A Força Aérea Brasileira (FAB) participou da Conferência “Future Combat Air and Space Capabilities” (FCAS23), evento de grande relevância para o planejamento estratégico do Poder Aeroespacial, realizado em Londres, nos dias 23 e 24/05. O evento contou com a participação de autoridades da Defesa do Reino Unido, de planejadores estratégicos de Forças Aéreas de vários países, de gerentes de programas e de líderes de empresas e indústrias internacionais. Representando a FAB, participaram das atividades o Adido Aeronáutico da Inglaterra e Noruega, Coronel Aviador Cyro André Cruz, e o Tenente-Coronel Aviador Fabrício Ferreira de Sá.
Os palestrantes destacaram dados e análises dos conflitos armados atuais, assim como a importância da sinergia procedente da interoperabilidade para a identificação de vulnerabilidades de defesa e das capacidades necessárias para a contraposição de ameaças e de desafios da Guerra Multidomínio, visando traçar a direção estratégica para o desenvolvimento das capacidades aeroespaciais. No mesmo sentido, foi apresentada a operacionalização do espaço e a importância do desenvolvimento de capacidades para a proteção, defesa e integração do domínio aeroespacial. Para os especialistas do evento, considerando os cenários contemporâneos e prospectivos da Guerra Multidomínio, o ponto de maior relevância seria o desenvolvimento da capacidade de “resiliência” da Força, ou seja, a rápida recuperação dos poderes de defesa, somado à habilidade de gerir ameaças, mudanças e danos.
O Coronel Aviador Cyro falou sobre a importância de discutir sobre o Poder Aeroespacial. “O desenvolvimento de capacidades para a Guerra Multidomínio, principalmente as relacionadas à resiliência, mostrou-se fundamental para que os efeitos dimensionados sejam atingidos de forma eficiente pelo Poder Aeroespacial”, destacou. O Tenente-Coronel Sá palestrou sobre o preparo para a Guerra Multidomínio por meio do Planejamento Estratégico do Poder Aeroespacial. Dentre os tópicos apresentados no painel, foram apontadas as vantagens estratégicas do Controle Aeroespacial e da negação de área na guerra moderna, a interoperabilidade e os efeitos desejados nas operações multidomínio e a importância em identificar, de forma precisa, as lacunas de capacidades para uma correta assessoria na tomada de decisão.
“O poder aeroespacial pode produzir efeitos em todos os domínios da guerra. Em tempo de paz, o desenvolvimento das capacidades aeroespaciais fortalece as ações em apoio ao Estado. O Planejamento Baseado em Capacidades (PBC) é a metodologia de planejamento estratégico em consolidação na FAB e busca identificar as capacidades necessárias para a contraposição dos desafios em uma ampla gama de cenários prospectivos, para identificar as lacunas, propor soluções e equilibrar as capacidades, considerando ainda limites tecnológicos e orçamentários”, afirmou o Oficial.
A conferência foi organizada pela Royal Aeronautical Society (RAeS). Fundada em 1866, a Sociedade tem estado na vanguarda dos desenvolvimentos aeroespaciais, buscando promover os mais altos padrões profissionais e fornecer um fórum central para o compartilhamento de conhecimento.
* Com informação Força Aérea Brasileira