Divulgação Secretária de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais. |
Sarah Matias_ Jornalismo Imparcial
Fonte: SSPMG
Teve início nesta segunda (13/5) e segue até sexta-feira (17/5) um treinamento ministrado por
especialistas do
Federal Bureau of Investigation (FBI) – agência de segurança do governo
dos Estados Unidos. Ao todo, 49 profissionais da área de inteligência
de 22 Estados e do Distrito Federal participam do curso
“Transnational and Organized Crime Investigations”,e 16 profissionais do Estado de Minas Gerais.
No
curso desta semana, profissionais de todo o país estão sendo
capacitados para atuação de inteligência no combate a organizações
criminosas e crimes transnacionais, que afetam
o continente como um todo. “Um dos exemplos é o tráfico de drogas.
Dentro da América há países produtores, países que funcionam como
entreposto comercial – caso do Brasil –, e países consumidores. Esse
tipo de capacitação pode elevar o nível de trabalho de
combate ao crime”, explicou o delegado José Anchieta Nery Neto,
representante da Diretoria de Inteligência da Secretaria de Operações
Integradas do Ministério da Justiça. “Os profissionais de segurança
pública do Brasil estão entre os melhores no mundo, mas
temos sempre muito a melhorar, para além de modelos engessados”.
O
representante do Ministério da Justiça citou ainda os exemplos de
crimes cibernéticos, tráfico de armas, corrupção e lavagem de dinheiro,
que ultrapassam as fronteiras dos países
e muitas vezes requerem investigações integradas. “Neste curso, os
instrutores vão falar da experiência deles no FBI no combate ao crime
organizado, apresentando conceitos e citando exemplos de casos
específicos”, detalhou o delegado. “Queremos fazer com que
os profissionais de diversos estados brasileiros se conheçam e criem
redes de contatos”.
Presente
na solenidade de abertura do treinamento, o secretário de Estado de
Segurança Pública e de Administração Prisional, General Mario Araujo,
ressaltou a honra e a satisfação
de Minas Gerais em ser anfitrião de uma capacitação tão relevante para
as forças de segurança. “O trabalho de inteligência é extremamente
importante para o processo decisório de quem ocupa cargos públicos”,
ponderou.
Citando
o atentado de 11 de setembro de 2001, o secretário afirmou que os
Estados Unidos superaram o desafio de integração das inteligências e
podem, agora, compartilhar sua expertise
e suas experiências com o Brasil. “Quanto mais capacitamos nosso
pessoal, melhor para o funcionamento das estruturas de inteligência e
melhor para o combate ao crime organizado”, destacou General Araujo.
Segundo
o representante do Escritório do FBI nos Estados Unidos, Richard Bear,
que é também um dos instrutores do curso, o objetivo é a troca de
experiências, tanto com a apresentação
de lições aprendidas pelo FBI nos últimos anos quanto com a
possibilidade de aprendizado a partir de vivências brasileiras no
enfrentamento à criminalidade. “O FBI sozinho não consegue tudo,
precisamos contar com a ajuda da polícia local, da federal, do governo
e da sociedade. Para nós é uma honra estar aqui e poder compartilhar o
que aprendemos sobre o combate ao crime organizado, além das nossas
experiências, pensamentos e ideias para fazer comunidades mais seguras”,
afirmou.
Também
participaram da abertura dos trabalhos o diretor de Inteligência da
Polícia Militar, coronel Juliano Cançado Dias, o superintendente de
Informações e Inteligência Policial
da Polícia Civil, delegado-geral Ivan José Lopes, e o corregedor do
Corpo de Bombeiros Militar, coronel Marcus José Tibúrcio Lima.
O treinamento
A maior parte dos profissionais que estão participando do curso
“Transnational and Organized Crime Investigations” trabalha nas
áreas de inteligência da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de
Bombeiros, Sistema Prisional e Sistema Socioeducativo. Mas há também
representantes de outras instituições, como Agência
Brasileira de Inteligência, Ministério Público Federal, Receita
Federal, Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Agência Nacional
de Aviação Civil, entre outras.
A
Inteligência do Sistema de Segurança de Minas Gerais participa com
profissionais da Sesp, do Sistema Prisional, da Polícia Militar, da
Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros.
Além dos representantes de Minas, há analistas de inteligência de São
Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Maranhão,
Pernambuco, Tocantins, Sergipe, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio
Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Piauí, Paraíba,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá, Alagoas, Amazonas, Acre e
Distrito Federal.
Na próxima semana, o treinamento
“Transnational and Organized Crime Investigations” será replicado em Recife, para outros 50 profissionais de áreas de inteligência de todo o país.