Durante dois meses, nove instituições integraram a operação de combate à criminalidade e irregularidades na região do Lago de Furnas; ações foram coordenadas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública
Moradores e visitantes das regiões do Lago de Furnas - a maior extensão de água do estado, com 1.440 km² - contaram com os trabalhos das forças de segurança de Minas Gerais e instituições parceiras, que se uniram ao longo de dois meses na Operação Mar de Minas II. Desde 17 de fevereiro, mais de 395 profissionais de nove instituições integraram as ações de combate à criminalidade, em 153 municípios que circundam o lago. As equipes atuaram em pontos aquáticos e terrestres – inclusive na fiscalização de veículos aéreos. O sucesso da operação, que está em sua segunda edição, é fruto da integração e alinhamento de todos os envolvidos no combate à criminalidade em Minas Gerais.
O grupo finalizou os trabalhos neste domingo (9/4). Nessa última semana teve início a denominada Semana D das atividades - quando há compilação de dados e reforço nas ações. Ao longo da Semana D, a carreta do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), ficou estacionada em locais estratégicos, como ponto focal das frentes de atuação, que contaram com o apoio de drones e cães comandados pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais.
Participaram da ação: Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal, Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marinha do Brasil, Agência Nacional de Aviação Civil, Polícia Federal e Receita Federal. A coordenação e integração das forças foi da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Pela pasta, além da área de Integração e Planejamento Operacional, responsável pela coordenação direta da ação, a Superintendência de Inteligência e Integração da Informação, o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) e o Sistema Socioeducativo também participaram das diligências.
“A integração das forças de segurança em Minas é um exemplo nacional. Os alcances das operações integradas no estado mostram a importância dessa união de esforços, que tem conquistado outros parceiros”, destacou o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, presente no briefing realizado no último sábado (8/4), em Capitólio.
Resultados alcançados
Ao longo da Operação Mar de Minas II os profissionais apreenderam mais de dois milhões de reais em produtos e 600 unidades de drogas, sendo 6,5 kg de cloridrato de cocaína. Para os deslocamentos foram empenhadas 105 viaturas e 10 embarcações. As instituições apreenderam 121 armas de fogo, 33 armas brancas e 17 simulacros. O analista-tributário da Receita Federal, Júlio Cesar Rufato Rodrigues, informou que “além da presença fiscal, a Receita Federal atuou, em parceria, fiscalizando em rodovias e comércios da região”.
Nas frentes preventivas e repressivas, 862 pessoas foram abordadas, 72 autuadas por dirigirem embriagadas, 47 por recusarem o teste do etilômetro e 651 autos de infração aplicados. Foram 757 veículos fiscalizados; 630 foram apreendidos e 47 veículos foram recuperados. “As ações preventivas e de repressão qualificada são fundamentais para que mineiros e turistas possam se sentir seguros e usufruam das belezas oferecidas pelo nosso estado, proporcionando prosperidade ao turismo. Oferecer uma segurança de qualidade, reconhecida no país, é motivo de orgulho”, observou o diretor de Operações da Polícia Militar, Cel. Flávio Godinho.
Foram presas e/ou conduzidas e autuadas 745 pessoas e 34 jovens apreendidos. A Polícia Civil também lavrou mais de mil Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO), instaurou 2.424 inquéritos e concluiu outros 2.521. “A Polícia Civil participou ativamente da Operação Mar de Minas II, exercendo sua função constitucional de polícia judiciária, bem como realizando ações operacionais ao lado das demais forças de segurança”, disse a delegada-geral Letícia Gamboge, chefe da Polícia Civil de Minas Gerais.
A Marinha do Brasil, por meio da Delegacia Fluvial de Furnas, tomou frente nas ações de fiscalização do tráfego aquaviário: 655 embarcações foram fiscalizadas, 36 notificadas e cinco embarcações foram apreendidas. Dos condutores abordados, 13 estavam inabilitados e um estava embriagado. Cinco bares flutuantes foram notificados e um local foi interditado. "Durante toda a operação a Marinha alcançou números expressivos em abordagens, notificações e apreensões. Trabalhamos, em conjunto com as outras forças, para a salvaguarda das vidas humanas e prevenção à poluição hídrica”, contou o delegado Fluvial de Furnas, Pablo Salgado.
Além das atuações nos pontos terrestres, a Polícia Federal fez incursões conjuntas nas abordagens aquáticas. “A PF tem a sua atribuição de polícia marítima. É importante trazer segurança à população não só nas estradas, mas também nos ambientes aquáticos”, observou o agente de Polícia Federal Fábio Foschetti.
A participação do Corpo de Bombeiros contribuiu com a segurança e a integridade física das pessoas que frequentam a região do Lago de Furnas. “Nossa instituição atua também na orientação e prevenção de acidentes aquáticos, além de garantir a proteção dos agentes envolvidos na operação. Dessa forma, o estado se faz presente por meio das forças de segurança, trabalhando ativamente em prol do bem-estar dos turistas e da comunidade local”, pontuou o Cel. Erlon Dias do Nascimento Botelho, comandante-geral do Corpo de Bombeiros.
Já as fiscalizações dos veículos aéreos foram comandadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), com 24 aeronaves inspecionadas, 23 aeronautas e 16 locais fiscalizados. Para Cláudio Beschizza Ianelli, superintendente de Ação Fiscal da ANAC, "a presença da agência reguladora foi imprescindível para verificar o cumprimento das normas de segurança, o que refletiu no êxito da operação, com todas as aeronaves e operadores aprovados para realizar voos com segurança".
A ANAC e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) somaram forças nesta nova edição. Nos trabalhos em prol do meio ambiente, ocorreram 1.220 fiscalizações, resultando em 371 autos de infração, 163 apreensões e 183 atividades suspensas/embargadas. "Essa união de esforços foi essencial para o sucesso da Operação Mar de Minas II, que atuou de forma assertiva para coibir a pesca ilegal em um período marcado pelo aumento das infrações ambientais nos rios do estado, devido à quaresma", avaliou o subsecretário de Fiscalização Ambiental da Semad, Alexandre Leal.
Ampliação
A primeira Operação Mar de Minas ocorreu em setembro de 2022. Devido ao sucesso da iniciativa, este ano foi lançada a segunda edição, com a ampliação do período de ação, do número de instituições integrantes e das áreas de abrangência. A nova etapa contempla as Regiões Integradas de Segurança Pública (Risps) 6, 7 e 18.