O autor é oficial da Arma de Artilharia e foi formado pela Academia
Militar das Agulhas Negras no ano de 1999. Realizou o Curso de Comando e
Estado-Maior do Exército (ECEME) nos anos de 2014-2015. Após o curso da ECEME,
foi instrutor da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO) nos anos de
2016-2017, quando foi designado para ser Assessor no Colégio Interamericano de
Defesa, em Washington D.C., Estados Unidos da América. Atualmente, o militar é
instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).
Por Tenente Coronel Maurício Lopes de Oliveira
O coronavírus é uma família de vírus que causa infecções
respiratórias. A doença, chamada de COVID-19, surgiu na China no final do ano
passado e se alastrou por todo o mundo, provocando mortes e incertezas para os
cientistas e profissionais de saúde de países mais desenvolvidos na área da
Medicina como EUA, França, Israel, China e Alemanha.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) caracterizou o evento
como pandemia pelo fato da doença estar amplamente disseminada em todos os
continentes atualmente. É uma doença sem precedentes para a qual o mundo
enfrenta o desafio de encontrar um remédio ou uma vacina de forma a reduzir o
isolamento social tão necessário para se evitar um grande número de pessoas
doentes, o que causaria colapso do sistema de saúde de qualquer país.
Países como Itália, Espanha e França estão no ápice da
crise epidemiológica e apresentam saturação em seus sistemas de saúde, já que a
Europa é o centro da pandemia nos dias atuais. Já o Brasil vem aprendendo com
as lições ocorridas nos primeiros países que sofreram com a doença como China,
Coréia do Sul e a própria Itália.
Nota-se que quase todos os países estão enfrentando a
pandemia com a diminuição da circulação de pessoas nas ruas das cidades, já que
a doença é altamente transmissível e invisível, permanecendo dias em uma pessoa
assintomática, mas com capacidade de disseminação para outras ao seu redor.
Ressalta-se, ainda, a necessidade das nações buscarem
soluções que aliem isolamento social com a não destruição da sua economia ou
que evite falta de abastecimento para a sua população.
Todos os países que se encontram no enfrentamento do vírus
estão empregando as suas Forças Armadas para ajudar na crise com vistas a
realizar o controle da transmissão. No Brasil, essa assertiva não será
diferente. As Forças Armadas, particularmente o Exército Brasileiro, não se
furtarão, mais uma vez, em ajudar a nação neste momento de crise. A expertise em
lidar com problemas inéditos e complexos demonstra a capacidade
técnica-profissional da Instituição em participar do processo de combate ao
vírus.
Algumas decisões no Ministério da Defesa e no Exército
Brasileiro, como a emissão de Diretrizes iniciais para a prevenção à doença e
normatização de protocolos de ações, já foram realizadas e estão em prática.
Essas normas foram fundamentais para a proteção do militar e de seus
familiares, sendo práticas em consonância com as orientações emanadas pelo
Ministério da Saúde.
A Portaria n º 334, de 20 de Março de 2020, do Comandante
do Exército, designou os Comandantes dos Comandos Conjuntos da Operação
COVID-19, o que facilitará o comando e controle das missões específicas a serem
realizadas nas áreas de atuação preestabelecidas. Uma série de missões poderá
ser solicitada por órgãos do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, por
intermédio do Ministério da Defesa, como a ajuda aos órgãos de segurança
públicas locais; a montagem e operação de hospitais de campanha, a
descontaminação de locais e materiais, o controle da circulação de pessoas nas
ruas; o apoio na área médica e científica; o estudo de pesquisa conjunta com
outros órgãos e a fabricação de medicamentos para um tratamento eficaz; a
Garantia da Lei e da Ordem em grandes centros urbanos; a ajuda em campanhas de
doação de sangue; a possível distribuição de medicamentos ou ajuda em futuras
campanhas de vacinação; a garantia no abastecimento de itens básicos para a
população, dentre outras.
Percebe-se que o desafio será imenso, porém a tenacidade
do Soldado de Caxias está pronta a manter a esperança da população brasileira
e, com perseverança e responsabilidade, ajudará o Brasil a vencer o obstáculo
que ora se apresenta. A presença de pessoal especializado e capacitado será
fator de sucesso nas missões que se apresentarão. O Soldado Brasileiro será
valente e incansável nesta empreitada, comunicando os valores e as tradições do
nosso Exército.
Por fim, o sucesso do País no enfrentamento da doença
passará pela participação efetiva das Forças Armadas e particularmente do
Exército Brasileiro nas missões que se apresentarão.