A aeronave desempenha diversas missões, como transporte de pessoas, de carga e de paraquedistas, bem como instrução e ensaio em voo
Força Aérea Brasileira
Há 50 anos, mais precisamente em 9 de fevereiro de 1973, a Força Aérea Brasileira (FAB) incorporava à sua frota a aeronave C-95 Bandeirante. Um dos maiores êxitos da aviação civil e militar brasileiras, este primeiro modelo do Bandeirante partiu de um projeto do Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD) do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), e autorizado pelo Ministério da Aeronáutica ainda em 1965.
A primeira aquisição do Bandeirante pela FAB ocorreu em 29 de maio de 1970. O contrato previa, por parte da Embraer, o fornecimento de 80 aviões, os quais viriam a ser 56 aeronaves da primeira versão de produção - EMB-110 - designados com o prefixo C-95. A primeira entrega de parte desses aviões foi feita em 9 de fevereiro de 1973.
Os C-95A foram destinados, primordialmente, a missões de transporte de carga, bem como ao lançamento de paraquedistas, sendo operados por diversos Esquadrões de Transporte Aéreo (ETA), pelo Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2°/2° GT) e por outras unidades, como os Parques de Aeronáutica e as Escolas.
O C-95 Bandeirante mostrou-se como uma aeronave de grande valor, realizando missões específicas da Aviação de Transporte, Patrulha e Reconhecimento. Sua versatilidade fez com que a produção perdurasse por quase duas décadas, com 498 exemplares sendo entregues em 36 países, e consolidou-se como um dos aviões mais vendidos na sua categoria, marcando uma nova era no transporte aéreo regional no Brasil e no mundo.
Um dos destaques da produção foi a versão de patrulha, que ficou conhecida como ‘Bandeirulha’, responsável pela vigilância do território marítimo brasileiro e desenvolvida em série para atender a demanda. A FAB utilizou o Bandeirulha nos seguintes Grupos de Aviação (GAv): 1º/7º GAv – Esquadrão Orugan – Salvador (BA) e 4º/7º GAv – Esquadrão Cardeal – Santa Cruz (RJ), e ela ainda opera no 2º/7º GAv – Esquadrão Phoenix – Canoas (RS) e no 3º/7º GAv – Esquadrão Netuno – Belém (PA), desde 1977.
No final de 2012, o Primeiro Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (1º/5º GAv) – Esquadrão Rumba – recebeu os primeiros C-95M, a versão modernizada do Bandeirante, trazendo um novo conceito de aviação – glass cockpit e instrumentos avançados de navegação aérea, que aumentaram as capacidades operacionais e consciência situacional dos tripulantes. A versão modernizada do cargueiro provou a sua eficiência na atuação em assaltos a locais de pequeno porte em situações de conflito.
A modernização do Bandeirante incluiu a integração de painel de bordo (aviônicos) de última geração, tais como mapa e displays digitais, sistemas avançados de navegação e comunicação e sistemas adicionais, que visam melhorar o desempenho e a segurança da aeronave.
O início do EMB-110
Durante o período de teste pela Embraer, o primeiro voo do Bandeirante, no dia 22 de outubro de 1968, foi acompanhado pelo Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) - conhecido como Esquadrilha da Fumaça, após 110 mil horas de trabalho que contou com cerca de 300 pessoas ao longo de três anos e quatro meses.
O cinquentenário do primeiro voo da aeronave C-95 foi celebrado pela Força Aérea Brasileira e pela Embraer em cerimônia alusiva, realizada em 26 de outubro de 2018, em São José dos Campos. O evento recriou o primeiro voo da aeronave.
O desenvolvimento contou com o apoio de 170 empresas nacionais e um elevado grau de qualidade, para que os componentes alcançassem a precisão solicitada para a montagem da aeronave.
Devido à sua robustez, a aeronave também foi empregada em regiões remotas e de difícil acesso, como na Amazônia, para missões logísticas e humanitárias, e ainda conectar os mais diversos pontos do território brasileiro. Foram prestados serviços tanto para a FAB quanto para companhias aéreas nacionais, como a Transbrasil e a VASP.
A linha de produção do Bandeirante foi encerrada no final de 1991. No total, foram fabricadas 498 aeronaves, 253 para o Brasil e 245 vendidas para o exterior.
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