos é rigorosa demais? É utópica? Fantasiosa? Fruto de idealização? Penso que possa ser qualificada como se encontra no Aurélio para uma das acepções de ideal: “a síntese de tudo a que aspiramos, de toda perfeição que concebemos ou se pode conceber”. Representa, pois, o perfil ideal.
General de Exército Reformado. Aspirante-a-oficial de Infantaria em 1962. Comandou a Companhia de Cadetes do 4º Ano de Infantaria em 1973, o Curso de Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras, o 11º Batalhão de Infantaria de Montanha, o Corpo de Cadetes da AMAN e a 2ª Brigada de Infantaria. Chefiou o Sistema de Ciência e Tecnologia do Exército, quando sua equipe planejou e implantou a fusão das Secretarias de C&T e de Tecnologia da Informação, criando-se o Departamento de Ciência e Tecnologia; autor do livro “Os 13 momentos da arte da guerra - uma visão brasileira da obra de Sun Tzu”, Editora Record; professor de estratégia, liderança e planejamento de estratégias em curso de pós-graduação, de 2006 a 2010; Professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército;membro do Conselho Consultivo do Instituto Meira Mattos e editor-chefe da revista do IMM.
De 1995 a 1999, foi ministro-chefe da Casa Militar da Presidência da República e, de 1999 a 2002, do Gabinete de Segurança Institucional. Nesse período, sua equipe criou e implantou o Gabinete de Segurança Institucional, a Agência Brasileira de Inteligência, a Secretaria de Acompanhamento e Estudos Institucionais, o Gabinete de Prevenção e Gerenciamento de Crises, o Programa de Integração e Acompanhamento de Políticas Sociais para Enfrentamento dos Indutores de Violência, a Secretaria Nacional Antidrogas, a Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo – a qual presidiu –, a Secretaria Executiva do Conselho de Defesa Nacional e o primeiro Plano Nacional de Segurança Pública. Fez parte do grupo de ministros que, por determinação do Presidente da República, planejou a criação do Ministério da Defesa.


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