Até o momento, mais de 23 mil máscaras já foram
produzidas pelos adolescentes em cumprimento de medidas de internação nas
unidades de todo o Estado
Da redação
Quatro adolescentes do Centro
Socioeducativo de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba, estão aprendendo a
costurar máscaras de tecido voltadas para a prevenção da covid-19. Os itens
confeccionados serão utilizados pelos servidores da unidade, pelos próprios
adolescentes e também serão entregues às famílias dos jovens nos dias de
visita.
Além de contribuir para a prevenção ao
vírus, os ensinamentos adquiridos com a atividade de costura poderão, ainda,
garantir uma profissão aos garotos quando deixarem a unidade. “Nós
vamos levar os conhecimentos aprendidos por muito tempo, além de mostrar para a
sociedade que sabemos fazer muitas coisas. Quero trabalhar com costura quando
voltar para a casa”, explica Arthur*.
A produção, que começou há pouco mais
de 15 dias, ainda está no início, mas a ideia é que aumente cada vez mais nos
próximos dias. Duas máquinas de costura contribuem para a atividade de
manufatura. Já foram confeccionadas 326 máscaras.
A oficina de corte e costura está sendo
desenvolvida pelos próprios servidores da unidade. A auxiliar de serviços
gerais, Irene Salviano, tem conhecimentos em costura e com a coordenação da
terapeuta ocupacional, Maraiza Ribeiro, repassa a teoria e a prática para os
jovens. Tudo com o suporte dos agentes socioeducativos, responsáveis por todo o
processo de segurança. A ideia é que, após a pandemia, o trabalho com o
seguimento têxtil continue.
“A oficina de máscaras permite a
utilização de espaços ociosos na unidade socioeducativa, melhora a autoestima,
proporciona autonomia, além de prepará-los para a ressocialização e
qualificá-los para o mercado de trabalho”, afirma a terapeuta ocupacional
Maraiza. Ela ainda acrescenta: “é notório o desenvolvimento no comportamento
dos participantes. Eles estão bem empenhados na produção”.
Para o diretor-geral do Centro
Socioeducativo de Patrocínio, Ronaldo de Oliveira, a adesão à produção foi
grande na unidade. “Além dos adolescentes, todos os servidores estão envolvidos
no projeto e querendo ajudar de alguma forma. Estão todos muito
empolgados”.
Produção em todo o Estado
A produção de máscaras no sistema
socioeducativo começou em Minas Gerais na unidade de Sete Lagoas, no final de
mês de abril, inicialmente com material descartável. De lá pra cá, mais oito
unidades, além de Patrocínio, iniciaram o projeto com tecido 100% algodão.
Mais de 23 mil máscaras já foram
produzidas nos Centros Socioeducativos de Sete Lagoas, Ribeirão das Neves,
Divinópolis, Unaí, Uberlândia, São Jerônimo, Santa Terezinha e Santa Clara (em
Belo Horizonte) e, agora, Patrocínio. Nos próximos dias, a produção se
expandirá para Uberaba e Patos de Minas.
*Nome fictício para preservar a
identidade do adolescente, conforme recomendação do Estatuto da Criança e do
Adolescente.