quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Homem é preso em Montes Claros e condenado por tráfico de drogas a quase quatro anos e meio de prisão

 
Blog Jornalismo Imparcial

Montes Claros/MG_ A Polícia Civil, cumpriu na noite desta quarta-feira (21/9), em Montes Claros, na região Norte do estado, um mandado de prisão expedido pela Vara de Execução do município, em desfavor de um homem, 28 anos, condenado por tráfico ilícito de drogas.

O preso foi condenado pela Justiça a quase quatro anos e meio de prisão,  em regime inicialmente fechado, pelo crime de Tráfico Ilícito de Drogas. Ele foi  localizado e preso durante diligências realizadas pela Polícia Civil no Bairro Jaraguá II, na casa da mãe dele, onde estava se ocultando.

Após a formalização da prisão o condenado será encaminhado ao sistema prisional para iniciar o cumprimento da condenação imposta a ele pelo Poder Judiciário.



Helicóptero cai em Engenheiro Caldas com deputado Hercílio Diniz candidato a reeleição, o vice-prefeito de Governador Valadares, David Barroso, o locutor Luciano Viana e o piloto

As chamas foram debeladas pelo Corpo de Bombeiros, antes que se alastrassem para uma área verde maior.
Crédito/CBMMG
Diana Maia/Blog Jornalismo Imparcial
Um helicóptero caiu, na tarde desta quarta-feira (21/9), por volta das 14h45, em Engenheiro Caldas, cidade localizada a 40 quilômetros de Governador Valadares, depois de se chocar com cabos de alta tensão da Cemig.
Registro de populares após o momento da queda.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a aeronave, perdeu o controle e caiu sobre a rede elétrica numa área de brejo marginal à rodovia (também não informado o nível de tensão do cabeamento). Com a queda, houve o rompimento dos cabos e um princípio de incêndio que se propagou para a vegetação adjacente.
Na aeronave, estavam 4 vítimas, que a tripulavam. O deputado federal Hercílio Coelho Diniz (MDB), candidato a reeleição; o vice-prefeito de Governador Valadares, David Barroso, e o locutor Luciano Viana, que trabalha na campanha. O helicóptero era pilotado por Fabiano Rufino. Todos, foram socorridos e conduzidos com vida pelo SAMU e ambulâncias do município, para o pronto-socorro do Hospital Municipal, em Governador Valadares.
 A assessoria do deputado Hercílio Diniz divulgou nota oficial sobre o acidente:
"A coordenação de campanha do Deputado federal Hercílio Coelho Diniz informa que o helicóptero em que estava o candidato, o vice-prefeito de Valadares David Barroso, o locutor Luciano Viana, e o piloto Fabiano Rufino, sofreu um acidente quando pousava em Engenheiro Caldas. Os quatro passageiros passam bem e estão a caminho do hospital para laudo clínico completo. Agradecemos a todos pelas orações e mensagens de apoio. Mais informações em breve."



Mulher é presa por furtar cartão de um idoso e sacar mais de 11 mil reais em Montes Claros.

“Ela possui várias passagens policiais, dentre elas, vários furtos contra pessoas idosas. Além disso, já foi condenada por  crime semelhante”, pontuou a delegada. 
Imagem ilustrativa
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Montes Claros/MG_  Na tarde da última terça-feira (20/9), uma mulher, 55 anos, foi presa em virtude de um Mandado de Prisão Preventiva expedido pela Justiça, em Inquérito Policial que investiga o crime de furto qualificado mediante fraude, praticado pela suspeita em desfavor de um idoso de 66 anos, em Montes Claros, na região Norte do estado.                                    

As investigações conduzidas pela 3ª Delegacia Distrital apontam que a mulher realizou vários saques e compras na conta da vítima, totalizando mais de 11 mil reais. Os saques, conforme se apurou, eram efetuados  com  o cartão do idoso que ela subtraiu da casa dele.

A delegada Francielle Drumond, que coordena as investigações, explica que os envolvidos eram vizinhos e que a suspeita subtraiu o cartão da vítima quando estava na casa dele. Desde então, passou a fazer retiradas e realizou várias  compras.                                            

Por meio de pesquisa ao extrato bancário da vítima os policiais civis descobriram que os saques e compras foram efetivados entre os dias 5 e 9 do mês de agosto, finalizando com o bloqueio do cartão. Dessa forma, a equipe passou a visitar os estabelecimentos onde ela realizou as compras, sendo que, em alguns deles foi possível captar a imagem da investigada e identificá-la.

A autoridade explica que após sua identificação representou pela prisão preventiva da suspeita, reincidente em crimes de furto. 

“ Ela possui várias passagens policiais, dentre elas, vários furtos contra pessoas idosas. Além disso, já foi condenada por  crime semelhante”, pontuou a delegada. 

Drumond, salienta ainda, que, depois que a vítima bloqueou o cartão, a suspeita foi até a casa dele novamente para subtrair o novo cartão que ele havia recebido. No local, ela  deu  um sonífero ao idoso, mas,  durante a tentativa de furto foi  impedida pela própria vítima.

“Ao que tudo indica, essa é uma tática usada por ela para realizar os furtos.  Existem vários registros policiais em que a autora utiliza-se de soníferos para subtrair dinheiros e cartões bancários de pessoas idosas”, concluiu a delegada. 

A suspeita encontra-se no sistema prisional à disposição da Justiça.

STF_ Derruba trechos de decretos do presidente Jair Bolsonaro sobre porte de armas e munições.


O Supremo Tribunal Federal (STF) por volta das 23;59 desta terça-feira (20), concluiu o julgamento que derrubou trechos de decretos do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizavam a compra e o porte de armas e munições. O placar foi marcado de 9x2, sendo vencido os dois ministros indicados pelo presidente da República, Nunes Marques e André Mendonça, que votaram pela manutenção dos decretos.

Histórico 

Inicialmente, as ações estavam em julgamento no Plenário Virtual, quando houve pedido de vista da ministra Rosa Weber, que as devolveu na sessão de 16/4/2021. Em seguida, o julgamento foi novamente suspenso, por pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes, e os autos foram devolvidos na sessão de 17/9/2021. Em seguida, ocorreu novo pedido de vista, dessa vez do ministro Nunes Marques. 

Com o início da campanha eleitoral, os autores das ações (Partido Socialista Brasileiro - PSB e Partido dos Trabalhadores - PT) formularam pedido incidental para que as liminares fossem concedidas, alegando o aumento do risco de violência política durante o período.

Violência política 
Ao atender os pedidos, Fachin concordou com a argumentação dos partidos e ressaltou que, embora seja recomendável aguardar as contribuições decorrentes dos pedidos de vista, passado mais de um ano da suspensão do julgamento, e diante dos recentes episódios de violência política, seria necessário conceder a cautelar para resguardar o próprio objeto em deliberação pela Corte. “Tenho que o início da campanha eleitoral exaspera o risco de violência política”, disse.
Necessidade efetiva 
Com as liminares, a posse de arma de fogo, por sua vez, só pode ser autorizada às pessoas que demonstrem concretamente a efetiva necessidade, por razões profissionais ou pessoais. A aquisição de armas de fogo de uso restrito, por sua vez, só deve ser autorizada por interesse da segurança pública ou da defesa nacional, não de interesses pessoais​. Ou seja, a aquisição desse tipo de armamento por colecionadores, atiradores e caçadores está suspensa enquanto perdurar a liminar.
Em relação ao porte de arma de fogo, ficou estabelecido que a regulamentação efetuada pelo Poder Executivo não pode criar presunções de efetiva necessidade além das já disciplinadas no Estatuto do Desarmamento. Dessa forma, a necessidade de porte deve ser sempre concretamente verificada e não presumida. 
Além disso, a quantidade de munição adquirível pelos proprietários de armas fica limitada, de forma diligente e proporcional, apenas ao necessário para garantir a segurança dos cidadãos. 
Acompanharam o ministro Fachin no referendo das liminares a​s ministra​s Rosa Weber (presidente)​ e Cármen Lúcia e os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Luiz Fux (com ressalvas).
Efetividade 
Em voto divergente, negando o referendo, o ministro Nunes Marques considerou que não há urgência que justifique a concessão da liminar. Segundo ele, a suspensão da vigência dos decretos às vésperas das eleições não terá eficácia, porque as diligências necessárias para a aquisição e a posse de arma de fogo demandam prazo de pelo menos 60 dias. Além disso, o ministro não verificou qualquer prova ou mesmo indício de que o início da campanha eleitoral aumente o risco de violência política. O ministro André Mendonça seguiu esse entendimento.


Segurança Privada_ Axis fortalece parcerias na ISC Brasil 2022

 A fabricante levará o time de representantes ao evento para receber clientes e parceiros de negócios durante a feira, em São Paulo

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Entre os dias 21 e 23 de setembro, os visitantes da ISC Brasil terão a oportunidade de se conectar às principais ofertas tecnológicas da Axis Communications. Nesta edição, o estande da empresa (C23) foi pensado para ser um ponto de encontro com novos e antigos clientes e parceiros da fabricante sueca, especializada em soluções IP de videomonitoramento, analíticos, sistemas de áudio e controle de acesso. As soluções poderão ser conferidas na prática nos espaços da M3 Tecnologia e da Anixter, que também estarão presentes no evento, que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo.

“Este ano, o nosso principal objetivo é nos reconectar com nossos clientes e parceiros de negócios presencialmente, no estande C23, e convidar a todos para uma visita ao Axis Experience Center, na Avenida Paulista. O espaço será a oportunidade de conversar para entender as demandas e apresentar soluções inovadoras e sob medida. A Axis continua inovando para manter pessoas e empresas seguras, operando com mais eficiência e controle, assim será uma alegria compartilhar as tecnologias e projetos que desenvolvemos no último período”, conta Glaucio Silva, Gerente Regional para Brasil.

Durante o evento, a empresa ainda participará de painéis com os principais expoentes do mercado de segurança nacional. No dia 21 de setembro, Sergio Fukushima, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Axis, estará presente no painel “Gerenciamento da Tecnologia para Maximizar a Segurança em Aeroportos”. Já na sexta-feira (23), Glaucio Silva, debaterá “A segurança eletrônica como suporte às operações de vigilância em ambientes hospitalares” com outros profissionais que são referência na área de gestão de segurança no setor.

Para aqueles que aproveitarem a visita para conhecer na prática as soluções da empresa, no estande da Anixter estarão dispostas algumas soluções de análise inteligente de imagens, soluções de áudio IP e recursos de vídeo com equipamentos PTZ e Multisensores. Já no espaço da M3 Tecnologia, um dos principais integradores para Infraestrutura Crítica em Energia, que recentemente realizou um projeto inovador com a Axis para a EDP Energias Brasil, no Espírito Santo, estarão presentes as soluções de Radar IP, Multisensores, Intercomunicadores, além da primeira sirene estroboscópica IP do mundo, a AXIS D4100-E, desenvolvida em plataforma aberta e equipada com luz e som, entre outras novidades.

Sobre a Axis Communications

A Axis oferece soluções de segurança inteligentes para um mundo mais seguro e eficiente. Líder de mercado no segmento de vídeo em rede, a Axis está sempre na vanguarda do setor, graças ao lançamento contínuo de produtos de rede inovadores baseados em uma plataforma aberta e ao serviço de primeira classe que oferece aos clientes por meio de sua rede parceiros internacionais. A Axis está comprometida com relacionamentos de longo prazo com seus parceiros e disponibiliza os produtos de rede mais avançados e todo o conhecimento de que precisam para comercializá-los em mercados consolidados e em novos países.

Fundada na Suécia em 1984, a Axis tem mais de 3.646 funcionários próprios em mais de 50 países ao redor do mundo e é apoiada por uma rede internacional de mais de 90.000 parceiros.


Diana Maia/MTB 3064
Assessoria em Comunicação & Planejamento Estratégico
jornalismoimparcial@gmail.com


Aeroportuários da Amazônia participam de formação sobre proteção de pessoas refugiadas e migrantes

Estiveram na oficina colaboradores da concessionária que atuam nos aeroportos de Manaus, Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Boa Vista (RR), Cruzeiro do Sul (AC), Tabatinga (AM) e Tefé (AM).

Formação no Aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus. Foto: ACNUR/Felipe Irnaldo
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Manaus/AM_  Nas capitais e cidades de fronteira da Amazônia, os aeroportos são uma importante porta de entrada no Brasil para pessoas com necessidade de proteção internacional.   

E para assegurar que elas sejam reconhecidas em meio a diferentes fluxos de passageiros e possam receber um tratamento adequado ao ingressarem no território brasileiro, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) realizou um treinamento sobre proteção internacional para 15 colaboradores da Concessionária dos Aeroportos da Amazônia, da rede VINCI Airports, que opera sete terminais aeroportuários na região, por onde passaram 4,7 milhões de passageiros em 2018.

O encontro foi realizado em 12 e 13 de setembro no Aeroporto Internacional de Manaus Eduardo Gomes, e contou com apoio do Instituto Mana e da Secretaria de Estado da Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), parceiros do ACNUR na região amazônica.

Estiveram na oficina colaboradores da concessionária que atuam nos aeroportos de Manaus, Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Boa Vista (RR), Cruzeiro do Sul (AC), Tabatinga (AM) e Tefé (AM).

Durante o evento, os aeroportuários compartilharam experiências e tiraram dúvidas sobre os fluxos, direitos e serviços disponíveis para pessoas em deslocamento em território nacional, incluindo acolhimento, documentação e demais políticas públicas.

No Brasil, as pessoas refugiadas têm os mesmos direitos e à assistência básica que qualquer outro estrangeiro que esteja de maneira regular no país, incluindo liberdade de expressão e de movimento, respeito à dignidade humana e tratamento igualitário, independente de origem ou nacionalidade, assegurados pela Lei 9474/1997.

“Os colaboradores da VINCI Airports estão em contato direto com as necessidades da comunidade de passageiros nas diferentes cidades onde operamos. Esta capacitação vai ao encontro dos objetivos da companhia, que é fornecer um atendimento humanizado para todos os passageiros, independente do seu perfil, de onde vêm, ou para onde estão indo”, explicou Bruna Deus, especialista da Qualidade da VINCI Airports.

O treinamento contou com apresentações do ACNUR e do parceiro Instituto Mana, que trouxe boas práticas para a assistência de pessoas refugiadas com necessidades específicas, como de perfil LGBTQIA+ e indígenas, especialmente Warao, no Norte do Brasil.

“Estas formações fortalecem tecnicamente as equipes dos aeroportos, melhoram a escuta, o entendimento o e encaminhamento das mais diversas necessidades de pessoas refugiadas nestas cidades, tornando o aeroporto um espaço seguro para elas e para a comunidade”, destacou a assistente de campo do ACNUR, Raquely Portela.

Este é a segunda capacitação realizada pelo ACNUR em 2022 com foco nos aeroportos da região Norte. Em junho de 2022, um treinamento específico para o Aeroporto Eduardo Gomes foi realizado, engajando atores públicos e sociedade civil de Manaus.

Diana Maia/MTB 3064
Assessoria em Comunicação & Planejamento Estratégico
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segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Preparação do líder militar para a guerra e a paz

Por General de Divisão R1 Juarez Alves Pereira Junior

A principal missão dos militares é a defesa da Pátria. Para tanto, sua diversificada formação deverá prepará-los para o pior cenário – a condução da guerra –, durante a qual vive-se um regime de exceção, com mudanças significativas quando comparada ao tempo de paz, e há, até mesmo, uma modificação da legislação para a aplicação nesse período de crise extrema.

A vida profissional dos militares, em tempo de paz, tem foco na preparação para a guerra por meio de estudos e realização de exercícios militares. Além disso, esses profissionais conduzem as atividades administrativas da Força; participam de atividades em apoio à população, das chamadas ações subsidiárias e de apoio ao desenvolvimento nacional; garantem a presença do Estado em áreas remotas; exercem a vigilância de nossas fronteiras; e, por vezes, participam de operações de maior intensidade, nas ações de garantia da lei e da ordem ou nas missões de paz. Mas tudo muito distinto da realidade do conflito bélico.

A proposta do presente artigo é apresentar algumas ideias sobre quais seriam as principais condicionantes para preparar esse militar para exercer a liderança em situações e ambientes tão diversos, nos tempos de paz e de guerra.

Destacamos, inicialmente, que as bases da liderança são o conhecimento, a virtude e a visão. O conhecimento refere-se à capacitação e aos conhecimentos adquiridos, necessários para o bom desempenho de uma função em que exercerá a liderança. A virtude retrata os valores internalizados e as atitudes a serem praticadas pelos militares para o efetivo exercício da liderança. A visão diz respeito à capacidade do líder de ver o que ainda está invisível para a maioria, sendo obtida por meio da experiência profissional e de vida, própria ou de outros, da aprendizagem com erros e acertos e, particularmente, da sabedoria extraída do “meditar” sobre essas experiências.

Para formar e desenvolver o líder militar é preciso, portanto, trabalhar na construção dessas bases de sustentação da liderança. É perceptível, no entanto, que o conhecimento, as virtudes e a visão necessários para os tempos de guerra e de paz diferem, em alguns aspectos, quanto ao grau de importância e necessidade, o que impõe desafios para a formação do líder militar, diferentemente do que ocorre em outros campos profissionais.

Faremos, então, uma breve exposição sobre alguns aspectos relacionados a esses três pilares da liderança e suas diferenças para a guerra e para a paz.

CONHECIMENTO
Na preparação do líder militar para a guerra, o primeiro passo fundamental é a capacitação nas técnicas e táticas militares. O conhecimento a ser adquirido está mais diretamente relacionado ao emprego das unidades militares, de pequenas frações até divisões mais elevadas, à maneabilidade e à condução de operações em combate. O emprego do aparato militar é o conhecimento mais relevante a ser adquirido em suas diferentes especialidades na linha combatente, logística e de suporte.

É preciso, também, estudar o inimigo e conhecê-lo. Como afirmou Sun Tzu, “se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas”. Para tanto, é preciso trabalhar o conhecimento no âmbito da “inteligência militar”, em que parte dele se concentra no estudo do inimigo que se vai encontrar na guerra.

Fruto do pragmatismo e da objetividade que regem os combates, o conhecimento geral a ser obtido está mais focado nas ciências exatas e nos cálculos numéricos e estatísticos.

Mesmo quando se trata das ciências humanas, o foco deve ser nos conhecimentos aplicados ao tempo de guerra, como, por exemplo, o Direito Internacional dos Conflitos Armados e o Direito Internacional Humanitário.

O campo da inteligência a ser mais trabalhado na preparação do líder para a guerra diz respeito à inteligência emocional, tanto nos aspectos relacionados à inteligência interpessoal quanto à inteligência intrapessoal. Nesse sentido, o líder deverá ser exercitado nos aspectos relacionados ao autoconhecimento, ou seja, no conhecimento das próprias emoções que, uma vez trabalhadas, irão capacitá-lo a exercer o autocontrole, isto é, a capacidade de liderar a si mesmo antes de liderar  outros. Deverá, ainda, ser capaz de reconhecer a emoção nas pessoas, desenvolvendo empatia, facilitando a capacidade de motivar e influenciar o grupo e fazendo com que os demais compartilhem da sua visão.

No que diz respeito ao líder militar do tempo de paz, os principais conhecimentos a serem adquiridos dizem respeito a outras áreas. O conhecimento a ser aplicado nas atividades diárias estará bastante relacionado a aspectos administrativos e gerenciais, particularmente aqueles sobre a administração pública militar, que normatiza as ações desse servidor público. Os estudos da história militar, por vezes, não se sobrepõem aos interesses do conhecimento da história geral. O pragmatismo e a objetividade não têm o mesmo peso, e, em tempo de paz, as ciências humanas crescem de importância, particularmente nos aspectos relacionados à convivência social e à interação pacífica do grupo.    O próprio estudo do direito, no tempo de guerra focado nas exceções e nos direitos aplicados aos conflitos, volta-se para o direito civil e para a vasta legislação e normas do tempo de paz. A inteligência emocional continua relevante para o exercício da liderança e para a condução de pessoas, porém não com o mesmo foco e importância da capacidade de encorajamento exigida no tempo de guerra, em que o risco de morte é constante e a motivação é fator determinante para se contrapor ao instinto natural de sobrevivência.

Essa diversidade de conhecimentos a serem adquiridos pelo militar, o qual preparado para exercer a liderança em tempo de guerra, possivelmente a exercerá mais em tempo de paz, impõe um desafio para a composição do currículo das Escolas Militares, tanto em sua formação, quanto ao longo de todo o itinerário formativo.

Mas não ficam somente na obtenção do conhecimento as diferenças da preparação do líder para a guerra e para a paz. Vejamos o que se deslumbra para a internalização de valores e de prática de atitudes.

VALORES E ATITUDES
Ser possuidor de valores e ser praticante de algumas atitudes constituem uma base sólida para o exercício da liderança, seja em tempo de guerra, seja em tempo de paz. O que se pretende não é mostrar que se aplicam somente à guerra ou à paz, mas sim que sua importância é mais expressiva em determinado período específico.

Por exemplo, patriotismo é um valor basilar do militar, tanto no período de paz quanto no de guerra. No entanto, na guerra, ele cresce de importância, pois serve de fator de motivação para o enfrentamento das agruras do combate. Portanto, é mais exigido em tempo de guerra do que em tempo de paz. É nesse sentido que são listados alguns valores e atitudes mais exigidos em um período do que em outro.

Além de patriotismo, em tempo de guerra são ainda necessários:
    - coragem física: a capacidade de superar o medo físico no cumprimento de uma tarefa;
    - honra: o princípio de quem tem uma conduta virtuosa e que faz com que o militar conserve a própria estima e se faça merecedor da estima dos outros;
    - ser exemplo: ser a referência a ser seguida pelos demais;
    - entusiasmo: ter fé na missão e estar motivado e verdadeiramente apaixonado pelo que faz, mesmo diante de muitas adversidades;
    - autoconfiança: a confiança em si próprio, que constitui um atributo fundamental para inspirar a confiança nos outros;
    - lealdade: traduzida na verdade ao falar, na sinceridade ao agir e na atuação de acordo com os preceitos que regem a honra. É uma postura fundamental para a coesão do grupo;
    - capacidade de motivar: ter a capacidade de influenciar as pessoas de modo a extrair o melhor de cada um e de motivá-las para, se preciso for, sacrificar a própria vida;
    - confiança: encarar as situações pelo lado positivo, esperando o desfecho favorável, apesar das dificuldades;
    - senso de justiça: julgar com neutralidade em período de crise e estresse, punindo e recompensando na medida justa;
    - disciplina: agir corretamente quando ninguém está observando;
    - determinação: persistir mesmo diante de situações críticas e difíceis, mantendo o firme propósito de não desistir sem lutar;
    - espírito de corpo: a ser desenvolvido como fundamento para o fortalecimento e a motivação do grupo para o combate, particularmente em situações adversas; e
    - capacidade de comunicação não verbal: quando os gestos e as posturas são mais eloquentes do que as palavras.

Conforme já mencionado, os valores e as atitudes relacionados são importantes para o tempo de paz, mas se tornam imprescindíveis para o exercício da liderança em tempo de guerra. Outros, embora importantes para a guerra, são indispensáveis para o tempo de paz:
    - honestidade: valor de quem apresenta probidade, isto é, de quem não se deixa corromper;
    - integridade: ligada à inteireza, ou seja, ser pleno, apresentando um caráter sem falhas;
    - senso de justiça de paz: julgar de acordo com as normas e leis “civis”, punindo e recompensando de acordo com as diretrizes aplicadas em um período sem o estresse do combate;
    - coragem moral: agir de acordo com os princípios morais, respeitando ideais e valores e colocando-os acima dos seus interesses pessoais;
    - coerência: apresentar sintonia e conexão entre as palavras e ações;
    - capacidade de comunicação verbal: se expressar de forma eficiente para transmitir ideias e, dessa forma, auxiliar no desempenho e na coesão do grupo; e
    - flexibilidade: adaptar-se às mudanças externas de um mundo cada vez mais dinâmico e com maior inovação tecnológica.

É notório que é grande o rol de valores e atitudes comportamentais a ser trabalhado para a formação do líder militar para o tempo de guerra e de paz. Ele não se esgota na listagem acima, que procurou destacar somente os imprescindíveis para cada situação e não agregou os desejáveis.

A terceira pilastra de sustentação da liderança é a visão. Como poderá ser trabalhada nos ambientes de guerra e paz?

VISÃO
A visão é reconhecida como um dos pilares de sustentação da liderança tendo em vista que, com o líder, simplisticamente falando, o grupo iria mais longe do que se estivesse sozinho. E, para tanto, o líder desenvolve a capacidade de ver aquilo que ainda está invisível para a maioria.

E essa é uma qualidade a ser trabalhada e desenvolvida. Ela vem do somatório do conhecimento e do aprendizado das experiências vividas por si próprio e pelos outros. Com base nisso, para desenvolver sua visão, o líder deverá refletir sobre esse somatório e tirar os ensinamentos que servirão de base para projetar o futuro, criando a sua visão para tomar a decisão mais acertada.

E quais os aspectos que diferenciam a visão obtida pelo líder para os tempos de guerra e os de paz? Na guerra, a finalidade precípua é vencer as batalhas e, por fim, vencer a guerra, o que passa, em boa parte das vezes, pela destruição ou incapacitação de ações por parte do inimigo.

Um dos grandes focos de visão do líder, para tanto, estará na obtenção da surpresa, o que proporcionará grande vantagem em relação ao inimigo. Ele buscará tirar aprendizado do estudo de outros conflitos, das guerras e da história militar, que serão de grande valia para adquirir a sabedoria necessária para desenvolver a visão.

De grande importância, também, é a sua experiência em combate. No entanto, o mundo vive, apesar de não parecer, um dos maiores, senão o maior, período de paz da sua história. Mesmo para os militares profissionais, não é rotina a sua participação em ações reais de combate, condição que ainda é mais expressiva no contexto sul-americano, em que o último grande evento de guerra campal ocorreu no século XIX, por ocasião da chamada Guerra do Paraguai. Para compensar esse fato, a participação do líder em manobras e exercícios militares, em exercícios de simulação e em outros eventos que imitem o combate real é de extrema importância.

Já no tempo de paz, a visão estará direcionada para a busca de melhores resultados, procurando ser eficiente e eficaz no desempenho de ações administrativas, sujeitas a amarras regulamentares do serviço público, por vezes muito limitadoras.

A experiência necessária para o desenvolvimento da visão não virá das ações de combate, mas da vida administrativa e burocrática. A evolução das técnicas administrativas e dos meios de suporte é mais rápida, e o líder deverá estar atento para não tentar reproduzir uma verdade passada como visão plena de futuro.    

Por fim, considera-se que, embora a preparação principal dos militares esteja relacionada à atuação em combate, é possível, e até provável, que viverá a maior parte do tempo em período de paz. A preparação do líder é condição basilar da formação militar e deve ser praticada em todas as escolas militares. No entanto, como se procurou evidenciar neste artigo, ela deverá ser desenvolvida para atender ao líder do tempo de guerra e de paz, o que impõe uma amplitude de atividades a serem desenvolvidas para que se trabalhe nos militares os pilares de sustentação da liderança: conhecimento, virtude e visão.

Esse é o grande desafio das escolas militares durante todo o processo formativo, desde as escolas iniciais de formação até a de altos estudos. Elas deverão estar preparadas para formar e lapidar a formação do líder capaz de atuar em tempo de guerra e de paz, bem como em diferentes níveis de liderança, conforme ocorra a ascensão profissional do militar ao longo da carreira.

SOBRE O AUTOR

Formado na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 1982. Cursou a Escola de Comando e Estado-Maior (ECEME) em 1997/98. No exterior realizou o Curso Básico de Inteligência, no Forte Huachuca; o Curso da Escola de Guerra, no War College; e o Curso de Política e Estratégia da National Defense University; todos nos Estados Unidos da América. Foi instrutor da AMAN e da ECEME e comandou a Escola de Administração do Exército e Colégio Militar de Salvador. Exerceu a função de Adjunto do Adido do Exército junto à Embaixada do Brasil em Washington. Comandou a 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Bagé-RS e a 6ª Região Militar, em Salvador-BA. Foi Subchefe do Estado-Maior do Exército para Assuntos Internacionais. Exerceu, como última função no serviço ativo, a Vice Chefia do Departamento de Educação e Cultura do Exército. Atualmente é o Coordenador Executivo do Grupo de Trabalho que irá realizar o planejamento para a implantação de uma Nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos de Carreira do Exército Brasileiro.

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