Brasília (DF) – O Exército Brasileiro atua na linha de frente do combate às queimadas em sete estados brasileiros: Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará, Rondônia e em São Paulo, onde as atividades foram concluídas. As operações mobilizam militares e equipamentos especializados de quatro Comandos Militares de Área, que atuam em ações coordenadas com outras agências governamentais.
Em consonância com suas atribuições constitucionais, o Exército desempenha um papel que transcende a defesa nacional, englobando ações subsidiárias essenciais para o desenvolvimento do País e para o suporte à Defesa Civil. Neste cenário, a Força reafirma seu compromisso com a preservação ambiental e com a segurança nacional, desenvolvendo uma série de operações para combater as queimadas que atingem o território brasileiro, fruto de sua disponibilidade permanente e dedicação exclusiva de seus militares.
As ações são orientadas à salvaguarda da vida humana e da biodiversidade, englobando atividades críticas de busca e salvamento em áreas de difícil acesso e apoio logístico a brigadistas e outras agências especializadas.
Operação Pantanal II _ Nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Exército lidera a Operação Pantanal II, ativada em 27 de junho. Na região, o Comando Conjunto Pantanal opera por mais de 80 dias diuturnamente no combate direto aos incêndios florestais e no apoio a brigadistas.
Em dois meses de operação, os esforços conjuntos do Exército, Marinha e Força Aérea alcançaram resultados significativos. Mais de 1 milhão de litros de água foram lançados sobre as chamas, com cerca de 500 militares trabalham diariamente nos combate aos incêndios. O Exército também provê o apoio logístico aos brigadistas, fornecendo hospedagens e levando alimentação a áreas de difícil acesso.
A tropa também atua no resgate de animais silvestres, como um tamanduá resgatado no Posto de Proteção Ambiental Santo André e uma anta resgatada na reserva de São Francisco Perigara, a 215 km de Cuiabá, após um pedido de ajuda. As queimadas têm causado graves danos aos animais, que tentam fugir do fogo. Essas são algumas das ações que acontecem paralelamente ao combate das chamas na região, graças ao empenho de militares do Comando Militar do Oeste, preparados para atuar em situações extremas, em apoio aos combatentes do fogo.
Operação Tocantins
No Tocantins, 190 militares do Exército passaram a reforçar o combate contra os incêndios florestais a partir do dia 15 de setembro. A Operação Tocantins também é um esforço conjunto das Forças Armadas com as autoridades locais para conter as chamas que ameaçam a biodiversidade na região. A operação conta com militares especializados do 22º Batalhão de Infantaria Mecanizado e do 50º Batalhão de Infantaria de Selva, que atuam na Ilha do Bananal e na região do Bico do Papagaio.
Apoio no Estado do Pará
O Comando Militar do Norte (CMN) mobilizou suas tropas em uma operação de grande escala para combater incêndios florestais que assolam municípios do Pará e do Tocantins. Desde 13 de setembro, a 23ª Brigada de Infantaria de Selva, atuando como Força de Prontidão e Emprego Estratégico do Exército, emprega de recursos substanciais, incluindo helicóptero, tratores, caminhões-pipa e veículos de transporte frente as queimadas.
As tropas do CMN atuam não apenas no combate direto aos focos de incêndio, mas também fornecem apoio logístico em áreas de difícil acesso. Um foco especial da operação é o combate ao incêndio na Terra Indígena Mãe Maria, no sudeste do Pará, onde os militares trabalham em colaboração com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil.
Amazônia Ocidental
Em Rondônia, o Exército Brasileiro intensificou suas ações de preservação ambiental com a mobilização de tropas da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, subordinada ao Comando Militar da Amazônia (CMA). Como parte da Operação Ágata, estes militares foram destacados para conter incêndios criminosos nas áreas dos Parques Nacional Mapinguari e Estadual de Guajará-Mirim, regiões de alta importância ecológica.
Além disso, o CMA expandiu seu apoio logístico a partir de Porto Velho (RO), coordenando o transporte de brigadistas e equipamentos essenciais para operações em várias frentes na Amazônia. Estas ações abrangem áreas críticas no sul do Pará e norte do Tocantins, bem como operações ao longo de importantes rodovias da região, incluindo a BR-163 (AM), a Rodovia Transamazônica BR-230 (AM), BR-319 (AM), BR-364 (RO) e BR-317 (AC).
São Paulo
No final de agosto, o interior de São Paulo registrou incêndios em várias cidades. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou 2.316 focos de fogo no estado, um aumento em comparação aos 352 incidentes registrados no mesmo período do ano anterior. A situação levou à mobilização do Exército Brasileiro, com as tropas do Comando Militar do Sudeste, para apoiar o Corpo de Bombeiros no combate aos incêndios.
A crise afetou 36 cidades, que entraram em estado de alerta, sendo 17 delas atingidas diretamente pelo incêndio. A colaboração entre as forças militares e as agências paulistas contribuiu para o controle das chamas. Os esforços se concentraram em áreas como a região de Ribeirão Preto, conhecida pelo setor sucroalcooleiro, visando proteger os recursos econômicos do país.
A atuação do Exército queimadas em sete estados do país atestam a capacidade de rápida mobilização e emprego de suas tropas em todo o território nacional.