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Comumente utilizado para se referir ao povo escandinavo, que explorou e colonizou grandes regiões nórdicas da Europa e ilhas do Atlântico Norte, esse termo consagrou guerreiros, comerciantes e exploradores que tiveram o auge da sua atuação e expansão entre os séculos VIII e XI.
O Exercício VIKING está ocorrendo entre os dias 28 de março e 7 de abril do corrente ano, na Suécia, e possui o planejamento e a condução realizados pelo Ministério da Defesa daquele país com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América.
A primeira vez que essa atividade ocorreu foi no ano de 1999, consolidando-se como um grande exercício internacional de operações de paz. O exercício emprega plataformas digitais e meios de tecnologia da informação, promovendo o adestramento do trabalho dos estados-maiores, aplicando conceitos operacionais atuais, estimulando a cooperação e a interoperabilidade entre as Forças, as organizações e as instituições nacionais e internacionais e auxiliando na superação dos desafios presentes e futuros das operações de paz.
O Brasil, além de ser signatário da Carta das Nações Unidas, possui quase 80 anos de experiência em missões de paz apresentando resultados expressivos, o que o torna um importante ator no contexto dessas operações. Como consequência, os brasileiros foram novamente convidados, pela Embaixada da Suécia, para participar do exercício, demonstrando o reconhecimento do trabalho que o País vem desenvolvendo no âmbito das missões de paz, assim como seu excelente desempenho ao sediar o único ponto remoto fora da Europa durante a última edição da VIKING em 2018.
No corrente ano, o exercício conta com a participação da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da União Europeia (EU), das Forças Armadas da Suécia e do PKSOI (US Army Peacekeeping and Stability Operations Institute, sigla em inglês). Além dos organismos já citados, outros quatro países operam por meio de sítios remotos, além da Suécia e do Brasil: Bósnia-Hezergovina, Bulgária, Finlândia e Catar.
O Exercício VIKING está abordando problemas como Defesa Cibernética; Gênero; Direitos Humanos; Proteção de Civis; Deslocados Internos e Refugiados; Assistência Humanitária; Coordenação e Cooperação; Ação de Forças Irregulares; Crime Organizado; e Prevenção de Violência Sexual em Conflitos.
O Exército Brasileiro (EB), por intermédio do Comando de Operações Terrestres (COTER), está coordenando e conduzindo a participação brasileira nesta atividade, em solo sueco, com um oficial-general do EB como Force Commander do Componente Militar e com uma parcela do seu estado-maior conjunto composta por militares da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira. A outra parte do contingente brasileiro está operando a partir do ponto remoto VIKING 22 no Brasil, instalado no Comando Militar do Planalto.
Os pontos remotos são estruturas de comando montadas nos países convidados que estão ligadas à sede do exercício na Suécia por meio de sistemas informatizados em rede. Nesses locais, funcionam as Direções de Exercício (DIREX), Operacionais, de Simulação, Técnicas e de Apoio, além da Audiência de Treinamento, composta por parcela do contingente simulando uma Brigada Multinacional da ONU.
Essa iniciativa internacional revela-se de grande importância ao integrar atores multinacionais em atividades multidimensionais com o fulcro de dinamizar e operacionalizar as missões de operações de paz. Dessa forma, a participação brasileira nesse exercício engrandece as Forças Armadas do País no cenário mundial, aprimorando o conhecimento e a experiência de seus militares.
Assim, como em um passado distante, a utilização do nome “VIKING” para o exercício foi muito assertiva, pois imprimiu a iniciativa do povo escandinavo, expandindo-se para outros países e continentes, em um esforço de busca pela união e pela manutenção da paz em países sob a tutela da ONU.
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