terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Acompanhantes de pacientes hospitalizados no Hospital João Lúcio em Manaus reclamam da negligência e falta de humanização por parte dos funcionários.

Diana Maia Jornalismo Imparcial
Reclamações, impotência, tristeza e descaso, foi o cenário que a equipe do Blog Jornalismo Imparcial, presenciou durante quinze dias em estadia em Manaus/Amazonas, acompanhando o sofrimento de pacientes e acompanhantes que sofrem com a falta de um atendimento acolhedor no Hospital João Lúcio, localizado no bairro Coroado, na zona leste da capital.
Um jovem de 36 anos que tem acompanhado diariamente o sofrimento de seu pai, que está internado a um mês, aguardando para fazer uma cirurgia, relatou os descasos que acontecem no hospital.
O acompanhante, reportou ao Blog Jornalismo Imparcial,  que diariamente, alguns auxiliares de enfermagem, cheio de má vontade, terminam em alguns casos jogando a responsabilidade de seus trabalhos para os acompanhantes, que não tem experiência de como lidar com a rotina diária de um paciente, em um desses momentos, E.S. relatou, que precisou do auxílio técnico para higienizar o seu pai, para trocar uma fralda, no entanto uma enfermeira queixou-se que não podia fazer, pois tinha problema de coluna, e que ao reportar que chamaria a imprensa, disse que era um favor que estaria fazendo, após suas lamúrias e descaso, auxiliou o paciente, reclamando que não era babá.
Ainda o jovem senhor, reclama que as vezes, em caso emergencial, se desloca até a recepção relata o sofrimento do seu pai, que já está em uma situação fragilizada, no entanto, dependendo do plantão o profissional demora para ir ao leito, verificar o estado de saúde e amenizar o sofrimento com a medicação adequada.

Profissionais trocando a fralda do paciente e reclamando.
Outro ponto negativo, relatado pelos acompanhantes, é o mau hábito de funcionários efetivos e terceirizados, desobedecendo as regras do hospital, vendem alimentos, como: salgados, empadas de frango, farofa de charque, brigadeiros, balas, chicletes, bombons de mangarataia, circulando livremente pelo leitos, dificultando a melhora do paciente, que por vezes estão proibidos de comerem certos alimentos, por orientação médica. Ainda um grupo de acompanhantes reportaram que no ato da visita de um paciente, à uma rigorosa revista nas bolsas e sacolas de quem entra, evitando serem levados alimentos para dentro da unidade, no entanto o mesmo tratamento, não acontece com estes  profissionais concursados e terceirizados, que tem total acesso, nos corredores do hospital, para fazerem um bico e garantir uma renda extra, vendendo seus produtos.

Outro fator preocupante, relatado por acompanhantes,  é a obrigação que é imposta aos mesmos na  unidade hospitalar.
Devido o hospital, não não ter um estoque suficiente de lençóis,  para suprir a demanda de pacientes que chegam a todo instante da capital e do interior, para serem atendidos no hospital, termina, que o acompanhante, tem que custear os lençóis, um gasto a mais, principalmente para os acompanhantes que vem do interior, que não tem parente na capital, e condições financeiras de comprar lençóis para seus pacientes.
 
lixo jogado dentro do elevador

Elevador faltando manutenção

Uma senhora de 50 anos, que veio junto com o seu filho do município de Tefé, após um grave acidente de moto, relatou que após passar alguns dias no hospital, sem conhecer ninguém na cidade, só contou com a caridade de outra acompanhante que sensibilizada com a situação, levou a mesma, para lavar lençóis em sua residência.

Um funcionário que pediu para não identificar o seu nome, relatou que infelizmente essa é uma das realidades do hospital, "Não há lençóis suficiente mana, para atender toda essa demanda, é muito triste".
Está faltando tudo, saco plásticos para coletar lixo hospitalar, material adequado para fazer a limpeza correta nos leitos, elevadores quase parando, até a comida está sendo regrada.
Estamos também em nosso limite, reportou o funcionário, triste com o descaso.

Uma outra acompanhante, que já está a mais de um mês, informou que já não sabe o que fazer, "Se... o hospital não tem condição de atender a todos oferecendo lençóis, para os pacientes, que pelo menos ensine como  higienizá-lo, pois  estamos correndo riscos também de contrair uma bactéria, vindo do ambiente hospitalar para nossa residência, pois mesmo que façamos todo o procedimento em casa,  não temos informações adequadas para fazer a  higienização correta deste material pessoal que levamos para casa".

Em contato com a assessoria do Hospital, foi informado ao Blog Jornalismo Imparcial, que a direção do Pronto Socorro João Lúcio Machado,impôs rigor total ao cumprimento da norma que proíbe venda de alimentos dentro do hospital.
A empresa contratada de segurança está orientada a coibir qualquer ato dessa natureza e, se for constatado, tanto no caso de funcionários/servidores quanto no caso de acompanhantes, serão advertidos e tomadas medidas administrativas cabíveis.
Em relação às outras denúncias, a direção da unidade também informa que irá levantar qual a situação para adotar as medidas cabíveis.