No dia 5 de maio, comemora-se o Dia
Nacional das Comunicações, uma homenagem ao Marechal Cândido Mariano da
Silva Rondon, considerado o Patrono das Comunicações no país, sendo um
dos principais responsáveis pela disseminação dos sistemas de
comunicação no Brasil.
Nascido em 5 de maio em 1865, em berço
humilde no estado do Mato Grosso, descendente de índios e órfão,
formou-se na escola normal em Cuiabá e, ainda muito jovem, demonstrou
interesse e dedicação pelos estudos. Aos dezesseis anos, optou pela
carreira das armas, ingressando na Escola Militar da Praia Vermelha, no
Rio de Janeiro.
Em sua trajetória como aluno,
desenvolveu robusta capacidade acadêmica e científica, amparada na
filosofia positivista, impulsionadora de suas ações durante toda sua
vida, em particular quanto à perspectiva de desenvolvimento nacional
aplicado aos segmentos populacionais mais vulneráveis.
Ainda jovem oficial, Rondon destacou-se
nas missões de construção de linhas telegráficas, particularmente em seu
estado natal, onde percebia as dificuldades e a importância de uma
efetiva integração do oeste brasileiro às demais regiões do país, àquela
época pouco desbravado.
Assim, naquele cenário desafiador,
enfrentou inúmeras adversidades, tais como o terreno acidentado e de
difícil progressão, as enfermidades às quais os membros de sua equipe
eram expostos e a carência de recursos materiais e financeiros. A
superação dessas dificuldades, graças à sua liderança participativa e ao
seu espírito determinado, fez dele um exemplo de conduta altruísta para
os homens de qualquer tempo.
Os trabalhos pioneiros, conduzidos sob
severas condições, tornaram-se referência nas delimitações territoriais e
nos mapeamentos geográficos de vastas áreas não exploradas da Amazônia.
Humanista e patriota, Rondon dedicou atenção especial à situação dos
povos indígenas, procurando protegê-los e integrá-los à realidade do
país, respeitando suas crenças e raízes ancestrais. Essa atitude única
foi sintetizada e eternizada pelo lema que adotou para suas expedições:
“Morrer, se preciso for! Matar, nunca!”.
Ao longo dos anos, até o final da década
de 1920, tais posturas e feitos, amplamente registrados nas épicas
expedições exploratórias e para a construção de linhas telegráficas que
contavam com sua participação e liderança, angariaram um prestigiado
reconhecimento internacional, inclusive com uma indicação para o Prêmio
Nobel da Paz em 1957.
Aos 90 anos de idade, por Lei Especial,
Rondon recebeu o título de Marechal, vindo a falecer três anos mais
tarde, em fevereiro de 1958, na cidade do Rio de Janeiro. Sua carreira e
vida, inspiradoras e honradas, merecidamente o elevaram à justa
condição de Patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro.
A Arma de Comunicações integra as
ligações necessárias entre os escalões do comando em tempo de paz e de
guerra. Sua atuação, essencial em todos os níveis de comando, define a
função de suporte ao processo decisório e, por essa razão, é a “Arma do
Comando” no Exército Brasileiro.
A história dos conflitos bélicos levou a
perceber a necessidade de comunicação entre o comandante e as tropas,
essencial fator para a vitória. A partir do uso pioneiro do telégrafo em
campanha pelo Marquês de Caxias na campanha da Tríplice Aliança,
passando pela criação da 1ª Companhia de Transmissões, junto à Força
Expedicionária Brasileira na 2ª Guerra Mundial, e seguindo pelos
inúmeros empregos em forças de paz, a Arma de Comunicações desempenha
papel de relevância inquestionável no que concerne à ligação do
comandante às tropas desdobradas em operações.
Atualmente, o controle do espectro
eletromagnético, realizado por meio das atividades de Guerra Eletrônica e
das ações de Defesa Cibernética, exige do militar de Comunicações
aprimoramento constante a fim de acompanhar a evolução da tecnologia e
da doutrina de emprego dessas capacidades em prol da Força Terrestre.
Comunicantes, orgulhem-se do seu passado
de glória e sigam com ardor as trilhas do seu Patrono, instalando,
explorando, protegendo e mantendo sistemas confiáveis de comunicações
para o bom cumprimento da missão do Exército.
Rondon!