quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Ações do Exército em apoio às comunidades indígenas na Operação COVID-19

 

Por General de Brigada José Ricardo Vedramin Nunes

A relação próxima e indissociável do Exército Brasileiro com as comunidades indígenas é parte incontestável da história do Brasil e da Força Terrestre. O respeito do Exército Brasileiro pelos indígenas e a admiração deles pela instituição podem ser percebidos, entre outros aspectos, pela numerosa presença de integrantes de diversas etnias espalhados nos quartéis do Brasil, especialmente no norte e oeste do País.


Devido à presença nacional, enorme capilaridade e atuação constantes, a Força Terrestre tem prestado apoios múltiplos e frequentes a todos os brasileiros e não seria diferente com os de etnia indígena. São cerca de 100 quartéis do Exército junto a comunidades indígenas em todo o território nacional, prestando apoio à saúde, transportando alimentos, trabalhando na evacuação aeromédica ou no apoio logístico a órgãos governamentais.


Além disso, a Força Terrestre atua em operações de combate a ilícitos em áreas de fronteira, como o combate ao garimpo e à extração de madeira ilegal. Essas atuações, muitas vezes, são realizadas em terras indígenas, e o apoio de suas lideranças é essencial para garantir o êxito do trabalho do Exército. Essa convivência respeitosa é histórica e proporciona à nossa instituição gozar de sólida credibilidade perante essas comunidades.

A pandemia do coronavírus trouxe novos e importantes desafios às atividades de apoio normalmente prestadas pelo Exército. Desde o Decreto Federal, que gerou a Operação COVID-19, desencadeada pelo Ministério da Defesa, a Força Terrestre vem trabalhando em apoio aos órgãos de saúde e segurança pública na mitigação da pandemia e nas ações de controle da faixa de fronteira.

Como integrantes da população brasileira e, considerando os grupos indígenas como uma das parcelas mais vulneráveis da sociedade, o Exército tomou medidas antecipatórias para que as atividades de apoio e socorro às comunidades nativas ocorressem dentro dos mais rigorosos protocolos de segurança sanitária. Desde o início da operação COVID-19, a Força Terrestre tem empregado, diariamente, quatro mil militares em mais de 300 ações, em cerca de 200 localidades em todo o Brasil.

Podemos destacar, entre outras contribuições às comunidades indígenas: assistência à saúde indígena e apoio a outros órgãos de saúde; apoio à retirada de invasores de terras indígenas; patrulhamento e vigilância de terras; entrega de cestas básicas; transporte de indígenas, de gêneros, de medicamentos e de suprimentos de saúde; evacuação de doentes; e controle de acesso às comunidades, além de apoio médico direto com a realização de uma ação cívico-social. Vale lembrar que as ações de segurança inibem a entrada de não índios e reduzem a possibilidade de contaminação pelo coronavírus. Até o momento, foram realizadas mais de 800 ações concretas de apoio às comunidades indígenas em todo o País.

Não podemos esquecer que essas ações estão seguindo todos os protocolos sanitários para que não ocorra a infecção dos indígenas assistidos pelo coronavírus. É importante observar que o apoio ocorre em todo o território nacional, não se restringindo a localidades da Região Norte, o que vem imediatamente ao imaginário popular, quando se fala de comunidades indígenas. Um bom exemplo foi o auxílio prestado por nossas tropas no Rio Grande do Sul no mês de junho. Foram transportados alimentos para oito aldeias no litoral desse estado, fato que contribuiu de modo decisivo para a segurança alimentar dos indígenas.

É inegável a importância do papel exercido pelo Exército em apoio às comunidades indígenas do País. As ações são permanentes e previstas em lei e, em tempos de combate à COVID-19, elas se tornam essenciais.

A presença do Exército nas áreas perimetrais das terras indígenas, e inserido em algumas delas, tem, efetivamente, dissuadido não índios de adentrar as áreas das comunidades e provocar a contaminação por COVID-19, além de ter contribuído para a mitigação do sofrimento e a salvação de vidas indígenas, vidas brasileiras. E tudo isso só é possível porque o Exército Brasileiro tem credibilidade junto às lideranças e aos índios. Essa relação histórica tem sido fortalecida neste período de pandemia.

A Operação COVID-19 tem evidenciado, ainda mais, o já conhecido e apreciado lema

do Exército: “Braço Forte, Mão Amiga”, especialmente em apoio aos irmãos brasileiros indígenas.

Sobre o autor

José Ricardo Vendramin Nunes, General de Brigada, oriundo da Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro, é o atual Chefe do Emprego da Força Terrestre, do Comando de Operações Terrestres. Comandou a 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Bagé-RS e o Campus Brasília da Escola Superior de Guerra.

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