Texto Cel Swami de Holanda Fontes_ Exército Brasileiro
As cores da nossa bandeira – verde,
amarelo, azul e branco – nos unem. Por quê? Graças aos portugueses,
conseguimos manter a unidade territorial deste grande País, o Brasil,
diferentemente da América espanhola que se fragmentou e formou inúmeros
países. A manutenção da unidade ocorreu de fato por meio da expansão
territorial brasileira, após a anulação do Tratado de Tordesilhas. As
terras mais afastadas do litoral foram ocupadas efetivamente pelos
colonos. Paralelo à conquista territorial, e em consequência da
definição dos limites fronteiriços, ocorreu a formação homogênea do povo
brasileiro, que teve sua origem em diferentes grupos étnicos, em
especial, no branco, negro e índio.
Fato marcante foram as batalhas travadas
nos montes Guararapes, entre 1648 e 1649, que culminaram com a expulsão
do invasor holandês, muito superiores em meios, armamentos e efetivo.
Esse foi o primeiro fato histórico que registra o surgimento da
nacionalidade brasileira. Do lado brasileiro, irmanados por um ideal, os
portugueses João Antônio Vieira, André Vidal de Negreiros e Francisco
Barreto de Meneses, o negro Henrique Dias e os chefes indígenas Filipe
Camarão e Diogo Pinheiro Camarão uniram-se, expondo os primeiros
sentimentos de nacionalidade. Essas personalidades foram fundamentais na
resistência contra os holandeses.
Aproximadamente 170 anos depois, durante
o processo de independência do Brasil, mais uma vez a unidade
territorial e a união do povo foram colocadas à prova. Neste momento
surgiu o ilustre brasileiro Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de
Caxias, que lutou contra os portugueses, em 1823, para ajudar a
consolidar a nossa independência.
Caxias sempre demonstrou competência
para solucionar conflitos. Durante a vida, na condição de militar da
ativa, enfrentou várias revoltas por todo o País, entre elas, a
Balaiada, as Revoltas Liberais e a Revolução Farroupilha. Sob seu
comando, o Exército do Brasil derrotou a Confederação Argentina em 1851,
na Guerra do Prata. No posto de Marechal, liderou as forças brasileiras
na Guerra do Paraguai, evento do qual também saiu vitorioso. Um dos
responsáveis pela integração do território nacional e consolidação da
soberania, possuía um perfil militar por natureza. Soldado corajoso,
defensor da justiça e da liberdade, Caxias entrou para a História como o
Pacificador.
Junto com Caxias, destacou-se uma de
nossas heroínas, a baiana Maria Quitéria, militar brasileira que lutou
pelo reconhecimento da independência. Paralelamente, nesse mesmo século,
surgiu Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá, brasileiro que
acreditou no País e que contribuiu com o desenvolvimento econômico em
várias áreas, sendo responsável pela implantação da primeira fundição de
ferro e do primeiro estaleiro, assim como pela construção da primeira
ferrovia brasileira, entre tantas outras ações.
Durante o império, destaca-se a atuação
da Princesa Isabel, que assinou a Lei do Ventre Livre e a Lei Áurea,
acabando com a escravidão no Brasil. Lembremo-nos do Barão do Rio
Branco, eminente diplomata que ajudou a consolidar nossas fronteiras de
forma pacífica. Outro herói nacional foi Cândido Mariano da Silva
Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon. De origem indígena, militar
e sertanista, dedicou a vida abrindo caminhos, desbravando terras,
lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos do terreno e,
principalmente, estabelecendo relações cordiais com os índios, em
especial, na inexplorada região Amazônica.
Em 1944, o Brasil dirigiu-se à Itália
com a Força Expedicionária Brasileira (FEB) – era a Segunda Grande
Guerra Mundial. Ao lado de aliados como União Soviética, Estados Unidos e
Império Britânico, o Brasil lutou contra as forças que compunham o
Eixo: Alemanha, Itália e Japão. Aproximadamente 26 mil soldados da FEB
pisaram em solo italiano para combater o fascismo de Mussolini.
Retornaram vitoriosos e ainda despertaram o País para a democracia.
Anos depois, no contexto da Guerra Fria,
mais uma vez, pensando no Brasil e atendendo ao anseio popular, os
militares salvaram o País de uma disputa que colocava em risco a
soberania, o desenvolvimento e a democracia brasileira.
Na atualidade, percebe-se que a
conjuntura está indicando que a sociedade está dividida e desorientada
no que se refere aos caminhos a serem adotados para se chegar aos
objetivos que são comuns a todos. Referenciando nossa história, devemos
unir a sociedade e suas forças políticas, militares, econômicas e
sociais pelos ideais que nosso povo deseja. Assim, mais uma vez, não
devemos nos esquecer do fato de que chegamos onde estamos pelo
sacrifício de muitos que lutaram por esta grande nação.
Se no passado lutamos para manter a
unidade territorial, garantir os limites fronteiriços, expulsar os
invasores e construir uma sociedade de forma homogênea, atravessando o
Atlântico para defender o mundo do nazi-fascismo, não podemos
decepcionar os que nos antecederam. Devemos manter a unidade da
sociedade para gastarmos energias contra as ameaças que afetam nosso
desenvolvimento e nossa soberania.
Internamente, as ameaças traduzem-se em degradação do meio ambiente, insegurança, deficiências educacionais, crise na saúde, etc. Externamente, as ingerências de outros países obstaculizam os interesses nacionais. São nesses momentos que devemos trabalhar para a união nacional, pois, somente assim, seremos exitosos em superar as dificuldades.
Internamente, as ameaças traduzem-se em degradação do meio ambiente, insegurança, deficiências educacionais, crise na saúde, etc. Externamente, as ingerências de outros países obstaculizam os interesses nacionais. São nesses momentos que devemos trabalhar para a união nacional, pois, somente assim, seremos exitosos em superar as dificuldades.
Devemos considerar que na conciliação
nacional não existem diferentes sociedades no Brasil, ou seja, não
existe sociedade civil, religiosa, acadêmica, militar ou de operários. O
que existe é uma única sociedade com mesmos anseios, mesmas
necessidades e características psicossociais. Dessa forma, a população
deve se sentir segura de que seus valores e anseios sempre estarão
garantidos por aqueles que historicamente lutaram pela democracia e paz
social e que contribuíram para o desenvolvimento, a integração e a
integridade territorial.
Em todas as passagens históricas aqui
citadas e em tantas outras aqui omitidas, os brasileiros sempre se
uniram para lutar por objetivos comuns. Percebe-se, também, que a
sociedade soube esquecer eventuais mágoas ou ressentimentos resultantes
de conflitos políticos, militares ou sociais. Honrando nossos
antepassados e heróis nacionais, a atual geração deve lembrar-se do fato
de que carregamos nos genes o espírito desenvolvimentista, conciliador e
pacifista. O pensamento que norteia nossos objetivos é o do sentimento
de amor pela pátria soberana.
Neste momento em que mais uma vez
fizemos História, exercendo a democracia, devemos eliminar as pequenas
diferenças e unir o povo brasileiro para trabalhar e atender os
Objetivos Nacionais Permanentes (ONP): democracia, paz social,
progresso, soberania, integração nacional e integridade do patrimônio
nacional. Como se percebe, a democracia já não é motivo de preocupação,
pois está consolidada. Contudo, ainda há muito trabalho para que os
outros objetivos sejam mantidos ou alcançados. Afinal, não nos
esqueçamos de que o lema do pavilhão nacional é ordem e progresso.