Medida deve abrir novos mercados e valorizar carne bovina mineira. Neste ano, etapas de vacinação de maio e novembro devem ser cumpridas normalmente
Minas Gerais se junta aos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul,
Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte do Mato Grosso, que já possuíam o
status de área livre de aftosa sem vacinação. O último registro da doença no estado foi em 1996. Após anos de adesão dos
pecuaristas às campanhas de vacinação e de vigilância sanitária, a doença foi
considerada erradicada no estado em 2001 pela Organização Mundial de Saúde
Animal (OIE). Desde então, Minas Gerais é reconhecido pelo órgão
internacional como zona livre de febre aftosa com a obrigatoriedade de
vacinação.
Com o cumprimento dos critérios estabelecidos pelo Mapa - como exames
comprovando a ausência da circulação do vírus no rebanho, cobertura vacinal
acima de 95% e a estruturação física e de pessoal nas unidades de vigilância –
agora o estado alcança um novo status, o que atesta o avanço no programa de
controle sanitário mineiro. O rebanho livre de febre aftosa sem vacinação é
inclusive exigência de alguns países para a importação de carne bovina. Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Thales Fernandes, a decisão do ministério foi uma grande conquista para o
estado. “A retirada da vacina deve abrir as portas de novos mercados, que
exigem dos exportadores o status de livre de febre aftosa sem vacinação e
remuneram melhor os produtos vindos desses países. Nós vamos poder
comercializar nossos produtos acima do valor obtido hoje, como fazem os estados
que já retiraram a vacinação de seus rebanhos”, afirma.
No setor produtivo, os benefícios da retirada serão sentidos já no custo de
produção. Com um dos maiores rebanhos bovinos do país, as duas etapas da
campanha de vacinação no estado envolvem cerca de 35 milhões de doses de
vacinas. Para o pecuarista, a economia será imediata na medida em que não
haverá gastos com a compra da vacina e a parte operacional do manejo do gado
para vacinar.
O compromisso dos pecuaristas nas campanhas de vacinação contra a febre aftosa
juntamente com as ações em defesa sanitária animal e educação sanitária têm
garantido índices de vacinação dos bovinos e bubalinos superiores a 95% há
vários anos. Em 2021, Minas Gerais alcançou índice de 97,5% de cobertura
vacinal de bovinos e bubalinos.
“Além de evidenciar a excelência do serviço veterinário oficial do estado, essa
conquista vai impactar toda a cadeia produtiva da proteína animal, não apenas
dos bovinos. No segmento da suinocultura, Minas Gerais é considerada área livre
da peste suína clássica e africana e na avicultura já somos livres da influenza
aviária. Todo esse contexto mostra que o serviço de vigilância sanitária do
estado é eficiente”, avalia o secretário de Agricultura.
O Governo de Minas estipulou o repasse de R$ 42,2 milhões para a
modernização de estruturas e fortalecimento das atividades realizadas
pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à secretaria
de Agricultura responsável pelo serviço de fiscalização e vigilância sanitária
vegetal e animal no estado. O recurso é proveniente do Termo de Reparação de
Brumadinho firmado pelo Governo de Minas com a mineradora Vale e está sendo destinado
à renovação da frota e melhorias nas unidades administrativas e nas barreiras
de fiscalização sanitária.
Exportações
Atualmente, Minas Gerais ocupa o quinto lugar no ranking dos estados
exportadores de carne bovina, respondendo por quase 9% do volume nacional
exportado. Em 2021, a receita com a comercialização alcançou US$ 875 milhões,
com a exportação de 46,2 mil toneladas para 55 países.
Campanha Atual
A retirada é válida para o ano que vem, e as etapas de vacinação deste ano
devem ser cumpridas nos meses estabelecidos. Em maio, Minas Gerais inicia a
primeira etapa da vacinação no estado e em novembro realiza a segunda etapa. “O
produtor tem que cumprir o calendário e providenciar a vacinação nos meses
previstos. Caso não faça isso, ele não estará contribuindo para a efetiva
imunização do rebanho, além de correr o risco de ser autuado e penalizado com
multas, conforme previsto na legislação”, alerta o secretário Thales Fernandes.
A doença
A febre aftosa é uma doença viral contagiosa, que acomete diversas espécies de
animais como bovinos, suínos, ovinos, caprinos e búfalos. Esse vírus pode se
espalhar rapidamente se medidas de controle e erradicação não forem
implementadas desde a sua detecção. A identificação de algumas doenças em
animais, como a febre aftosa, afeta o comércio internacional e os impedimentos
podem causar perdas econômicas importantes.hamento
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