Uma força-tarefa composta pela Receita Estadual, Ministério Público e Polícia Militar de Minas Gerais deflagrou, nas primeiras horas desta quinta-feira (7/4), a operação Hangover, de combate ao crime de sonegação fiscal. Ao todo, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Montes Claros, Brasília de Minas, Monte Azul e Salinas, na região Norte do estado.
Os alvos da operação são 14 empresas que atuam no setor de bebidas quentes e sete pessoas físicas, entre mentores e beneficiados pelo esquema de sonegação montado.
Segundo as investigações, a fraude consistia na associação de empresas de representação comercial, transporte de mercadorias e revenda de bebidas. Vinculadas a indústrias de bebidas localizadas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, os representantes comerciais envolvidos no esquema simulavam a venda dos produtos para empresas de estados da região Norte do país. Porém, essas mercadorias eram, na verdade, destinadas para as empresas mineiras alvos da operação.
O valor de cerca de R$ 10 milhões de imposto não recolhido aos cofres públicos de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo foi repartido entre os participantes da fraude, que também prejudicavam outros empresários do setor em função da concorrência desleal.
A operação teve como ponto de partida um trabalho de inteligência em curso no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), que investiga indícios de lavagem de dinheiro e ocultação de bens provenientes do tráfico de drogas e contrabando. Ao que tudo indica, esses crimes são praticados por pessoas vinculadas às mesmas empresas de transporte de cargas responsáveis pela logística de distribuição das bebidas quentes (vinhos, conhaques etc) no esquema de sonegação fiscal deflagrado pela força-tarefa.
A operação Hangover contou com a participação de 53 servidores da Receita Estadual, seis promotores de Justiça, três servidores do Ministério Público e 58 policiais militares.
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