Atividade de profissionalização visa oferecer um futuro longe da criminalidade, quando deixarem a internação; curso terá duração de dois meses e 160 horas/aula
Fotos Sejusp |
Em 160 horas de aula, distribuídas em pouco mais de dois meses, jovens internados no Centro Socioeducativo de Patrocínio, no Alto Paranaíba, estão sendo preparados para atuar como assistentes financeiros. A iniciativa é fruto de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e é realizada diariamente, de 19 às 22 horas, de modo totalmente online e dentro da própria unidade.
Durante a capacitação, os jovens aprendem a organizar e executar atividades relacionadas a contas a pagar e a receber, controle e movimentação bancária, acompanhamento de fluxo de caixa e de lançamentos contábeis para controle de execução orçamentária, entre outras habilidades.Renato Santos*, 19 anos, por sua vez, diz gostar mesmo é da vida no campo. Já fez alguns cursos na unidade e o que mais gostou foi o de corte de gado. “Fui criado no campo, mexendo com bicho, e acho que lá é onde eu me sinto mais feliz. Estou gostando muito deste curso porque estou aprendendo a lidar com finanças e isso ajuda tanto para a nossa vida pessoal, quanto para o trabalho. Sinto que tenho me tornado mais qualificado para conseguir uma boa vaga de emprego quando sair daqui”, detalhou.
Já José Felipe*, de 18 anos, está internado há 10 meses e contou que este é o primeiro curso profissionalizante que está fazendo na vida. “Eu nunca tive a oportunidade de pensar em fazer algo assim. Está me ajudando a compreender muita coisa e a perceber que posso, sim, ter chances no mercado de trabalho e não me envolver mais na criminalidade. Estou gostando muito”.
O curso de assistente financeiro teve início no dia 10 de maio e tem previsão de conclusão em 17 de julho. Além dele, a unidade socioeducativa oferece cerca de 50 outros cursos de capacitação pela plataforma da Uaitec. Todos os treinamentos têm como objetivo facilitar o ingresso no mercado de trabalho e dar novas oportunidades para os jovens acautelados.
* Os nomes são fictícios para preservar a identidade dos adolescentes, conforme recomendação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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