Brasília (DF) – Após quase quatro anos, o General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas transmitirá o cargo de Comandante do Exército Brasileiro ao General de Exército Edson Leal Pujol
nesta sexta-feira, 11 de janeiro de 2019. Ele havia assumido a função
no dia 5 de fevereiro de 2015, passando a conduzir os destinos da Força
Terrestre e dos seus cerca de 220 mil integrantes.
Ao longo de sua gestão, o Gen Villas Bôas
aliou a serenidade característica de sua personalidade à firmeza na
ênfase do papel do Exército, definido na Constituição, especialmente nos
momentos de instabilidade política e social. Traços marcantes e já
plenamente reconhecidos em diversos textos publicados a seu respeito.
Seu legado entra para a história.
Antes de assumir a mais alta função do Exército Brasileiro, o Gen Villas Bôas
era o Comandante de Operações Terrestres. Coroamento de uma trajetória
iniciada em 1º de março de 1967, quando esse gaúcho de Cruz Alta
ingressou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas
(SP). Infante de origem, encarnou a coragem e determinação típicas dos
discípulos de Sampaio para enfrentar os desafios colocados à sua frente
desde a assunção de Comando. Obstáculos de toda ordem, vencidos com a
frase-síntese de seu pensamento e intenção, expostos em publicação
interna: "vamos trabalhar com alegria; e muito"!
Em fevereiro de 2015, a conjuntura
nacional era conturbada. O Brasil ainda vivia os reflexos das
manifestações de 2013, que se estenderam após as eleições presidenciais
do ano seguinte e não cessaram após o processo de impeachment. Em meio à turbulência, o General Villas Bôas
foi a voz do Exército Brasileiro, deixando clara a percepção da crise
ética vivida pelo País, mas ressaltando a importância da manutenção da
estabilidade, da legalidade e da legitimidade, bem como a defesa da
Constituição Federal.
O papel apaziguador do Comandante em
meio à crise foi alvo de observações positivas por parte de autoridades
de todos os níveis e veículos de imprensa do Brasil e do exterior. A
aprovação também veio da maior parte da população, algo observável, por
exemplo, nas milhares de interações do público nos espaços de
comentários de órgãos de comunicação.
No campo operacional, mesmo diante das restrições orçamentárias impostas pelo contexto econômico desfavorável, o Gen Villas Bôas conduziu
o Exército no cumprimento de suas missões. Os Projetos Estratégicos
continuaram em andamento, a Força Terrestre concluiu com êxito sua a
participação na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti e
contribuiu para a manutenção da segurança dos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos do Rio de Janeiro.
Ao ser acionado, o Exército auxiliou a
população em Operações de Garantia da Lei e da Ordem em estados como o
Rio Grande do Norte e o Espírito Santo, restabelecendo a paz social.
Assumiu papel de destaque na Operação Acolhida, ainda em vigor no Estado
de Roraima, contribuindo para amenizar a crise humanitária na fronteira
com a Venezuela. Por fim, o Exército esteve à frente da Intervenção
Federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, colaborando para reduzir
alguns índices de violência e reestruturar a Polícia Militar daquela
Unidade da Federação.
Durante a inauguração do seu retrato na
Galeria dos Antigos Comandantes do Exército, nessa quinta-feira, 10 de
janeiro, o General Villas Bôas teve uma pequena amostra
do reconhecimento por parte de seus subordinados, amigos e autoridades
presentes na concorrida cerimônia. O bom combate foi combatido. A missão
foi cumprida. A fé está guardada. Obrigado, Comandante!