O projeto prevê a construção de um complexo de formação militar na região metropolitana do Recife até o ano de 2034. A área onde será implantada a escola é a do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante, que já pertence ao Exército Brasileiro. Em 2022, além do lançamento da pedra fundamental da nova instituição, foram deflagrados os planejamentos gerenciais e o Plano Diretor que definirá o desenho das instalações. Essa primeira fase de levantamentos técnicos inclui, ainda, a obtenção de licenças ambientais. Estima-se que as obras se iniciem por volta de 2027 e que gerem cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos.
Atualmente, a formação dos sargentos do Exército tem a duração de dois anos e acontece em 16 organizações militares espalhadas pelo Brasil. O primeiro ano do curso de formação acontece em 13 unidades diferentes, chamadas de Unidades Escolas Tecnológicas do Exército. Em seu segundo ano de formação, os alunos são encaminhados, conforme sua especialidade, à Escola de Sargentos das Armas, Escola de Sargentos de Logística, ou Centro de Instrução de Aviação do Exército. Com a nova escola, toda a formação estará concentrada em um único estabelecimento de ensino.
A escolha do local
A região metropolitana do Recife foi escolhida após um processo de seleção dividido em diversas etapas e com participação de outras 15 cidades. De acordo com o gerente do subprograma da Escola de Sargentos do Exército, General de Divisão Veterano Joarez, foram estabelecidos diversos critérios para a escolha do local que receberá a Escola.
"O primeiro critério era que o local possuísse área compatível para a construção das instalações escolares e de apoio à família militar, algo em torno de 200 hectares. O segundo era que, além dessa área, houvesse um espaço contíguo que permitisse o estabelecimento de um campo de instrução. O terceiro critério era que o local deveria estar próximo a um município de médio ou grande porte, para que houvesse a integração acadêmica do ensino da escola com os institutos tecnológicos da região, e que houvesse condições de suporte à estrutura familiar dos militares".
Além de atender aos critérios acima, Recife foi selecionada por possuir clima favorável a instruções militares, por ter estruturas já ligadas ao Exército Brasileiro, como hospital e colégio militar, e ainda por ter um aeroporto comercial com voos frequentes. Também contribuiu para a escolha a disposição do Governo do Estado em investir em obras de infraestruturas necessárias para a Escola – iniciativa oficializada por um Acordo de Cooperação. No fim de março de 2023, o projeto foi um dos temas centrais de um evento realizado em Pernambuco para pesquisadores, estudantes e representantes do governo, do setor produtivo e do Exército Brasileiro.
Benefícios
Segundo o General Joarez, a centralização trará benefícios para a formação do sargento, como um ensino mais homogêneo e melhor desenvolvimento do espírito de turma. O gerente do subprograma destacou que o projeto vai além da construção de novas instalações. "A nova escola implica a obtenção de materiais mais modernos, agregados a instalações apropriadas para o desenvolvimento de todas as atividades previstas para a formação do sargento. A proximidade da cidade de Recife também permitirá a interação com o mundo civil acadêmico. Os alunos serão formados em um ambiente modelar, que servirá de inspiração para ser reproduzido no corpo de tropa".
Cuidado com o meio ambiente
Com vasta área verde situada nas proximidades de perímetros urbanizados, o local da nova Escola de Sargentos é constituído por Mata Atlântica preservada pelo próprio Exército. E de acordo com o General Joarez, a construção da nova escola será completamente alinhada com as exigências de preservação ambiental da legislação brasileira. "Na década de 1940, quando a área passou a ser administrada pelo Exército, tratavam-se de campos de pastagens e plantação da cana-de-açúcar. Graças ao uso consciente e sustentável, hoje é uma das maiores áreas de reflorestamento de Mata Atlântica. O Exército Brasileiro sabe da importância do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante para a preservação desse bioma".
O gestor do subprograma indica que há planejamento para retornos ambientais positivos para a região. "Pretende-se que sejam restabelecidos corredores ecológicos, revitalizadas nascentes e cursos d’água, além da utilização de modernas técnicas de sustentabilidade para a execução das obras".