Estudo foi realizado pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) e apresenta mudanças estruturais de segurança no meio cibernético
Por Tenente Letícia FariaAs novas ameaças, decorrentes dos avanços tecnológicos, estão cada vez mais prováveis. Nesse contexto, a Defesa Cibernética vem se estabelecendo como atividade fundamental para ampliar o Poder Aeroespacial em prol do Poder Militar. Para tanto, é necessária atuação ampliada e qualificada para proteção, exploração e ataque cibernéticos, capacidades essas que darão segurança aos meios do Sistema de Controle do Espaço Aéreo, às Atividades Espaciais e da Defesa do Espaço Aéreo.
A Concepção Estratégica “Força Aérea 100”, que estabelece a visão da Força Aérea Brasileira (FAB) ao completar 100 anos de sua criação, destaca que o ambiente cibernético é um dos domínios nos quais a FAB possui especial interesse, sendo essencial para sua operação. Para isso, o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) realizou um estudo, que objetivou a implantação em duas fases. Na primeira fase, o Núcleo do Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (NuCDCAER) será implantado na estrutura organizacional do Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR) e, na segunda fase, serão realizadas medidas administrativas com vistas à desativação do NuCDCAER, e à ativação do Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCAER).
Em novembro de 2020, a Universidade da Força Aérea (UNIFA) em parceria com Fundação Getúlio Vargas (FGV) Projetos realizou o II Seminário de Segurança e Defesa Cibernética, com foco nos desafios da Defesa Cibernética na Projeção Espacial Brasileira. Neste Webinar, o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, ressaltou que “há uma necessidade constante, por parte da defesa cibernética, de um monitoramento – de 24 horas, por sete dias na semana – de toda a rede de dados que requer equipamento e pessoal qualificado em alerta contínuo, devido ao alto valor agregado das atividades aeroespaciais”, afirmou o Oficial-General.
As possibilidades apresentadas no estudo, que teve duração de um ano e seis meses, resultaram em uma solução economicamente viável, razoável e de fácil implementação inicial na estrutura organizacional do Comando da Aeronáutica (COMAER). A primeira fase, que tem prazo até junho de 2022 para total implantação, será destinada à seleção e capacitação de pessoal, às redistribuições de tarefas não relacionadas à Defesa Cibernética e ao incremento da capacidade de proteção cibernética, bem como ao estabelecimento de um Sistema de Defesa Cibernética da Aeronáutica.
O Chefe da Terceira Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar João Campos Ferreira Filho, destaca a importância das novas implantações. “Precisamos de um Centro que aglutine todas as atividades da Defesa Cibernética, a Proteção, o Ataque e a Exploração Cibernética, de modo que ele seja o órgão central do Sistema de Defesa Cibernética da nossa Força”, garante o Major-Brigadeiro Campos.
O Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR) terá atuação inicial neste processo e vai centralizar meios para potencializar a capacidade das ações de Defesa Cibernética em benefício do cumprimento da missão do COMAER. Além disso, será ativada uma Comissão de Implantação, que terá por objetivo coordenar, supervisionar e gerir as ações que resultarão na ativação do CDCAER.