Socorro imediato é fundamental para preservar a vida e evitar sequelas no paciente
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Acidente Vascular Cerebral (AVC), tem sido uma das principais causas de morte de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Por isso, especialistas da rede de hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) explicam os sinais da ocorrência de um AVC e os tratamentos garantidos para a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
No mundo, ocorrem mais de 12 milhões de AVCs todos os anos – isso corresponde a 01 AVC a cada 03 segundos. 67% deles ocorrem em pessoas abaixo dos 70 anos, o que mostra que o AVC não é mais um problema apenas entre idosos. Mais de 16% dos casos ocorrem em adultos entre 15 e 49 anos.
Estima-se que 6.5 milhões de pessoas faleçam no mundo todos os anos por causa do AVC.
O AVC acontece quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro e isso se dá por duas razões, explica a neurologista Milena Libardi, do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar): pela obstrução total ou parcial dos vasos que levam sangue, privando as células do acesso ao oxigênio e nutrientes, o chamado AVC isquêmico; ou pelo rompimento do vaso causando uma hemorragia cerebral, razão da nomenclatura AVC hemorrágico, também popularmente conhecido como “derrame”. A principal causa desse problema é a alta pressão arterial, além de situações como aneurisma, má formação arterial e uso de medicamentos que afinam o sangue sem orientação médica.
“Hoje, nós vemos na prática clínica que, em cerca de 70% de pessoas que têm o AVC, seja isquêmico ou hemorrágico, a causa principal é o descontrole dessas doenças, principalmente a hipertensão arterial”, explicou Libardi. Por isso, o principal meio de prevenção é o controle da pressão e de outros fatores, como a diabetes e o colesterol alto. Dessa forma, manter uma rotina saudável, com alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, consumo moderado de bebida alcoólica, não fazer uso de cigarro e manter a qualidade do sono são medidas para o bem-estar geral do corpo humano e prevenção do acidente vascular cerebral.
Sinais do AVC
O neurologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), Marlos Sousa, alerta para os principais sintomas de que um paciente está tendo um AVC, que são fraqueza e/ou paralisia em um lado do corpo, alteração da fala, boca torta, perda de sensibilidade, de visão, dor de cabeça intensa e falta de orientação no tempo e espaço (confusão mental), tudo isso de forma repentina.
O especialista ressalta que o AVC, tanto isquêmico quanto hemorrágico, é grave e pode ocasionar sequelas cognitivas e físicas, comprometendo principalmente aspectos motores (dificuldade de se locomover) e de linguagem (alterações na fala). Apesar de acontecer mais recorrentemente em idosos, o médico esclarece que pode ocorrer em qualquer idade, desde a infância.
Tratamento
Quanto mais rápido a pessoa for atendida no serviço de saúde, maiores são as chances de conter possíveis sequelas que se tornam permanentes, afirma a neurologista Elisa França, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). “O medicamento que dilui o trombo que obstrui o vaso causando AVC só pode ser administrado em até 4h30 do início dos sintomas”, ressalta. Esse tratamento faz com que o cérebro receba oxigenação e possa evitar que os danos sejam maiores. “Por isso, temos que correr contra o tempo no caso de um AVC agudo, pois quanto mais rápido esse medicamento for administrado maiores as chances de recuperação”, complementa.
Na assistência, o paciente recebe todos os cuidados necessários, com exame de tomografia computadorizada para análise da região afetada. Após as medidas imediatas, reforça a médica, o tratamento também consiste em realizar a reabilitação conforme necessidade do indivíduo, com fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. A longo prazo, o controle dos fatores de risco, como tratamento da pressão arterial, deve ser realizado.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.