quarta-feira, 12 de maio de 2021

Papo de Polícia: de pai para filho!

 "O brilho no olhar dessa criança irradiava de tamanha alegria e satisfação em estar com o distintivo e estar indo, conforme seu pensamento,  trabalhar com o papai na delegacia". 

Era  uma manhã de terça-feira,  a data 30/3, angustiados e tristes pelas inúmeras mortes em razão da pandemia causada pelo Covid-19, meu filho Anthony de 2 aninhos de idade e que se intitula policial disse que iria trabalhar comigo na delegacia.  Vesti meu uniforme, peguei minha arma e visando me dirigir ao trabalho, resolvi regar essa sementinha de esperança, vesti uma blusa preta em Anthony e lhe emprestei meu distintivo de Delegado de Polícia. 

Antes de começar meu horário de trabalho e na obrigação de fazer valer o máximo possível aqueles poucos minutos com o "policial Anthony ", fizemos algumas fotos juntos, ele usando o distintivo de Delegado que tanto me orgulha e que estava tendo pra ele o mesmo valor.

O brilho no olhar dessa criança irradiava de tamanha alegria e satisfação em estar com o distintivo e estar indo, conforme seu pensamento,  trabalhar com o papai na delegacia. 

Como policial e pai é um prazer escutar que seu filho de dois anos de idade quer seguir seu exemplo, sua profissão. Tem coisas na vida que não tem preço. 

Mesmo com pouca idade, Anthony nos vê como verdadeiros heróis (policiais civis, penais e militares) que armados e prontos para o combate, vamos defender a sociedade de bem colocando os criminosos atrás das grades! Ele nos reconhece e se sente feliz mesmo no seu mundo infantil em fazer parte de nossa equipe!

Mas será que quando chegar a hora de Anthony fazer parte de nossos quadros, como estará nossas polícias?  Sinceramente, queria ver e viver a polícia de Anthony, reconhecida, respeitada, fazendo valer a lei em todos os seus aspectos, mas a perspectiva não é boa!

Falta apoio, falta estrutura,  falta recursos humanos e acima de tudo autonomia e necessidade imperiosa de desvinculação política. Será que estamos chegando ao fim do poço?

Será que Anthony no futuro será feliz em ser um policial ou vai enxugar gelo e ser desvalorizado com a atual inversão de valores que assola nossa sociedade? Será que os Direitos Humanos vão o auxiliar se acaso vir a precisar deles? 

Será que a legislação penal e processual penal brasileira continuará sendo um mar de lacunas que corroboram mais  ainda para a impunidade?  

E, de outro lado, sera que Anthony enfrentará uma Lei de Abuso de Autoridade que é a última pá de cal que faltava ser jogada  sobre a autonomia das polícias que se sentem mais ineficazes e impossibilitadas de cumprirem sua missão ?

Pois é meu filho Anthony, sua escolha  é livre, mas papai lhe promete sempre andar do seu lado enquanto o cara lá de cima me der vida, lhe ensinando sobre todas as pedras e obstáculos que tendes  a pisar pela frente.

Seja o melhor policial, civil, penal ou militar, vibre, viva intensamente aquilo que sempre fez parte de seus sonhos desde criança! 

E lembre-se sempre de seu pai: seja humilde, as portas se abrirão pra você e seja honesto, pois, essa virtude irá lhe diferenciar de muitas outras pessoas.

Siga em frente meu filho! Seu aceno de mão e alegria ao ver um policial ou uma viatura de nossas forças de segurança pública nos enobrece e faz de você uma criança bondosa e do bem. Você é um dos nossos! Força e honra Anthony! 

Do papai Emmanuel Robson Gomes 
Delegado de Polícia Civil.


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