Na data do nascimento do Tenente-General Carlos Antônio Napion, comemora-se o dia do Quadro de Material Bélico. Ele foi escolhido como Patrono, por seu amor à profissão, sua fé na missão e pelo rigoroso cumprimento do dever.
A origem do Quadro de Material Bélico remonta ao ano de 1762, no período colonial, ocasião em que foi criada a histórica “Casa do Trem”. Esta instalação, localizada na então Capitania do Rio de Janeiro, buscou solucionar as deficiências de estruturas fabris capazes de produzir e reparar os materiais bélicos utilizados pelas tropas da época. Considerada a primeira estrutura física dedicada à atividade de Material Bélico do Exército Brasileiro, possuía como brasão dois canhões coloniais cruzados que se tornaram o símbolo do Quadro.
O patrono do Quadro de Material Bélico, Tenente-General Napion, nasceu em Turim, na Itália, em 30 de outubro de 1757. Em 1808, acompanhou a comitiva do Príncipe Regente Dom João VI, por ocasião da vinda da Corte Portuguesa para o Brasil. Ao chegar neste País, exerceu cargos importantes para o desenvolvimento da Indústria Bélica Nacional, como o de inspetor-geral da Real Junta Fazenda dos Arsenais, Fábricas e Fundições, diretor do Arsenal Real do Exército e diretor da Real Fábrica de Pólvora da Lagoa. Além disso, foi o presidente da junta militar da Academia Real Militar, fato este que lhe conferiu o privilégio de ter sido o primeiro comandante da Real Academia Militar do Rio de Janeiro.
No século XX, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, foi criada a 1ª Companhia Especial de Manutenção, subunidade que originou a atual 111ª Companhia de Apoio de Material Bélico, para integrar a Força Expedicionária Brasileira. As lições aprendidas no conflito motivaram o Exército Brasileiro a reformular o apoio de manutenção, instituindo as Organizações Militares Logísticas de Manutenção, a partir de 1946. Fruto dessa experimentação na Segunda Guerra Mundial, o Brasil criou, em novembro de 1959, o Quadro de Material Bélico, instituído pela Lei nº 3.654.
Com o advento da Revolução Industrial, ocorreu uma corrida armamentista no século XX, gerando grandes conflitos mundiais. Houve a ampliação da cadeia de suprimento, o que trouxe uma significativa evolução para o combate moderno. O emprego de equipamentos mais elaborados, de manutenção rebuscada, a rapidez da inovação tecnológica e a necessidade de mão de obra altamente especializada têm gerado novos desafios para os militares de Material Bélico.
O Comando Logístico (COLOG) vem auxiliando na evolução técnico-científica da Força, por meio do fomento à Base Industrial de Defesa, bem como com a implantação de sistemas de gestão de Materiais de Emprego Militar, contribuindo para a prontidão logística da Força Terrestre.
No Brasil, no início do século XXI, ocorreram diversos eventos internacionais, como a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo. Neste cenário, foram adquiridos diversos materiais de emprego militar, visando adequar o preparo e o emprego da tropa para estas atividades, atendendo, assim, aos Programas Estratégicos do Exército e gerando o aumento da demanda de manutenção realizada pelo Quadro de Material Bélico.
No exterior, o Quadro atuou destacadamente na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), de 2004 a 2017, disponibilizando meios e aumentando a operacionalidade da tropa.
O Quadro participa efetivamente das atividades desenvolvidas pela Força Terrestre, contribuindo para a sustentação logística das operações e a Gestão do Ciclo de Vida dos Materiais de Emprego Militar. Dessa forma, o Quadro de Material Bélico realiza o apoio logístico aos elementos de combate e elementos de apoio ao combate, com destaque na execução das atividades de manutenção, transporte, salvamento e suprimento das classes de materiais III, V e IX.
Ao atuar em harmonia com o Serviço de Intendência, ambos se configuram como os esteios da Logística Militar Terrestre, permeando todos os níveis de planejamento. Além disso, proporcionam o indispensável suporte ao emprego das Armas nas mais diversas funções de combate, pautadas pela flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade.
Com o advento da globalização, houve um aumento da variedade de Materiais de Emprego Militar da Força Terrestre, tornando a atividade de manutenção vital para a prontidão logística em todo o território nacional, aumentando a eficiência das operações militares desenvolvidas pelo Exército Brasileiro e garantindo o poder dissuasório. Dessa forma, a Logística Militar da Força Terrestre tem auxiliado sobremaneira as atividades de manutenção, ao prover o suporte logístico às tropas nos diversos rincões do Brasil, incluindo o apoio à sociedade nos eventos e catástrofes naturais.
O Tenente-General Napion é símbolo de competência intelectual, institucional e de experiência combativa. Desde o Brasil Colônia, contribuiu para o desenvolvimento nacional, por meio da modernização do ensino nos primórdios da Academia Militar das Agulhas Negras.
Os militares do Quadro de Material Bélico atuam diretamente nas atividades de manutenção e controle do material bélico em todos os quartéis da Força Terrestre, com destacada ação junto aos batalhões de Infantaria, regimentos de Cavalaria e grupos de Artilharia, mantendo o nível de disponibilidade dos Materiais de Emprego Militar e favorecendo a efetividade das armas combatentes.
Nobres “Matbelianos” de ontem, de hoje e de sempre, orgulhem-se do Quadro ao qual pertencem e mantenham vivo o espírito de nosso patrono. Nós geramos poder de combate!
Prever! Prover! Manter!
Logística!
Brasil!
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