sexta-feira, 11 de junho de 2021

Em Minas, cem mulheres em situação de vulnerabilidade participam do TransformAction e têm a chance de recomeçar pós violência doméstica

 Projeto é uma iniciativa da Secretaria de Segurança Pública, em parceria com a Embaixada Americana. Mulheres de baixa renda estão sendo capacitadas para aprender um novo ofício

Divulgação Sejusp

 “Eu quase perdi a minha casa e os meus filhos. Foi o Mediação de Conflitos que me acolheu, me ajudou a sair de uma situação de violência e segue me dando suporte para seguir outra vida”. Essa é Raquel Maria da Silva, moradora do bairro Jardim Leblon, que sofreu com a violência doméstica e, agora, está se profissionalizando por meio do curso de Auxiliar Administrativo, com ênfase em Personal Organizer, iniciado nesta semana.


Raquel está entre as cem mulheres de baixa renda, vítimas de violência doméstica, que são atendidas pelo Programa Mediação de Conflitos (PMC), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e estão tendo a chance de mudar de vida por meio do projeto TransformAction. Os cursos são promovidos pela Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade (Supec), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), e financiados pela Embaixada Americana.

Nesta semana foram iniciadas as primeiras aulas de uma série de quatro cursos. Uma média de 20 mulheres têm frequentado a primeira capacitação, que acontece das 13h às 17h, na Associação Mineira de Educação Continuada (Asmec), na capital. O encerramento desta primeira etapa está previsto para a próxima sexta-feira (18/6) e, logo em seguida, no dia 21, serão iniciadas as aulas de Costura Criativa, também com duas semanas de duração. Nas outras semanas serão ministrados os cursos de Culinária com Ênfase em Pizza e Snacks e, por último, Cabelereiro e de Maquiagem.

O projeto conta com um aporte financeiro de 22,4 mil dólares da Embaixada Americana, oriundos de um edital da instituição. A escolha do nome, TransformAction, traduz seu maior objetivo, que é transformar por meio da ação, e fazer dessas mulheres agentes de mudança de suas próprias vidas. A intenção é propiciar a oportunidade de ter uma profissão ou o próprio negócio, criando sua fonte de renda.

A capacitação

Os cursos foram escolhidos pelas próprias mulheres, por meio de uma pesquisa realizada pelo PMC com as vítimas de violência doméstica atendidas pelo programa. As capacitações estão previstas para se encerrar no dia 13 de agosto e a formatura será na primeira semana de setembro. As participantes são mulheres atendidas pelas Unidades de Prevenção à Criminalidade (UPCs) das comunidades Serra, Santa Lúcia, Cabana, Morro das Pedras, Pedreira Padro Lopes, Taquaril, Jardim Felicidade, Ribeiro de Abreu, Jardim Leblon, Vila Cemig e Vila Pinho.
 
Segundo a subsecretária de Prevenção à Criminalidade da Sejusp, Andreza Gomes, a decisão de capacitar essas mulheres vítimas de violência doméstica vem do problema de muitas dependerem financeiramente dos agressores, o que contribui para a perpetuação da violência. “É uma grande oportunidade para cem mulheres que vivem essa situação de vulnerabilidade. Quanto mais autônomas as mulheres são, menores são os riscos de elas sofrerem violência. Então escolhemos cursos profissionalizantes pela necessidade de elas se qualificarem e gerarem renda, sendo então um fator emancipador na situação em que vivem”, explicou.

Todas as inscritas receberam um kit de material didático para acompanhar as aulas, composto de uma camisa do projeto, caderno, pasta, entre outros itens escolares. Elas também recebem vale transporte diário, para que possam se deslocar das suas casas sem nenhum custo. Ao final da formação, as concluintes receberão um kit básico com equipamentos e produtos, de acordo com o curso escolhido, para que possam iniciar o próprio negócio. Alunas do curso de maquiagem, por exemplo, receberão os produtos para começar a trabalhar assim que concluírem a formação.

Para a cônsul dos Estados Unidos em Belo Horizonte, Katherine Ordoñez, o apoio a iniciativas como essa faz parte do legado de união entre as nações. “O Escritório dos EUA em Belo Horizonte busca realizar projetos que trabalhem com valores e interesses compartilhados entre nossos países, e que possuam um impacto positivo na sociedade", destacou. A cônsul afirmou ainda que os Estados Unidos e o Brasil compartilham o compromisso de remover barreiras a oportunidades econômica, de educação, saúde e justiça para grupos historicamente marginalizados, incluindo mulheres e meninas. "Dentro desta temática de empoderamento feminino, em que já realizamos outras iniciativas, vimos a importância de apoiar esse projeto de combate à violência de gênero. Acreditamos que a capacitação e o empoderamento econômico dessas mulheres é essencial para que elas possam sair da situação de agressão”.

Além da prática: formação humana

Além da formação profissional, as mulheres também terão acesso a aulas de disciplinas humanas, como Direito das Mulheres e Comunicação Não-Violenta, Ensinando Mulheres sobre a Vida Profissional, A Importância de Ser Feliz com Você Mesma (Saúde e Autoestima) e Ensinando Mulheres sobre Educação Financeira.

“Não é somente profissionalizante. O projeto também tem uma parte voltada para a mulher enquanto mulher da sua vida, criando nelas o sentimento de equipe, mostrando seus direitos, preparando para o mercado de trabalho, e outros aprendizados que podem auxiliá-las a ter mais qualificação, mais autonomia, mais renda”, complementou Andreza.

As aulas teóricas e de formação humana têm sido as preferidas das mulheres. O ambiente da sala de aula é de grande descontração e surpresa, pois elas percebem que podem se abrir e dividir umas com as outras seus próprios dilemas. “Foi muito mais do que eu imaginava”, diz Alexsandra Eugênia Paulo Dias, 26 anos, moradora do Alto das Antenas, que esperava uma aula entediante. “Achei que ia chegar aqui e pegar uma apostila, olhar um slide e apenas escrever e ouvir. Mas pelo contrário, estou me sentindo abraçada, compreendida. O curso nos deu a oportunidade de falar também”.

O sentimento de sororidade está presente em todos os momentos e é muito importante para o fortalecimento delas. Jussara Borges da Silva, 39 anos, moradora do Morro Papagaio, já conhece o PMC há mais de três anos e, juntamente com o programa, já ajudou muitas mulheres a sair de situações de violência. “Eu passei por isso, consegui vencer e me sinto privilegiada em fazer parte do grupo e poder ajudar outras mulheres. Estar aqui compartilhando e ouvindo experiências é bem maior e melhor do que eu esperava. Quando a gente pensa em curso administrativo, pensa só na parte financeira. O trabalho é tão perfeito, está mexendo com a gente de dentro pra fora. É bem mais do que só administração.”

* Com informação Sejusp


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