sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Atividade Física e Trabalho das Forças de Segurança

 

Por Alcebíades Junior 

É sabido que um grande número de operadores da segurança pública (Polícia Penal, Militar, Civil e Corpo de Bombeiros, etc.), se encontra com vários problemas de saúde devido à falta de atividades físicas regulares. 

Dentre os problemas podemos destacar os seguintes: sobrepeso, desvios posturais, artrites, pressão alta, diabetes, colesterol, etc. 

Vale ressaltar que os problemas citados podem estar relacionados a outros fatores e não apenas a falta de atividades físicas. 

Portanto, para se manter em certo nível de qualidade de vida e enfrentar as diversas exigências para atuar na segurança pública, torna-se imprescindível adotar um programa de atividades físicas sistematizadas (exercícios físicos e práticas esportivas) como parte de um estilo de vida saudável, junto a outros fatores, como dieta equilibrada, evitar o fumo e o álcool em excesso Para abordar o assunto a primeira questão é esclarecer o significado o termo “atividades físicas sistematizadas”.


 “Atividades físicas são todas as formas de movimentação corporal, com gasto energético acima dos níveis de repouso” (CASPERSON et Al, 1985). Nesse contexto, estão inclusos os exercícios físicos e esportes, deslocamentos, atividades laborais, afazeres domésticos e outras atividades de lazer. Iremos considerar, portanto, o termo atividades físicas na sua forma mais sistematizada, que são os exercícios físicos e esportes, pois apresentam tempos de duração determinados, frequência definida e esforço constante, desconsiderando, portanto, as outras formas de atividades físicas descritas na definição do termo. A segunda questão a ser definida diz respeito ao termo “qualidade de vida”. Qualidade de vida liga-se ao conceito de desenvolvimento humano. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a qualidade de vida é definida como a percepção que o individuo tem sobre sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais se insere e em relação às suas expectativas, objetivos, padrões e preocupações. Neste sentido o conceito de qualidade de vida, portanto, é afetado, de modo geral, pela saúde física do individuo, seu estado psicológico, relações sociais, nível de independência e pelas suas relações com o meio ambiente. 

Aqui neste artigo usaremos o termo qualidade de vida considerando os aspectos da saúde física, mental e social do individuo, deixando de lado as demais abordagens sobre o termo. A prática regular de atividades físicas está diretamente relacionada com a diminuição de ocorrência de algumas doenças, aumento da expectativa de vida, isto é, o trabalho físico não fará com que o indivíduo viva mais do que está biologicamente programado para viver, mas fará com que ele chegue ao fim de seus dias bem, caso contrário ele encurtará a sua existência desenvolvendo patologias diversas. Segundo Matsudo & Matsudo (2000), a prática regular de atividades físicas traz benefícios à saúde nos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Sobre os efeitos metabólicos, os autores citam o aumento da potência aeróbica, a melhora do perfil lipídico, aumento do volume sistólico, aumento da ventilação pulmonar, melhora da sensibilidade à insulina, diminuição da frequência cardíaca em repouso e no trabalho submáximo e diminuição da pressão arterial. Sobre os efeitos antropométricos e neuromusculares, ocorre uma diminuição de gordura corporal, o aumento da força e da massa muscular, da densidade óssea e da flexibilidade. Sobre os aspectos psicológicos, os autores acreditam que a atividade física pode melhorar a autoestima, a imagem corporal, o autoconceito, melhora nas funções cognitivas e de sociabilização, diminuição da ansiedade, do estresse e da irritabilidade e diminuição do uso de medicamentos em geral. Para Guedes & Guedes (1995) a prática habitual de exercícios físicos promove saúde e pode influenciar na prevenção ou reabilitação de determinadas patologias que estão associadas a altos índices de morbidade (doença física, enfermidade) e mortalidade. Sobre a conceituação de saúde, temos, segundo Bouchard (1990) como uma condição humana com dimensões bio-psico-sociais, cada uma caracterizada por pólos positivos e negativos.

O pólo positivo da saúde está associado à capacidade de apreciar a vida e resistir aos desafios do dia-a-dia e o pólo negativo está associado à morbidade e mortalidade. Uma atividade física realizada de forma moderada por um tempo de duração de cerca de 30 minutos, corresponde a um aumento médio de 15% no consumo de calorias diárias. Só esse aumento já é considerável para que indivíduos sedentários passem a fazer parte do grupo de pessoas ativas e, consequentemente, diminuindo as chances de desenvolverem males e doenças relacionadas ao sedentarismo. 

Com relação ao aumento, a consumação de sua da expectativa de vida advinda da prática regular de atividades físicas, temos um estudo desenvolvido por Paffenbarger (1993), no qual foram analisados exalunos da Universidade de Harvard, observando o fator prática de atividades físicas relacionadas com índices de mortalidade mais baixos. Foram comparados indivíduos ativos e moderadamente ativos com indivíduos menos ativos e sedentários. Verificou-se, nesse estudo, que para os indivíduos que apresentaram nível de atividade física mais elevado, a expectativa de vida foi maior. Por outro lado, o risco de morte por doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer foi reduzido.

Referências:

CASPERSEN, Carl J., POWELL, Kenneth E., CHRISTERSON, Gregory M. Physical Activity, Exercise and Physical Fitness: Definitions and Distinctions for Health-Related Research. Public Health Reports. v.100, n. 2, p.126-131, 1985.

MATSUDO, Sandra Mahecha, MATSUDO, Victor K.R. Evidências da importância da atividade física nas doenças cardiovasculares e na saúde. Revista Diagnóstico e tratamento, v.5, n. 2, p. 10-17,2000

BALSAMO, Sandor. Treinamento de força: para osteoporose, fibriomialgia, diabetes tipo 2, artrite reumatóide e envelhecimento. Sandor Balsamo, Roberto Simão. - São Paulo: Phorte, 2005.

Sobre o autor

 Alcebíades Bispo Guimarães Junior, é policial penal, graduado em Educação Física, especialista em treinamento para concurso (TAF), treinamento em atletismo, personal trainer com cursos na área de treinamento de resistência e reforço muscular.Habilitado em exercícios aeróbicos, musculação e treinamento funcional.

Atualmente no Campeonato Mineiro de Fisiculturismo 2021, o policial penal elevou a classe da Segurança Pública, se classificando em duas categorias, Clássico Master (atletas com idade entre 40 a 45 anos) e o Clássico Sênior (atletas com altura acima de 1,80 cm). Classificado para o Sul_ Americano, se prepara para representar o Brasil no dia 3 a 8 de dezembro em Bueno Aires na Argentina.

                                 

 

 

 

Um comentário:

Guilherme Brito disse...

Alcebiades Júnior, um grande exemplo a ser seguido.

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