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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Três práticas da liderança militar a serem incorporadas por todos os líderes

 


Por General de Divisão R1 Joarez Alves Pereira Junior 

A liderança militar possui características próprias que a diferem, em alguns aspectos, da liderança exercida em outros ambientes. Boa parte delas está relacionada às peculiaridades da realidade profissional dos militares e das exigências da guerra, ocasião em que a liderança é um dos fatores fundamentais à motivação para o combate, bem como para o sucesso no conflito.

Dentre as principais características, destacam-se três que merecem ser praticadas por diferentes líderes: estar presente, ser exemplo e exercer a liderança em todos os níveis. Não se pretende afirmar que sejam práticas ignoradas pelos líderes civis, mas, em muitos casos, não são exercidas com tanta intensidade.

Estar presente

As raízes da possibilidade (e mesmo da necessidade) da presença do comandante, líder da sua fração, próximo da tropa remontam às guerras antigas. A organização em blocos compactos de guerreiros facilitava a aproximação do líder do seu grupo. A presença de líderes consagrados na História à frente de suas tropas mudou o curso de várias batalhas e, até hoje, é tida como uma forma de intervir no combate, apesar de toda a tecnologia e do espaçamento do campo de batalha moderno.

Portanto, desde cedo, ainda nas escolas de formação dos futuros líderes militares, essa prática é incentivada e exigida. Os recém-formados sargentos e aspirantes a oficial, no dia a dia dos quartéis, estarão junto de seus grupos ou de seus pelotões. E essa prática se estende ao longo da carreira até atingir os mais altos postos. Nada substitui o “olho no olho” e o fazer junto.

Algumas rotinas castrenses retratam e evidenciam o valor atribuído à presença do comandante, tais como as marchas e manobras militares, as formaturas e paradas militares, as inspeções da tropa pelo chefe, as visitas de autoridades militares e, até mesmo, as confraternizações para a celebração de datas importantes, que estimulam a presença do chefe próximo dos subordinados.

O estar presente permite ao líder conhecer mais amiúde os seus subordinados e entender suas realidades, o potencial e as limitações de cada um. E, ao compreender melhor os membros do seu grupo, o líder é capaz de ajudar a melhorar o desempenho individual, percebendo o que cada integrante tem de melhor a oferecer em proveito do coletivo.

Fazer-se presente facilita, ainda, o exercício de um dos fundamentos basilares para consolidar-se como líder: aplicar a justiça na medida adequada. Punir e recompensar de forma justa e, com isso, ganhar a confiança do grupo. Tudo para desenvolver o sentido de equipe e enaltecer o compromisso e o sacrifício compartilhados que geram o espírito de corpo, tão salutar à instituição militar.

Ser exemplo

“Nada é tão contagioso como o exemplo.” Essa frase do nobre francês do século XVII, François La Rochefoucauld, simplifica, com exatidão, a importância do exemplo. E, logicamente, no aspecto do exemplo praticado pelo líder, referimo-nos ao bom exemplo.

Nas escolas militares de formação é ensinado que o futuro oficial e o futuro sargento exercerão influência sobre suas frações e irão liderar seus subordinados pelo exemplo. Para esse grupo, não se aplica o adágio popular “faça ou que eu digo e não faça o que eu faço”.

E para ser exemplo é preciso, antes de mais nada, ser exigente consigo mesmo, o que não é nada fácil. O primeiro passo é conhecer-se a si próprio, ou seja, com muita honestidade e clareza de pensamento, exercitar o autoconhecimento. Benjamin Franklin afirmou que “existem três coisas extremamente duras: o aço, o diamante e o autoconhecimento”. Conhecer a si mesmo é a base para conhecer seus defeitos. E, depois de conhecidos, é preciso disposição, coragem e disciplina para poder corrigi-los.

Para se dar o exemplo, o bom exemplo, faz-se necessária a retidão de caráter. O líder tem que praticar aquilo que exige do grupo. Nada é tão desastroso como dizer uma coisa e fazer outra, colocando em prática o oposto do que se prega. A falta de coerência agride o subordinado e destrói a confiança, sem a qual não se lidera.

Liderança em todos os níveis

A primeira observação a ser feita é a afirmação do óbvio: a carreira militar é uma carreira. O início se dá, para os praças, como 3º sargento, e para os oficiais, como aspirante a oficial. Para poder ascender à graduação ou ao posto seguinte, são necessários tempo mínimo de permanência no posto atual e capacitação profissional, muitas das vezes com a realização de cursos obrigatórios. Somente ao final da carreira, em processo que privilegia o mérito, pode-se atingir os postos mais elevados. Não existe concurso que permita o acesso imediato ao topo. Chegar lá é a conquista de uma vida profissional.

Desde o início da carreira, é preciso que o militar esteja preparado não somente para comandar sua pequena fração, mas também liderá-la. Dentre os vários aspectos que colaboram para a motivação e o sucesso no combate, a liderança é um dos mais destacados. É nesse sentido que as escolas militares de formação investem na formação não apenas de bons comandantes, mas vão além na formação de líderes.

O líder de pequeno escalão exerce a liderança direta em contato com o grupo. Conforme o militar ascende na carreira e recebe o comando de frações maiores, continua exercendo a liderança, mas, cada vez mais, de maneira indireta, por intermédio dos líderes de menor escalão. Esse líder mais maduro, além de exercer a liderança, tem também o papel de líder formador, de líder “coaching” dos líderes intermediários. E, portanto, a sua responsabilidade aumenta.

O resultado é que a presença de líderes em toda a estrutura militar, em diferentes escalões de emprego, torna a liderança muito mais efetiva e próxima dos liderados. O papel do líder, assim, cresce de forma exponencial.

E este é mais um modelo de sucesso, um diferencial da liderança militar a ser assimilado por diferentes grupos sociais e empresariais na dinâmica da busca pelo melhor desempenho de todos.

Para concluir, cada vez mais tem sido destacada a importância do líder para a condução de diferentes grupos sociais. A profissão militar, historicamente, é onde mais se manifesta a imperiosa necessidade do exercício da liderança. Dentre as várias características do líder militar, três delas foram destacadas neste artigo pela importância que exercem na formação desse líder, sendo temas obrigatórios da liderança nas escolas de formação profissional do Exército.

A visão que o artigo procurou trazer é que essas três características – estar presente, ser exemplo e liderança em todos os níveis – merecem ser difundidas e exercitadas por líderes de diferentes organizações civis, na busca da maior efetividade dos resultados esperados nos trabalhos de diferentes grupos sociais e profissionais.

 SOBRE O AUTOR

Formado na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 1982. Cursou a Escola de Comando e Estado-Maior (ECEME) em 1997/98. No exterior realizou o Curso Básico de Inteligência, no Forte Huachuca; o Curso da Escola de Guerra, no War College; e o Curso de Política e Estratégia da National Defense University; todos nos Estados Unidos da América. Foi instrutor da AMAN e da ECEME e comandou a Escola de Administração do Exército e Colégio Militar de Salvador. Exerceu a função de Adjunto do Adido do Exército junto à Embaixada do Brasil em Washington. Comandou a 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Bagé-RS e a 6ª Região Militar, em Salvador-BA. Foi Subchefe do Estado-Maior do Exército para Assuntos Internacionais. Exerceu, como última função no serviço ativo, a Vice Chefia do Departamento de Educação e Cultura do Exército. Atualmente é o Coordenador Executivo do Grupo de Trabalho que irá realizar o planejamento.



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