Durante o inquérito policial o delegado da Homicídio, informou que representou pela decretação da prisão temporária entendendo que havia necessidade de cautelamento pelo risco de novo tentado, a justiça indeferiu.
Fotos Sarah Matias |
Montes Claros/MG - Nesta quinta-feira (16/12), aconteceu pela manhã na 11ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), uma coletiva de imprensa, que reuniu a cúpula da Segurança Pública, composta pelo delegado chefe do 11º Departamento de Polícia Civil, delegado-geral Jurandir Rodrigues César Filho, o Delegado Titular da Delegacia de Homicídios, Bruno Rezende da Silveira e o Coronel Fernando Augusto Alves Ferreira , Comandante do Corpo de Bombeiros do 7º Batalhão Militar, no Norte de Minas.
Na pauta do dia, foi reportado sobre a conclusão do inquérito policial envolvendo o autor confesso subtenente Izaac Martins de Andrade, que efetuou 12 disparos com sua arma de fogo, atingindo a vítima Daniel França com (9) tiros. O caso aconteceu no dia 27 de outubro de 2021 no bairro São José, em um bar, gerando grande repercussão em todo o estado de Minas Gerais, causando indignação na sociedade.
De acordo com o que foi relatado pelo delegado Bruno Rezende, da Delegacia de Homicídios, o autor teria efetuado disparos contra a vítima, alegando mágoas do passado envolvendo a imagem de sua filha.
Contudo, o delegado deixou bem claro para a imprensa, que esta hipótese foi descartada nas investigações, já que foi comprovado que não houve qualquer tipo de crime contra a dignidade sexual da menor como importunação sexual, estupro de vulnerável, violência sexual ou provas materiais de fotos da época, celulares e troca de conversa, quando ambos eram menores.
A família de Daniel, alega que a filha do militar, na época com 10 anos, era apaixonada pelo rapaz, e que mentia a idade inclusive nas redes sociais. E que a vítima percebendo a intenção da menor, bloqueou de imediato evitando ter contato, o que deixava a menor inconformada com as tentativas frustradas.
Ainda, foi informado pelo delegado, que os pais da menor, tinha conhecimento das ações da filha. E que o militar declarou está arrependido.
SOBRE O BOMBEIRO MILITAR
Na oitiva que aconteceu, o militar informou a justiça, que o jovem teria feito um movimento suspeito, e que por isso, teria atirado, em legítima defesa. No entanto foi comprovado que a vítima não reagiu, caindo por terra os argumentos.
O delegado Bruno Rezende, durante a coletiva, informou que a esposa do militar que aparece nos vídeos, praticando injúrias e difamação em relação a vítima, ela não responde por homicídio, pois as ações dela foi registrado em vídeo, mostrando que tentou tirar o autor, momento antes do disparo, por homicídio não responderá. No entanto pelas agressões verbais, poderá a vir responder, caso seja solicitado pela justiça.
No dia do crime, o bombeiro, juntamente com sua mulher, se exaltaram sendo registrado as cenas pelo circuito interno do bar, e circulado nas redes sociais.
AS TESTEMUNHAS
O delegado ouviu as testemunhas que estavam presentes no local, onde todas declararam que o jovem aparentava estar tranquilo, e que o bombeiro, acompanhado de sua esposa e filha se exaltaram, no momento exato em que Daniel retira-se do local e o bombeiro o segue posteriormente, efetuando assim os disparos.
A CORPORAÇÃO CBMMG
Em resposta ao Blog Jornalismo Imparcial sobre a atual condição psicológica do bombeiro militar, de está trabalhando normalmente, o Comandante do Corpo de Bombeiros Militar do 7º Batalhão de Montes Claros, Fernando Augusto Alves Ferreira, informou que este foi afastado das atividades de rua e foi recolocado no setor administrativo, e até o presente momento, segue realizando seu trabalho na corporação. O oficial informou ainda, que este foi um caso isolado, que está sendo tratado de forma imparcial e que todas as medidas administrativas foram realizadas.
A FAMÍLIA DE DANIEL
A família do jovem ficou do lado de fora da Risp, erguendo cartazes, balões brancos, faixas e fazendo um clamor, pedindo justiça sobre o caso.
A família da vítima, disse que está impotente diante da situação de Daniel, que depende de ajuda de familiares para tomar banho, se alimentar dentre outras atividades básicas do ser humano. A família pretende nos próximos dias, mobilizar toda a sociedade, através de uma caminhada por toda a cidade, cobrar do Ministério Público Justiça, e que o militar seja recolhido ao sistema prisional, e assim não caia no esquecimento a injustiça feita a vítima que sobreviveu por um milagre de Deus, relatou a prima Jhoyce Silva Pereira.Além disso, os familiares fizeram um apelo ao Secretário de Segurança Pública, Rogério Grecco, para que acompanhe este caso e não se repita com outras famílias.